Não há como se sabe um estudo exaustivo, mas é possível
ver no terreno vários tipos de testemunhos das várias épocas mais remotas
da nossa história social, o que por si só atesta quão longínquo e vivenciado é
o culto dos mortos nesta terra - e que era exercitado de formas diversas
- nas bacias dos rios, Sardoura, Arda, Paiva e Douro, porque desde sempre foi
muito povoada.
São mais conhecidas as pias dos mouros, em Corvite/Vegide, o
marmoiral de Sobrado, alguns monumentos megalíticos, as conhecidas mamoas, de
Carvalho Mau por exemplo, de entre as várias dezenas existentes e dispersas por
quase todas as freguesias (onde os corpos eram depositados e venerados com mais
ou menos cerimonial); a necrópole (de incineração) romana de Valbeirô -
Sardoura de que a ADEP possui algum material pétreo e bibliográfico, ou ainda a
estela funerária (discoide ?) em forma de esteio, decorada com elementos
vegetais (quadrifólio) a servir de padieira da porta lateral na primitiva
Igreja de S. Martinho, mas outras existem como por exemplo a
sepultura antropomórfica da Quintã em Real.
Outros vestígios sepulcrais ainda se podem referenciar, embora não
sejam visíveis hoje quaisquer testemunhos no local, por terem sido destruídos,
como aconteceu lamentavelmente com as sepulturas escavadas no granito, que
existiam em S. Pedro/Sobrado (local de antiga capela de S. Pedro, meeira das
freguesias de Sobrado e Bairros) e a sepultura encontrada no lugar do
Serro, Fornos, nos anos oitenta ou ainda as sepulturas escavadas em Vales,
Sardoura, nos anos quarenta, de que há espólio na Casa do Pedregal, entre
outros.
Esta é uma área do nosso património arqueológico em que é patente a
riqueza do concelho onde se encontram referenciados locais desde o nosso
passado recente, à idade média, romana e megalítica, o que se há-de explicar
pela permanente e significativa habitabilidade do território, que encerra também
outros testemunhos muitos dos quais estão em casas particulares e museus das universidades
e afins.
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