Ontem, que é como quem diz – nos inícios dos anos
oitenta -, pedimos a classificação do Edifício
da Cadeia. A classificação foi obtida em 1993; em 1994 iniciamos o processo do pedido de classificação
da Casa e Quinta da Boavista. Em
1998 ficamos a saber que os processos de pedido de classificação (que então
havíamos dirigido à Secretaria de Estado da Cultura), a saber: do portal da Serrada (do pai de Santo António) e do portão
do Adro de Real, foram reformulados e integrados em novos processos designados
respetivamente de, “98/3-13(2) - Eventual classificação do núcleo rural de
Gondim na freguesia de Sobrado” e de “98/313(8) - Reclassificação da Igreja de Santa Marinha, paroquial de Real
(valor concelhio já classificado pelo Decreto 129/77 de 29/9, passando a
integrar o Portal do Adro e construções adjacentes”. Desde essa data até hoje nada mais sabemos do que tenha acontecido aos
nossos pedidos…já quanto ao estado de conservação e até de integridade dos
monumentos, infelizmente, todos sabemos…
E salvo a boa noticia
da classificação da Casa e Quinta da Boavista que aconteceu em 2013 (passados
portanto 24 anos do inicio do processo) igualmente não vimos empenho de quem de
direito em alterar a classificação das
Pias dos Mouros, como defendemos. Desde
1998 nada sabemos do que aconteceu aos processos que igualmente iniciamos
(98/3-13(9) - Reclassificação da Capela
da Quinta de Vegide, passando a incluir casa e Quinta (da mãe de Santo
António) e 98/3-13(10) – Eventual classificação do conjunto de edifícios da extinta Fábrica da Manteiga, a Frutuária
. Por outro lado não foram tomadas medidas de proteção desses valores, estando
alguns a ser saqueados, como temos denunciado. Desejamos conseguir protocolar, com as autarquias, medidas de limpeza e proteção de
valores monumentais como é o caso, por exemplo da Mamoa de Carvalho Mau. Mas há outras situações.
É assim que vimos
assistindo a esta conversa de surdos em que por um lado se percebe o
desinteresse que os organismos públicos manifestam pela assistência e
colaboração voluntária de instituições privadas, como a nossa, e por outro se
assiste a este permanente atentado ao património – por omissão-, nada fazendo
para o proteger e divulgar, como constatamos.
Não desistimos, no entanto, das nossas atribuições que
são reguladas pelos nossos estatutos, pela Lei, máxime pela Constituição da
República Portuguesa e por isso aceitamos o pedido, que nos foi formulado pelo Movimento
de Defesa da Ponte Centenária de Pedorido, de encaminhar a quem de direito um pedido de
classificação da Ponte rodo-ferroviária de Pedorido.
Em breve contamos cumprir mais esta missão, desejando
sinceramente que o assunto não morra nas gavetas dos gabinetes como parece ter
acontecido com os casos que enumeramos.
Martinho Rocha
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