sábado, 28 de janeiro de 2012

Uma medusa entre os 53 fósseis recebidos


António Patrão decidiu presentear a ADEP com mais um lote de fósseis. Pode acontecer que entre os diversos icnofósseis e vegetais oferecidos esteja uma (rara) medusa.
Representa mais esta doação um impulso para a divulgação dos nossos valores geológicos, que ADEP está a encaminhar para o espaço Primeiras Artes, ao mesmo tempo que procura sensibilizar todos para a afinidade da faixa carbonífera do Pejão com o território vizinho do Geoparque.





















Martinho Rocha

sábado, 14 de janeiro de 2012

Mamoa de Carvalho Mau, também o lixo ...

Efetuada que foi finalmente a intervenção anunciada na Mamoa de Carvalho Mau, fruto de um acordo protocolado entre a ADEP, Câmara Municipal, Junta de Freguesia do Paraíso, proprietário do terreno e mecenas (ofertante do xisto: Louseira de Valério Figueiredo - Canelas, Arouca), o que ninguém imaginava é que demorasse tão pouco tempo a haver alguém tão indiferente ou petulante capaz de aí voltar a depositar lixo ! Já alguém dizia, a propósito deste tipo de atitudes que o nosso futuro é incerto, se bem que tenhamos sobrevivido aos Celtas e aos Bárbaros...Lamentável... A intervenção consistiu na limpeza da área e na colocação de uma cinta de silhares de xisto e de um painel informativo, pelo que bem merece que passe a ser um motivo de visita e conhecimento para a comunidade já que se trata de um monumento do 2.ºa 3.º milénio antes de Cristo e é representativo da riqueza megalítica do concelho tendo sido objecto de uma escavação em 1989 pelo Dr. Eduardo Jorge Lopes da Silva. Este projeto deve servir de âncora à valorização de outros espaços e monumentos, num roteiro a desenhar com os melhores monumentos e sítios do concelho e região, com vista à preservação e divulgação dos nossos valores da memória e da cultura. Depois do arranjo do Marmoiral em 1992, que contou com o apoio do mecenas José Maria Pinto Monteiro, esta é a segunda intervenção do género, da iniciativa da ADEP, que vai agora ser continuada com igual intervenção nas Pias dos Mouros, assim haja a necessária autorização do IPPAR.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

TEMPOS HOUVE EM QUE AS LAMPREIAS E SÁVEIS PAGAVAM IMPOSTOS !...


O que seria hoje mais uma boa arma de combate à crise, tamanha é a sofreguidão dos nossos (des)governantes.
Mas, a “civilização” deixou-nos o Douro mais pobre e o progresso não foi capaz ainda de repor esta fauna nos nossos rios …

Do trabalho do Prof. Francisco Ribeiro da Silva “A PESCA E OS PESCADORES NA REDE DOS FORAIS MANUELINOS”, cuja leitura recomendamos, retiramos “algumas achegas e novidades”

No foral da terra de Paiva, os direitos do rio Douro são equivalentes às duas dízimas, metade pertencia ao rei (dízima nova) e a outra metade (dízima velha) dividia-se pelos mosteiros de Paço de Sousa, santa Clara do Porto e santa Clara de Coimbra. O rei havia doado os seus direitos a um senhorio laico ou eclesiástico. No caso da pesca, a igreja recebia uma quota não desprezível dos tributos. Mas no tempo de D. João I, certamente para fazer face às necessidades da guerra com Castela, criou-se outro imposto a pagar pelos pescadores e mareantes em favor dos cofres reais. Na maior parte dos contratos os tributos eram em espécie, por vezes convertíveis em dinheiro. Um casal do Mosteiro de Tibães pelo trabalho da terra o foreiro pagava não em cereais nem em dinheiro mas em lampreias, precisamente dez.
Não era portanto apenas da exploração da terra arável e dos frutos produzidos que os senhorios auferiam uma porção ou uma percentagem. Os direitos senhoriais também se estendiam aos rios interiores e ao mar que se oferecia por léguas e léguas do território. Por isso, uma parte das riquezas que os seus súbditos retiravam desses recursos, quer pelo aproveitamento da força motriz das águas (em moinhos e azenhas), quer pelo uso do leito do rio como canal de comunicação quer «recolhendo» para venda os animais que habitavam nas águas, pertencia ao senhor, quem quer que ele fosse. Na origem era o rei, primeiro senhor. Mas, chegados ao século XVI, na maior parte das explorações não é já o erário régio o destinatário de todos os foros, direitos e tributos consignados nos forais manuelinos.