quinta-feira, 25 de julho de 2013

Onde estava a Torre de Vegide ? - A visão de Lousada Soares !


A cultura ao serviço do desenvolvimento !

Hoje damos a conhecer um pouco do estudo e da minucia da interpretação das diversas fases de construção e reconstrução da casa da Torre de Vegide. Lousada Soares, neste caso observou, estudou, fotografou e anotou os comentários que se lhe ofereceram e que beneficiam da sua avalisada formação da área da engenharia. Hoje este trabalho constitui um desafio aos nossos historiadores e arqueólogos para as novas abordagens que se impõem.

Uma maior divulgação das raízes de Santo António, como está a acontecer com esta publicação de Mário Gonçalves Pereira, criará uma maior consciencialização na população da importância dos nossos valores patrimoniais e imateriais. As novas gerações, mais informadas e participativas, hão-de ser capazes de exigir outras prioridades, linhas de orientação e até de rutura com o estado de abandono, desinteresse - e de saque em alguns casos - a que o município vem assistindo serenamente nos monumentos e espaços arruinados da Boavista, Vegide, Gondim e Frutuária, apesar do legado formal que lhe fez o Conde de Castelo de Paiva e destes outros legados imateriais de outros tantos paivenses generosos e laboriosos.

Este e outros documentos que constituem o Levantamento do Património de Castelo de Paiva, legado à ADEP é parte do acervo do arquivo fotográfico Luís Lousada Soares, que tem estado disponível ao público apenas nas exposições pontuais e ocasiões festivas, como no dia da feira do séc XIX, assim o permitem os parcos meios e apoios de que dispõe.

sábado, 20 de julho de 2013

Barão de Castelo de Paiva também estudou as Ilhas Selvagens ?

Vulto paivense estudou as Selvagens, no séc. XIX ?


A visita de Cavaco Silva às Selvagens não deixará de reafirmar a soberania daquele território que confere a Portugal a maior Zona Económica Exclusiva da União Europeia (1,6 milhões de quilómetros quadrados), potenciando além do mais a dimensão de mais 2,15 milhões de quilómetros da plataforma continental, cuja jurisdição Lisboa quer ver reconhecida pelas Nações Unidas entre 2014 e 2015. 
Independentemente da soberania e consequentemente do valor económico que possa representar, há que reconhecer que estamos perante um sítio de elevada importântia ambiental, já classificado pela UE como Rede Natura 2000.A Macaronésia foi mesmo a 1º região biogeográfica a existir na Rede Natura 2000!
É noticiado que a visita assinala também o 50.º aniversário da primeira expedição científica às ilhas, realizada pelo ornitólogo de origem inglesa Paul Alexander Zino e que conduziu ao estabelecimento nas Selvagens da mais antiga reserva natural do país (1971). Porém um vulto paivense das letras e das ciências, António da Costa Paiva (Barão de Castelo de Paiva) desenvolveu actividade de exploração científica nas ilhas da Macaronésia (que inclui os arquipélagos da Açores, Madeira, Canárias, Selvagens, Cabo Verde), onde estudou insetos e moluscos e descobriu novas espécies, na companhia de distintos cientistas como John Edward Gray e Vernon Wollaston. Ficará o trabalho de um paivense ligado à maior ZEE da União Europeia ?
Segundo Tolentino da Nobrega in Público "As Ilhas Selvagens despertaram desde sempre o interesse de naturalistas e cientistas. A primeira visita com fins de carácter científico foi feita pelo capitão James Cook em 1768 e em 1778 Francis Masson, botânico do Jardim Botânico Real de Kew, efectuou colheitas de plantas nas Selvagens. Durante os séculos XVIII, XIX e até meados do século XX, as visitas de cientistas às Selvagens foram sempre de carácter esporádico e nunca com o intuito de estudar com continuidade a fauna lá existente, nomeadamente as aves marinhas, que durante uma parte do ano se encontram nas ilhas a nidificar, sublinha o biólogo madeirense Manuel Biscoito. Tendo consciência da precariedade da informação científica existente, Günther Maul, director do Museu Municipal do Funchal e o major na reserva C. Pickering, botânico amador, decidiram em 1963 organizar a primeira expedição científica multidisciplinar às Ilhas Selvagens, para a qual foi fretado o navio “Persistência” da Empresa Baleeira do Arquipélago da Madeira.
Esta expedição, entre 15 e 27 de Julho, contou com a presença de cientistas de diversas especialidades, entre os quais Christian Jouanin e Francis Roux, do Museu de História Natural de Paris, os quais a partir daí se mantiveram intimamente ligados ao estudo da fauna ornitológica das Selvagens. Desta expedição resultou a publicação, no Boletim do Museu Municipal do Funchal, de nove artigos científicos, sobre as aves, insetos, plantas e rochas das Selvagens, constituindo um volume com 170 páginas."
Motivos estes que exigem que se conheça mais sobre a vida e obra deste paivense. Este como outros assuntos deviam merecer mais reflexão, ponderação e outra atitude no que aos orçamentos da cultura deveria dizer respeito.


Sobre a biografia de António da Costa Paiva(Barão de Castelo de Paiva) ver post anterior (recorte de informação da FLUP)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Vulto paivense António da Costa Paiva estudou as Selvagens, no séc. XIX ?



Em 2013 noticiou-se o 50.º aniversário da primeira expedição científica às ilhas, realizada pelo ornitólogo de origem inglesa Paul Alexander Zino e que conduziu ao estabelecimento nas Selvagens da mais antiga reserva natural do país (1971). Porém um vulto paivense das letras e das ciências, António da Costa Paiva (Barão de Castelo de Paiva) desenvolveu atividade de exploração científica nas ilhas da Macaronésia (que inclui os arquipélagos da Açores, Madeira, Canárias, Selvagens e Cabo Verde), onde estudou insetos e moluscos e descobriu novas espécies, na companhia de distintos cientistas como John Edward Gray e Vernon Wollaston. Ficará o trabalho de um paivense ligado à maior ZEE da União Europeia ?

Já em 2013 o Presidente da República visitou este sítio classificado como Rede Natura 2000, pretendendo naturalmente contribuir com este gesto para a  reafirmação da soberania daquele território que confere a Portugal a maior Zona Económica Exclusiva da União Europeia (1,6 milhões de quilómetros quadrados), potenciando além do mais a dimensão de mais 2,15 milhões de quilómetros da plataforma continental, cuja jurisdição Lisboa quer ver reconhecida pelas Nações Unidas.

Quem foi António da Costa Paiva (Barão de Castelo de Paiva) recorte de biografia com base na informação da FLUP)





António da Costa de Paiva (Barão de Castelo de Paiva)
Médico, botânico, professor e 1.º diretor do Jardim Botânico

Biografia de António da Costa de Paiva (Barão de Castelo de Paiva, 1806-1879)
António da Costa de Paiva, filho de Manuel José da Nóbrega, negociante, natural de Castelo de Paiva, e de D. Maria do Carmo da Costa, nasceu no Porto a 12 de outubro de 1806.

Bacharel em Filosofia e Medicina pela Universidade de Coimbra e doutor em Medicina pela Universidade de Paris, obteve este último grau após a defesa de uma tese sobre a tísica pulmonar, elaborada durante o exílio a que o conduziram os seus ideais liberais. Quando pôde regressar a Portugal, exerceu clínica privada.

Entre 1834 e 1836 regeu a cadeira de Filosofia Racional e Moral na Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto. Em 1836 foi nomeado lente de Agricultura e Botânica nesta Academia por decreto de 20 de outubro e carta régia de 3 de janeiro de 1837. Neste ano, aquando da reforma da Academia Real da Marinha e Comércio e criação da Academia Politécnica do Porto, passou a ser o 1.º lente proprietário da 10.ª cadeira – Botânica, Agricultura, Metalurgia e Arte de Minas, funções que exerceu entre 1838 e 1858. Por inerência do cargo, foi nomeado primeiro diretor do Jardim Botânico pelo decreto de 11 de janeiro e carta régia de 28 de julho de 1838. Assegurou estas funções entre 1838 e 1855.

Um ataque de tuberculose pulmonar afastou-o da cátedra, recebendo tratamento na ilha da Madeira, tendo-se mais tarde jubilado com a categoria de lente por decreto de 31 de dezembro de 1858 e carta régia de 19 de janeiro de 1859.
O restabelecimento do seu estado de saúde possibilitou-lhe uma intensa atividade de exploração científica nas chamadas ilhas da Macaronésia, sobretudo nos arquipélagos da Madeira, Canárias e Cabo Verde, onde estudou insetos e moluscos e descobriu novas espécies, na companhia de distintos cientistas como John Edward Gray e Vernon Wollaston. As coleções que reuniu foram posteriormente estudadas por Bernardino António Gomes e Barbosa du Bocage.

Escreveu sobretudo trabalhos de caráter científico. Foi autor de obras como "Aphorismos de medicina e cirurgia práticas" (1837), "Relatório do Barão de Castello de Paiva, encarregado pelo governo de estudar o estado da Ilha da Madeira, sob as relações agrícolas e económicas" (1853), "Descripção de duas espécies novas de coleópteros das Ilhas Canárias" (1861), "Novíssimos ou últimos Fins do Homem" (1866), depois de se converter ao cristianismo em 1851, e "Biographia" (1877).
Iniciou a publicação de obras literárias com a tradução comentada dos romances de Voltaire. Em 1837 editou a "Crónica d'El-Rei D. Sebastião", de Frei Bernardo da Cruz, juntamente com Alexandre Herculano (1810-1877) e o "Roteiro da Viagem de Vasco da Gama" atribuído a Álvaro Velho, com Diogo Kopke (1805-1875); numa segunda edição, em 1860, com Alexandre Herculano.
A propósito da sua obra escrita, disse Camilo Castelo Branco: "A forma, o dizer, é de tão bom quilate portuguez, que apenas podereis estremar a vernaculidade do auctor dos Soliloquios d'entre as paginas lusitaníssimas do auctor dos Novissimos, que tanto hombro se eleva como o oratoriano (P. Manuel Bernardes), de quem temos um devoto livro idêntico na tenção e no título."
Júlio Dinis referiu-se ao Barão de Castelo de Paiva na sua obra "Os Fidalgos da Casa Mourisca", a propósito de um animado diálogo sobre Frenologia, Metafísica e Filosofia que ele terá mantido com um alemão, administrador da Casa de Orneias, na Madeira.

No decurso da sua carreira, António da Costa de Paiva foi distinguido com diversos títulos e cargos honoríficos. O grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo e da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa foi-lhe atribuído em 1836 e o título nobiliárquico de Barão de Castelo de Paiva em 1854.

António da Costa de Paiva foi membro de academias e sociedades científicas, nacionais e estrangeiras, como a Academia Real das Ciências de Lisboa (sócio efetivo), a Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, a Sociedade Zoológica de Londres, a Sociedade de História Natural de Cassel, a Sociedade das Ciências Naturais de Estrasburgo, as sociedades botânicas de França e Edimburgo, a Real Academia Imperial do Rio de Janeiro, a Academia de Medicina e Cirurgia de Toulouse (sócio correspondente) e a Academia de Medicina de Montpellier (sócio correspondente). Foi vogal extraordinário do Conselho Geral de Instrução Pública, até à extinção deste em 1868.

Legou parte da sua fortuna a hospitais, instituições de caridade e a associações científicas e culturais e estabelecimentos de ensino. Ofereceu à Academia Real das Ciências de Lisboa o seu herbário da Madeira, composto por 600 espécies, e uma coleção botânica de 372 espécies, recolhida nas ilhas das Canárias. Ofereceu ao Museu dos Jardins Botânicos Reais de Kew, em Inglaterra, um herbário com plantas indígenas de Portugal e dos Açores. À Academia Politécnica do Porto doou uma inscrição de assentamento da Dívida Pública Portuguesa no valor de 1 000$00 reis, em benefício do Jardim Botânico. Em 1879 deixou 1 conto de reis à Academia Portuense de Belas Artes para a criação de um prémio a atribuir ao melhor quadro de temática bíblica presente na exposição trienal daquela Academia. Instituiu um legado – o Legado do Barão de Castelo de Paiva - na Escola Médico-Cirúrgica do Porto: "Pertence, por minha morte, a propriedade d'esta inscripção á Escola Medico-Cirurgica da cidade do Porto para servir de premio o seu juro anual ao alumno da mesma Escola que mais destreza mostrar nas operações cirúrgicas, ou nas dissecações anatomicas do corpo humano; reservando para mim o direito de receber o juro enquanto eu vivo fôr. Funchal, 22 d'outubro de 1874". (Annuario da Escola Medico-Cirurgica do Porto : Anno lectivo de 1906-1907, p.143)

Faleceu na ilha da Madeira a 4 de junho de 1879.


Universidade Digital / Gestão de Informação, 2012. Revisão científica de Jorge Fernandes Alves (FLUP)


P.S.
Recentemente tivemos a grata noticia da criação pelo Museu de Ilhavo do Prémio Octávio Lixa Filgueiras. Orgulha-nos que mais um paivense - outro expoente do saber e da nossa cultura - premeie o mérito e sirva de exemplo para alunos e investigadores aplicados e apaixonados pelo progresso da ciência e da arte.
Desejamos a este prémio a perenidade da do homónimo Barão que vigora desde o séc. XIX e que premiou figuras ilustres como por exemplo Isolino Vaz, artista e professor gaiense que como o Arquitecto Filgueiras - foram ambos colaboradores da Revista "O Pejão".









escreveu Martinho Rocha


Vulto paivense, António da Costa Paiva, estudou as Selvagens, no séc. XIX ?




Em 2013 noticiou-se o 50.º aniversário da primeira expedição científica às ilhas, realizada pelo ornitólogo de origem inglesa Paul Alexander Zino e que conduziu ao estabelecimento nas Selvagens da mais antiga reserva natural do país (1971). Porém um vulto paivense das letras e das ciências, António da Costa Paiva (Barão de Castelo de Paiva) desenvolveu atividade de exploração científica nas ilhas da Macaronésia (que inclui os arquipélagos da Açores, Madeira, Canárias, Selvagens e Cabo Verde), onde estudou insetos e moluscos e descobriu novas espécies, na companhia de distintos cientistas como John Edward Gray e Vernon Wollaston. Ficará o trabalho de um paivense ligado à maior ZEE da União Europeia ?

Já em 2013 o Presidente da República visitou este sítio classificado como Rede Natura 2000, pretendendo naturalmente contribuir com este gesto para a  reafirmação da soberania daquele território que confere a Portugal a maior Zona Económica Exclusiva da União Europeia (1,6 milhões de quilómetros quadrados), potenciando além do mais a dimensão de mais 2,15 milhões de quilómetros da plataforma continental, cuja jurisdição Lisboa quer ver reconhecida pelas Nações Unidas.

Quem foi António da Costa Paiva (Barão de Castelo de Paiva) recorte de biografia com base na informação da FLUP)





António da Costa de Paiva (Barão de Castelo de Paiva)
Médico, botânico, professor e 1.º diretor do Jardim Botânico

Biografia de António da Costa de Paiva (Barão de Castelo de Paiva, 1806-1879)
António da Costa de Paiva, filho de Manuel José da Nóbrega, negociante, natural de Castelo de Paiva, e de D. Maria do Carmo da Costa, nasceu no Porto a 12 de outubro de 1806.

Bacharel em Filosofia e Medicina pela Universidade de Coimbra e doutor em Medicina pela Universidade de Paris, obteve este último grau após a defesa de uma tese sobre a tísica pulmonar, elaborada durante o exílio a que o conduziram os seus ideais liberais. Quando pôde regressar a Portugal, exerceu clínica privada.

Entre 1834 e 1836 regeu a cadeira de Filosofia Racional e Moral na Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto. Em 1836 foi nomeado lente de Agricultura e Botânica nesta Academia por decreto de 20 de outubro e carta régia de 3 de janeiro de 1837. Neste ano, aquando da reforma da Academia Real da Marinha e Comércio e criação da Academia Politécnica do Porto, passou a ser o 1.º lente proprietário da 10.ª cadeira – Botânica, Agricultura, Metalurgia e Arte de Minas, funções que exerceu entre 1838 e 1858. Por inerência do cargo, foi nomeado primeiro diretor do Jardim Botânico pelo decreto de 11 de janeiro e carta régia de 28 de julho de 1838. Assegurou estas funções entre 1838 e 1855.

Um ataque de tuberculose pulmonar afastou-o da cátedra, recebendo tratamento na ilha da Madeira, tendo-se mais tarde jubilado com a categoria de lente por decreto de 31 de dezembro de 1858 e carta régia de 19 de janeiro de 1859.
O restabelecimento do seu estado de saúde possibilitou-lhe uma intensa atividade de exploração científica nas chamadas ilhas da Macaronésia, sobretudo nos arquipélagos da Madeira, Canárias e Cabo Verde, onde estudou insetos e moluscos e descobriu novas espécies, na companhia de distintos cientistas como John Edward Gray e Vernon Wollaston. As coleções que reuniu foram posteriormente estudadas por Bernardino António Gomes e Barbosa du Bocage.

Escreveu sobretudo trabalhos de caráter científico. Foi autor de obras como "Aphorismos de medicina e cirurgia práticas" (1837), "Relatório do Barão de Castello de Paiva, encarregado pelo governo de estudar o estado da Ilha da Madeira, sob as relações agrícolas e económicas" (1853), "Descripção de duas espécies novas de coleópteros das Ilhas Canárias" (1861), "Novíssimos ou últimos Fins do Homem" (1866), depois de se converter ao cristianismo em 1851, e "Biographia" (1877).
Iniciou a publicação de obras literárias com a tradução comentada dos romances de Voltaire. Em 1837 editou a "Crónica d'El-Rei D. Sebastião", de Frei Bernardo da Cruz, juntamente com Alexandre Herculano (1810-1877) e o "Roteiro da Viagem de Vasco da Gama" atribuído a Álvaro Velho, com Diogo Kopke (1805-1875); numa segunda edição, em 1860, com Alexandre Herculano.
A propósito da sua obra escrita, disse Camilo Castelo Branco: "A forma, o dizer, é de tão bom quilate portuguez, que apenas podereis estremar a vernaculidade do auctor dos Soliloquios d'entre as paginas lusitaníssimas do auctor dos Novissimos, que tanto hombro se eleva como o oratoriano (P. Manuel Bernardes), de quem temos um devoto livro idêntico na tenção e no título."
Júlio Dinis referiu-se ao Barão de Castelo de Paiva na sua obra "Os Fidalgos da Casa Mourisca", a propósito de um animado diálogo sobre Frenologia, Metafísica e Filosofia que ele terá mantido com um alemão, administrador da Casa de Orneias, na Madeira.

No decurso da sua carreira, António da Costa de Paiva foi distinguido com diversos títulos e cargos honoríficos. O grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo e da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa foi-lhe atribuído em 1836 e o título nobiliárquico de Barão de Castelo de Paiva em 1854.

António da Costa de Paiva foi membro de academias e sociedades científicas, nacionais e estrangeiras, como a Academia Real das Ciências de Lisboa (sócio efetivo), a Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, a Sociedade Zoológica de Londres, a Sociedade de História Natural de Cassel, a Sociedade das Ciências Naturais de Estrasburgo, as sociedades botânicas de França e Edimburgo, a Real Academia Imperial do Rio de Janeiro, a Academia de Medicina e Cirurgia de Toulouse (sócio correspondente) e a Academia de Medicina de Montpellier (sócio correspondente). Foi vogal extraordinário do Conselho Geral de Instrução Pública, até à extinção deste em 1868.

Legou parte da sua fortuna a hospitais, instituições de caridade e a associações científicas e culturais e estabelecimentos de ensino. Ofereceu à Academia Real das Ciências de Lisboa o seu herbário da Madeira, composto por 600 espécies, e uma coleção botânica de 372 espécies, recolhida nas ilhas das Canárias. Ofereceu ao Museu dos Jardins Botânicos Reais de Kew, em Inglaterra, um herbário com plantas indígenas de Portugal e dos Açores. À Academia Politécnica do Porto doou uma inscrição de assentamento da Dívida Pública Portuguesa no valor de 1 000$00 reis, em benefício do Jardim Botânico. Em 1879 deixou 1 conto de reis à Academia Portuense de Belas Artes para a criação de um prémio a atribuir ao melhor quadro de temática bíblica presente na exposição trienal daquela Academia. Instituiu um legado – o Legado do Barão de Castelo de Paiva - na Escola Médico-Cirúrgica do Porto: "Pertence, por minha morte, a propriedade d'esta inscripção á Escola Medico-Cirurgica da cidade do Porto para servir de premio o seu juro anual ao alumno da mesma Escola que mais destreza mostrar nas operações cirúrgicas, ou nas dissecações anatomicas do corpo humano; reservando para mim o direito de receber o juro enquanto eu vivo fôr. Funchal, 22 d'outubro de 1874". (Annuario da Escola Medico-Cirurgica do Porto : Anno lectivo de 1906-1907, p.143)

Faleceu na ilha da Madeira a 4 de junho de 1879.


Universidade Digital / Gestão de Informação, 2012. Revisão científica de Jorge Fernandes Alves (FLUP)


P.S.
Recentemente tivemos a grata noticia da criação pelo Museu de Ilhavo do Prémio Octávio Lixa Filgueiras. Orgulha-nos que mais um paivense - outro expoente do saber e da nossa cultura - premeie o mérito e sirva de exemplo para alunos e investigadores aplicados e apaixonados pelo progresso da ciência e da arte.
Desejamos a este prémio a perenidade da do homónimo Barão que vigora desde o séc. XIX e que premiou figuras ilustres como por exemplo Isolino Vaz, artista e professor gaiense que como o Arquitecto Filgueiras - foram ambos colaboradores da Revista "O Pejão".









escreveu Martinho Rocha


domingo, 14 de julho de 2013

Em discussão, uma proposta desde 2005 aos: PDM e PU

A ADEP e o Grupo Desportivo de Castelo de Paiva apresentaram reclamação conjunta no âmbito da Discussão Pública da proposta de alteração do Plano de Urbanização da Vila de Castelo de Paiva.
Estas duas associações tornaram público o seu desencanto pelo facto da actual gestão autárquica também não ter sido sensível aos seus anseios e projetos e nada ter feito para reverter a classificação dos terrenos da Frutuária que em 1993 já eram classificados de RAN (Reserva Agrícola Nacional). Assim vai-se emparedar o Parque das Tílias e proporcionar a urbanização massiva, daquela área, correndo-se o risco de se inviabilizar  desta forma a futura construção naquele local de um verdadeiro Parque da Cidade.
O modelo de infraestrura que tem vindo a ser defendido por ambas as associações é um espaço completo do ponto de vista ambiental, rico em fauna e flora, com espaços  amplos  para a prática de várias modalidades de desporto e recreio, trilhos para percursos diversos, onde pontifiquem algumas quintas, hortas e viveiros e que proporcione espaços e ambiente de repouso e lazer, podendo o conjunto beneficiar da proximidade dos edifícios da Frutuária e Parque das Tílias e no futuro até da extensão ao Rio Sardoura e Quinta da Boavista.
______________________________________________________

PDM – Plano Director Municipal do concelho de Castelo de Paiva
Segue-se o conjunto de sugestões apresentadas pela ADEP a 11 de Janeiro de 2005. (NA COMISSÃO MISTA DE ACOMPANHAMENTO DA REVISÃO DO PDM)

1. Património Histórico e Arqueológico
Analisando o documento - Estudo Prévio para a revisão do PDM de Castelo de Paiva — entregue, constata-se uma manifesta ausência de abordagem do tema relativo ao património arqueológico e histórico.
Com efeito, as poucas referências ao património histórico-arqueológico concelhio surgem num contexto de aproveitamento turístico, iniciativa que nos parece de louvar, atendendo a que tal implica uma atitude de recuperação, salvaguarda e valorização do nosso património.
Contudo não se compreende que se pretenda valorizar o que não se conhece: antes de oferecer aos turistas é necessário que os agentes políticos e culturais conheçam o conteúdo da oferta, o que implica, à priori, inventariar.
Ora, o Estudo Prévio apresentado peca pela ausência desta inventariação: ausência de inventariação dos imóveis classificados (como interesse nacional, público e/ou municipal), bem como da indicação das respectivas zonas de protecção.
Consequentemente, peca também pela ausência de redacção da regulamentação da protecção dos imóveis classificados como interesse municipal que, de acordo com a Lei 107/01 de 8 de Setembro, incumbe aos Municípios, bem como da respectiva zona de protecção, com indicação, por parte da autarquia, de quais os imóveis em que a salvaguarda reporta ao próprio imóvel e quais os imóveis em que a salvaguarda se estende à zona de protecção. (Veja-se hoje a importância deste dispositivo na protecção de monumentos como As Pias dos Mouros).
Neste sentido, remetemos para a Carta Arqueológica do Concelho de Castelo de Paiva (que, embora patrocinada, em parte, pelo Município, raramente é tida em linha de conta nas várias intervenções — obras, arranjos urbanísticos, etc., - que vão pontuando pelo Concelho), e cujos sítios arqueológicos e monumentos aí identificados seria desejável beneficiassem de capítulo próprio no PDM concelhio, com indicação da sua situação actual bem como das medidas de salvaguarda respectivas.
Seria também desejável que o PDM esclarecesse, de modo definitivo, a situação do património deixado pelo Sr. Conde de Castelo de Paiva ao Município, bem como as medidas de salvaguarda a aplicar, de forma a travar a sua delapidação e ruína.
Entende-se, por fim, a necessidade de identificação e inventariação de outros imóveis ou sítios com importância histórico-arqueológica espalhados pelo Concelho, de forma a que os mesmos possam beneficiar das medidas de salvaguarda preconizadas para os já inventariados.

2. Florestação e abate de árvores ver questão do ;Mapa PDM art.º19 n.º 2)
A singularidade da nossa paisagem, tão apreciada por quem nos visita, dada a beleza do matizado de cores, no Outono decorrente da variedade de árvores e também na Primavera com as flores silvestres dos campos e montes, está a perder-se por causa dos processos de reflorestação.
Deverá esta revisão criar normas que impeçam a plantação massiva de eucaliptos bem como de outras espécies infestantes e por outro lado que valorizem a floresta tradicional.
Igualmente defendemos que se regulamentem os abates.

3. Potenciar a reconstrução e preservação do nosso parque habitacional
O tipo de construções, que nasceram nas últimas décadas, destinadas a habitação colectiva, e não só, descaracterizou os nossos centros históricos, bem como a tipicidade das nossas paisagens.
A singularidade (também) da nossa arquitectura popular é uma mais valia que estamos a perder. O exemplo deveria ser dado com a colocação de serviços públicos que poderiam ficar em espaços de edifícios recuperados, que os há bem situados, em vez das soluções que têm sido encontradas, de recurso à construção de raiz, abandonando e proporcionando inevitavelmente a degradação do nosso património com arquitectura popular e tradicional.

4. Saneamento
Manifesta a ADEP a sua preocupação pela ausência de saneamento, nomeadamente a construção das inerentes ETAR o que tem contribuído para que as linhas de água, tios (Douro, Paiva, Arda e Sardoura) e outros ribeiros desta região continuam a ser o destino natural dos nossos esgotos.
Só com a protecção destes recursos se poderá crer no seu pleno aproveitamento seja em termos sócio-económicos, desportivos, turísticos, etc.

5. Rio Paiva
Os diversos concelhos ribeirinhos, terão de encontrar um projecto à escala regional, de desenvolvimento sustentado, assentando na singularidade ambiental e paisagística que é a bacia do Rio Paiva e nas diversas potencialidades que podem atrair o mercado do recreio e do turismo.
Haverá fundos comunitários disponíveis para projectos a desenvolver em áreas sensíveis, como é o caso do rio Raiva (classificado pela UE como rede natura 2000).
6. Parque da Cidade
Propomos a introdução de um Parque da Cidade cuja localização seria entre a Bafareira e o Rio Sardoura. Será um espaço amplo que inclua o vale de Alvarigos, e um troço do Rio Sardoura. Ai existem hoje algumas quintas abandonadas, com algumas zonas arborizadas, vinhas e árvores de fruto, terrenos de cultura, matos e lameiros e onde há condições únicas para construir nele um espaço potenciador de actividades desportivas, de lazer, recreativas e ecológicas. São inúmeras também as actividades etnográficas rurais e de jardinagem que se poderiam desenvolver neste espaço amplo, com uma abordagem ambiental, à imagem de outros parques de cidade.            
Este espaço seria complementado pelas potencialidades vizinhas do Parque das Tílias e da Quinta da Boavista, valores que deverão merecer atenção nesta revisão.
Relativamente ao Parque das Tílias continuamos a defender um projecto global que considere todo aquele conjunto de edifícios, pela história, pela traça e arquitectura e pela sua localização.
P.S. – A plena realização de eventos no Parque das Tílias, de que são exemplos  a Feira do séc. XIX, ou (…), requer espaços amplos e multifuncionais, problemática que não passará despercebida a quem  cuida destas questões ou  pensa  e projecta  estruturas para o futuro.

A Direcção da ADEP

terça-feira, 9 de julho de 2013

Linho. Ainda haverá quem saiba, ou queira saber ?

Amanhã haverá linho no Parque das Tílias. Vai ser arrancado, separado da baganha e depois afogado. Para quem saiba ou queira saber coisas sobre esta planta, tarefas e tradições que lhe estavam associadas, aí está uma oportunidade.

É amanhã, mas atenção que o que se vai fazer apenas se faz uma vez por ano!

Este evento chegou a ser pensado para ser incluido na Feira do Vinho e do Lavrador, como já aconteceu noutras edições, mas não se reuniram as condições necessárias...

terça-feira, 2 de julho de 2013

Sessão de autógrafos no sábado no Posto de Turismo

                   animada sessão de autógrafos no Parque Biológico de Gaia

A próxima sessão de autógrafos de Mário Gonçalves Pereira terá lugar no sábado, 6 de Julho, das 15,30 horas às 17,00, no Posto de Turismo, em Castelo de Paiva.( recordamos que é dia de feira mensal e de feira do vinho) 

A partir de amanhã, " Santo António de Lisboa - encontro nas origens - Castelo de Paiva" pode ser encontrado nas seguintes livrarias:

Livraria Les Enfants Terribles
Rua Bulhão Pato, n.º 1
1700-081 Lisboa

Livraria Nun’Álvares
Rua 5 de Outubro, n.º 59
7300-133 Portalegre

Livraria Papelaria 115
Praça 8 de Maio, n.º 29
3000-300 Coimbra

Livraria Branco
Rua Dr. Roque Silveira, n.º 95
5000-630 Vila Real

Livraria Caminho
Rua Pedro Santarém, n.º 41
2000-223 Santarém

Representações Online
Praça do Comércio, n.º 108
4720-337 Ferreiros AMR

Livraria BrincoLivro
Rua Alexandre Herculano, 301
3510 – 038 Viseu

Livraria Universo
Rua do Concelho, n.º 13
2900-331 Setúbal
  
Livraria de José Alves
Rua da Fábrica, n.º 74
4050-246 Porto

Livraria Esperança
Rua dos Ferreiros, 119
9000-082 Funchal

Nazareth e Filho
Praça do Giraldo, 46
7000-406 Évora

Livraria Graça
Rua da Junqueira, n.º 46
4490-519 Póvoa do Varzim

Aliete S Clara Brito
Avenida 25 de Abril, lote 24 R/C
8500-511 Portimão

Livraria Caravana Unipessoal, Lda
Rua José Costa Guerreiro, 
Edf. Viaparque  B/B   R/C 
8100-596 Loulé 
  
Está disponível online no site da Chiado Editora e brevemente na wook, na Bertrand Online e no Sítio do Livro.
Em Castelo de Paiva, no Intermarché e na sede da ADEP.

É possível, também, encomendá-lo em qualquer balcão Fnac, Book.it, Bertrand e Bulhosa.