Em 2005 publicamos no TVS – Terras do Vale do Sousa,
enquanto nos deixaram, entre outros, o texto na página anexa que procura lembrar-nos
da valia da nossa história e do importante recurso que constitui a nossa
situação geográfica. Falamos também da epopeia que foi reunir artesãos
construtores e marinheiros para construir (em 1986) um rabelo e pô-lo a
navegar, “obrigar” a administração
pública a legalizá-lo e a encarar um projeto de turismo para o Douro.
O Rio, o turismo a partir do Douro, o artesanato e o saber
das gentes, nas suas mais variadas áreas de vida, são um potencial que tem sido
ignorado. Este desprezo, como erro que é,
há-de pagar-se caro…numa terra
“do leite e mel” a que chamaram já “ Suíça Portuguesa”, onde ao longos
séculos se formaram homens de trabalho e engenho que de longa data dominaram as
artes da pesca dos sáveis e das lampreias com que pagavam os foros e aprenderam
a confecionar lautas refeições, para venerar os seus santos, trabalharam na
mina, amanharam a terra, cultivaram o pão, o vinho, o azeite e o linho, desbravaram as terras, construíram socalcos, igrejas e capelas, construiram casas e
caminhos, fontes, levadas e moinhos; teares onde teceram o bragal, para as suas
roupas, e até os barcos com que comerciaram no Porto todas as qualidades de fruta,
animais e produtos agrícolas, onde não faltava também o mel, a compota e a
manteiga.
Hoje, volvidos estes anos, mergulhados na crise que
todos conhecemos, constatamos que perdemos esse trilho e desconhecemos se ainda
o saberemos reencontrar.
escreveu Martinho Rocha