segunda-feira, 30 de abril de 2018

O mais antigo escrito em Português, localizado na Torre do Tombo, é de nobres paivenses!


ERA LENDA!…  PASSOU A SER UM FACTO HISTÓRICO

O Pergaminho encontrado na Torre do Tombo com o considerado texto mais antigo escrito em Português atribuído  a Paio Soares Romeu, avô de Santo António, e ainda o texto latino escrito no mesmo pergaminho, onde consta uma doação de herdades de Soeiro Pais a sua mulher Urraca Mendes, pais de Paio Soares Romeu, nobres que viveram em terra de Paiva, conforme revelado no livro Sobrado de Paiva Medieval de Mário Gonçalves Pereira, veio confirmar que estes ascendentes de Santo António são a base fundamental para se poder afirmar que de facto Santo António teve a sua descendência e origens em famílias nobres da terra de Paiva, como, aliás, consta de árvore genealógica da Casa da Boavista, deixando, assim, de ser uma lenda para passar a ser um facto  de grande alcance histórico.


FAC – SÍMILE : Notícia de Fiadores de 1175

O mais antigo texto escrito em português por Paio Soares Romeu, em pergaminho, identificado com o n.º 10, do maço 20, pertencente ao fundo documental do Mosteiro de São Cristóvão de Rio Tinto, localizado em 1999, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, por Ana Maria Martins, designado por Notícia de Fiadores e datado na Era MCCXIII = 1213 (que corresponde ao ano de 1175 da Era cristã), constando de apenas três linhas, as primeiras indicadas na imagem fac-símile a seguir.


Transcrição do texto, primeiras três linhas:

Linha 1: noticia fecit pelagio romeu de fiadores Stephano pelaiz. xxi. soldos lecton. xxi. soldos pelai garcia xxi. soldos. Gûdisaluo Menendici. xxi. soldos
Linha 2: Egeas anriquici xxxta soldos. petro cõlaço. x. soldos. Gûdisaluo anriquici. xxxxta. soldos Egeas Monííci. xxti. soldos (…) Ihoane suarci. xxx.ta soldos
Linha 3: Menendo garcia. xxti. soldos. petro suarici. xxti. soldos  Era M.ª CCªª xiii. Istos fiadores atan. v. anos que se partia de isto male que li avem
 Paio Soares Romeu foi um senhor de Paiva, de família nobre com assento nos livros de linhagem, avô de Santo António de Lisboa, e descendente do fundador do Mosteiro de Paço de Sousa, conforme consta em árvore genealógica da CASA DA BOAVISTA, em Sobrado de Paiva.


Diz, ainda Ana Maria Martins, que partilha o mesmo suporte da Notícia de Fiadores uma carta de 1146 ( Era MCLXXXIV = 1184), em registo latino, doação de herdades, a título de arras (garantia de pagamento), por Suario Pelaiz (ou seja Soeiro Pais, dito o Mouro) a sua mulher Orraca Menendiz (Urraca Mendes). Estes Soeiro Pais e Urraca Mendes foram os pais de Paio Soares Romeu segundo a mesma árvore genealógica antes referida.
Esta segunda imagem é a mesma de cima mas rodada de 180.º, para melhor leitura do registo latino.


Notas:
1- Ana Maria Martins, Professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa;
2- Texto-narrativa adaptado por Mário Gonçalves Pereira.


sexta-feira, 27 de abril de 2018

ADEP PEDE À CÂMARA QUE PROTEJA AS 50 MAMOAS QUE ACABA DE REDESCOBRIR NO CONCELHO








Realizou-se a reunião que vinha sendo solicitada pela ADEP. Encontraram-se no passado dia 16 (da parte da Câmara Municipal estiveram presentes Adão Santos e Maria da Luz (respectivamente Director de Departamento Técnico e Técnica superior com formação em arqueologia).A reunião de trabalho que durou cerca de 90 minutos teve pela ADEP, os directores: Martinho Rocha, Elisabete Nobre, Fernando António Beato e Vitor Gomes, este Arqueólogo e também em representação da DGPC (Direcção Geral do Património Cultural) que fizeram assim entrega do trabalho que vem realizando e pediram aos serviços um contacto urgente com os proprietários e técnicos de reflorestação com vista à sensibilização e necessária protecção daqueles monumentos.

A ADEP obteve dos serviços a garantia de que a Autarquia vai com celeridade diligenciar/notificando todos os proprietários e profissionais da reflorestação esclarecendo das medidas e cautelas necessárias a fim de evitar  mais destruições, sensibilizando e alertando para a responsabilidade penal de tais acções e perda irremediável do nosso património histórico-arqueológico, dos nossos antepassados (de há 3000 a 3500 anos antes de Cristo).


O trabalho que a ADEP vem realizando traduz-se na elaboração de uma relação actualizada dos monumentos do neo-calcolitico, vulgo antas/mamoas, com localização GPS, conferindo a sua existência e integridade no terreno, com a descrição feita na Carta Arqueológica, que integrará o futuro Plano Director. Foram visitados até ao momento perto de 50 mamoas, cinco delas já destruídas (parcial e/ou totalmente), por máquinas de terraplanagem ao serviço da florestação não licenciada, perigo de destruição que estão a correr grande parte das restantes mamoas.

Depois que o assunto do vandalismo e dos perigos com a reflorestação  nas Mamoas de Carvalho Mau, Paraíso chegou  por iniciativa da ADEP ao Parlamento, à GNR, à Imprensa, à Câmara Municipal, à DGPC, tem vindo esta a coordenar com  a ADEP esses trabalhos de reconhecimento e identificação dos locais percorridos pelos últimos incêndios, onde se encontram em perigo muitos destes monumentos.  Há obras e trabalhos de florestação a decorrer nos terrenos queimados pelos incêndios, que não respeitam vestígios arqueológicos, antas, mamoas e outros monumentos. 
Este é o momento de agir preventivamente para amanhar não chorarmos o "leite derramado", tanto mais que este ano se comemora o Ano Europeu do Património Cultural!

ADEP

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Em Paiva os monumentos ainda (só) são uns trabalhos de arte de decoração nas rotundas!...



Ao 25 de Abril!

Mais ou menos apilarados vão ocupando as nossas rotundas uns pretensos monumentos  que sendo desejados apenas por alguns, são pagos por todos nós…
Representar a tarefa de medir vinho a cântaro, passá-lo por um funil ou balsa, é afinal, e apenas, um pequeno vislumbre de projecto bem largo e arrojado que ficamos hoje a conhecer. Nós que pensávamos que património (*)e monumento era tudo o que está do outro lado da estrada a degradar-se e que “grita” dia e noite por obras de recuperação…uma estrutura e local – pertença do Município - onde há lagares, pipas, tonéis e história, mas não…Quais mamoas de Carvalho Mau ou outras, Quinta Boavista, Minas do Pejão, Casas pedras e memórias dos Bulhões…
A coisa é outra, disseram-nos. É que não vai beber-se mais vinho, em adega, tasca, taberna, merenda de recreio, almoçarada de restaurante ou loja de centro comercial sem que o afamado Vinho de Paiva seja servido e acompanhado da mais que justa denominação e origem. Este ano não irá haver muito vinho, por causa da seca, mas as adegas estão cheias dele e bom, ao que dizem! E de hoje para o futuro acabou-se o tempo das uvas a serem compradas por produtores de vinho de Felgueiras, de Barcelos ou de Penafiel. Ponto de honra dos mentores do monumento é que passará a partir de agora a ser exclusivamente  vinificado, engarrafado e publicitado como vinho de Paiva. Fará parte da Casa de Payva, em substituição da extinta Cooperativa ? Eis assim bem justificada e compreendida a razão de  ser do pretenso monumento… está lançado e será implementado o mais que necessário e legitíssimo processo de controlo de qualidade e de origem, para o nosso Vinho!


Brindemos pois, um verde de Payva!



(*) ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Lei n.o 107/2001 de 8 de Setembro Estabelece as bases da política e do regime de protecção e valorização do património cultural
Artigo 14.o Bens culturais
 1 — Consideram-se bens culturais os bens móveis e imóveis que, de harmonia com o disposto nos n.os 1, 3 e 5 do artigo 2.o , representem testemunho material com valor de civilização ou de cultura.
2 — Os princípios e disposições fundamentais da presente lei são extensíveis, na medida do que for compatível com os respectivos regimes jurídicos, aos bens naturais, ambientais, paisagísticos ou paleontológicos.
_________________________________________
Artigo 2.º
Conceito e âmbito do património cultural
1 - Para os efeitos da presente lei integram o património cultural todos os bens que, sendo testemunhos com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devam ser objecto de especial protecção e valorização.
2 - A língua portuguesa, enquanto fundamento da soberania nacional, é um elemento essencial do património cultural português.
3 - O interesse cultural relevante, designadamente histórico, paleontológico, arqueológico, arquitectónico, linguístico, documental, artístico, etnográfico, científico, social, industrial ou técnico, dos bens que integram o património cultural reflectirá valores de memória, antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade ou exemplaridade.
4 - Integram, igualmente, o património cultural aqueles bens imateriais que constituam parcelas estruturantes da identidade e da memória colectiva portuguesas.
5 - Constituem, ainda, património cultural quaisquer outros bens que como tal sejam considerados por força de convenções internacionais que vinculem o Estado Português, pelo menos para os efeitos nelas previstos.







Paiva das Vinhas

sábado, 21 de abril de 2018

...20 anos depois. Os mineiros do Pejão, em Vila do Conde por Pereira Lopes!

Louvável esta iniciativa, a de rever, registar e divulgar as feições (e também a alma, permitam-me) dos antigos trabalhadores das Minas do Pejão tanto mais que é de autoria de fotografo que não é natural destas paragens. Inaugura-se hoje e é visitável por um mês em Vila do Conde!
E hoje, este fotografo, como ontem e com certeza amanhã, muitos outros autores vão manifestando um carinho e uma atracção por esta "epopeia de negridão" que deveria no mínimo servir de reflexão aos nossos actores políticos sobre o que (não) se fez e deveria fazer por esta temática.
Infelizmente esta temática, como outras de grande valia material e imaterial continuam a ficar de lado quando se tomam decisões e fazem grandes investimentos em projectos que recomendam dialécticas e temáticas sustentáveis. Há decisões que deveriam ser revertidas. Há património que deveria ser acautelado, não se fabrica mais...seja humano, material imaterial e/ou natural.


o. 

























Martinho Rocha

terça-feira, 3 de abril de 2018

Para saber mais, leia autores paivenses!

Para saber mais, procure, encontre, leia!



Alguns felizmente tiveram procura suficiente e estão esgotados, outros ainda podem encontrar-se à venda: Posto de Turismo, Casa de Payva, ADEP, Intermarché.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Ontem foi 1.º de Abril...

DOMINGO, 1 DE ABRIL DE 2018


Oliveiras no Largo do Conde e eucaliptos no Largo da Feira – estas são as novas árvores a plantar!

domingo, 1 de abril de 2018

Oliveiras no Largo do Conde e eucaliptos no Largo da Feira – estas são as novas árvores a plantar!





A decisão vem na sequência de um estudo encomendado no âmbito do projecto “Orçamento Participativo” lançado este ano pela Autarquia, que refere ter auscultado a população e que a mesma elegeu estas árvores por as considerar as mais adequadas, tendo em conta, no caso dos eucaliptos, a simpatia de que beneficiam pois são as árvores mais cuidadas e plantadas no território paivense desde os anos noventa (note-se que temos mais  eucaliptos  que  videiras – estas  que nos dão o famoso verde de Paiva). Queridos como são estão  assim encontradas  as árvores que dão mais garantias de cuidados por parte dos utilizadores do espaço da Feira, na antiga Veiga de Mogos ( um bonito nome a resgatar pela toponímia)…
Por sua vez no Largo do Conde a substituição vai fazer-se com oliveiras. Chegou-nos ao conhecimento que foi requisitado aos serviços oficiais da agricultura um primeiro lote de 6 oliveiras de grande porte e copa, que serão as primeiras a substituir as tílias recentemente abatidas. Esta substituição não deverá criar qualquer impacto ou diferendo negativo , associadas como eram as tílias à República, uma vez que as oliveiras são um símbolo universal da Paz; sendo que a razão da sua escolha, em respeito pelo mesmo estudo, está no facto de ser a árvore que melhor suporta as habituais e sádicas podas que os entendidos da arte gostam de praticar e exibir… vasto é o catálogo, pelas nossas ruas e parques…
A foto faz já parte da história. Com estas mudanças duas novas imagens vamos portanto passar a ter nas duas praças mais centrais da Vila!

Aladino do Pejão