terça-feira, 31 de março de 2020

Largo do Conde, Adiós obras ?


imagens apresentadas pelo Projecto de Requalificação do Largo do Conde e da Praça da Independência no site da Câmara Municipal de Castelo de Paiva


                                         foto após 01-12-1940

Largo do Conde, Adiós obras ?

Nas últimas horas tivemos a grata notícia da sensata decisão da Câmara dar sem efeito as obras anunciadas para o Largo do Conde.
Afinal a Câmara foi sensível aos argumentos apresentados pelas associações Grupo Desportivo, ADEP e civis praticantes desportivos, que diariamente usam o Largo da Feira, da insensatez que era empurrar para este Largo, e para esta zona residencial (rua 25 de Abril), permanentemente e portanto também em horas impróprias, o trânsito das estradas nacionais, que deixariam de poder circular no Largo do Conde, segundo as perspetivas do projeto de alteração.
Efetivamente estas associações já vinham, de longa data, a pedir que se procedesse a pequenas alterações no Largo da Feira, no sentido de dar mais sossego e condições aos praticantes desportivos, caravanistas e cidadãos em geral nas suas caminhadas diárias, pedindo inclusivamente que se limitasse o trânsito, especialmente no final de tarde, apenas aos moradores, por forma a acabar com o perigo e abusos dos rally’s e dos fumos dos escapes.
Sabemos também que foi decidido, reduzir as obras, no Largo do Conde, ao estritamente necessário, para regularização de pavimentos, e que foram considerados aceites os apelos, de alguns sectores políticos, no sentido do rigoroso respeito pela memória, pela patine, pelo desenho concêntrico e também pelo alinhamento das tílias, estas que vão ser repostas, como tributo aos valores e símbolos da República.
De facto uma observação naïf do Largo mostra-nos uma harmonia de linhas ovais e concêntricas que se sobrepõem em patamares e que delimitam campos, o primeiro a partir do ermo, com seu vetusto edificado; no âmago o pináculo onde se venera elevada a estátua do Conde. E se a rua empedrada dá acesso ao trânsito diverso, já o passeio lajeado tem uso restrito pedonal. No terrado enobrecido com tílias, bancos, sombras e recantos de jardim, encena-se e promove-se o encanto e o encontro, mais restrito ainda, e não falta a beleza das flores e o seu perfume a que se segue ao centro, o que será afinal a obra de arte de reconhecimento, ao maior obreiro da terra, e que o povo quis desde sempre ostentar com galhardia. E se nem os adversários republicanos que se seguiram aos projetistas monárquicos foram capazes de impedir que a praça se fosse arrumando e completando, de arranjos estruturais, até aos anos 30, já os autarcas socialistas de hoje, sem justificação e por mero capricho, tudo querem reduzir a tábua rasa, classificando a intervenção como conceito minimalista para apagar a memória de um espaço, tão emblemático, onde estão gravados tantos e tantos momentos de nossas vidas.
Finalmente sabemos também que foi garantida uma verba para estudar uma solução definitiva, em prol da saúde pública, que passa por acabar com a esterqueira diária da poluente cagada das pombas no edifício da Câmara!
Viva a participação cívica e Viva a República!


















hoje publicamos o texto de um leitor
Quim de Bila


Ontem foi 1.ºde abril...O momento que vivemos é também um tempo oportuno para pensar sobre as atitudes, relações, medidas e opções e o futuro virá exigir-nos respostas para outras utilidades, prioridades, necessidades, sob pena de irremediavelmente sermos expulsos da "nossa gaiola" como diz o nosso associado, ambientalista e amigo, Jorge Paiva. Também ontem o ilustre decano Ramalho Eanes nos falou da inevitabilidade de outro futuro, com valores, com outras visões da politica para com os cidadãos e para com a natureza.
Fique em casa vamos cumprir com as recomendações e tudo acabará bem !












Martinho Rocha

domingo, 22 de março de 2020

Circular junto ao cedro classificado é perigoso!

Já o fizemos e voltamos a publicamente alertar para o perigo de dois ramos, deste cedro, caírem porque já estão partidos, desde um dos últimos ciclones. Recorde-se que este antigo e belo exemplar do nosso património arbóreo foi recentemente classificado pela ICNF, merecendo também por si mesmo cuidados técnicos à altura das suas necessidades (e é caso para dizer, também das nossas...)




As fotos, que agradecemos a foto de Rui Pereira, não deixam dúvidas.

domingo, 1 de março de 2020

Partiu o Sebastião “da Casa do Povo”, a ADEP presta-lhe a sua homenagem!



A passagem do tempo ultrapassa-nos tamanha é a velocidade e tão grande o peso da inércia;  se não estamos despertos, se não fazemos um esforço para perceber e sentir o passar da brisa da vida, arriscamos a inócua passagem à fase final da metamorfose terrena e nada deixamos que recorde aos vindouros que a vida vale a pena e que connosco o mundo melhorou um pouco!
Não é o caso do Sebastião, que  foi nosso amigo, associado e diretor. Homem de causas e vontades, interventivo e militante. Muito antes de nós já o seu invejável currículo de cidadão ativo era reconhecido. A ele também se deve muito do que a ascensão social e cultural que a  Casa do Povo  proporcionou, felizmente há poucos anos teve a oportunidade de o lembrar na primeira pessoa; mas também o seu contributo passou por outras inovadoras iniciativas e projetos algumas que entretanto  foram modificadas e deslocalizadas, como por exemplo o início dos festejos a S. João de Paiva, que começaram com animação de cascatas na Frutuária, a ele se devem.
Sem a sua intervenção o nosso historial seria noutro; com entusiasmo, disponibilidade e persuasão bateu a algumas portas para pedir e reclamar apoios e ajudar a levar para a frente projetos e trabalhos com valor para a terra e que ajudaram a divulgar e a transportar para o futuro a memória e cultura das gentes de Paiva.
Acompanhou ativa e praticamente toda a epopeia de construção do rabelo “Douro – Paiva”, “escola de marinhagem” com os antigos arrais e marinheiros, atividade fluvial e turística e foi um ativista na causa do resgate e primeiro arranjo urbanístico do Marmoiral. Também o processo da integração da Casa do Povo foi por ele interpretado como uma oportunidade de defender os valores, incentivar e ombrear com os jovens para as causas comuns. E esta é uma grande lição de cidadania; já sexagenário, e durante mais de uma década, com o mesmo ou ainda maior ânimo que o dos jovens a que se associou, e que tinham metade da sua idade, trabalhou ativamente pela defesa do património Paivense!

Deixamos esta simples homenagem, cientes de que o nosso dever é tudo fazer para que os seus valores e lição de vida continuem a ser cultivados, para bem  da comunidade e harmonia com os deuses.





















Martinho Rocha