terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Locomotiva a vapor de via mineira "Pejão"


Continuam os trabalhos de Conservação e Restauro da Locomotiva a vapor de via mineira "Pejão"



Já tivemos oportunidade de noticiar trabalhos de recuperação na locomotiva "Choupelo" na rubrica "ainda pelas memórias das Minas do Pejão" voltamos a receber novas  de Jorge de Castro Paiva - associado atento a esta temática - notícias que muito nos agradam !


Próxima Assembleia Geral

A convocatória a próxima assembleia Geral para eleger novos corpos directivos e também proporcionar a discussão e votação dos documentos anuais de gestão:



domingo, 25 de fevereiro de 2018

“SOBRADO DE PAIVA MEDIEVAL” à venda também na FNAC


FAC – SÍMILE: Notícia de Fiadores de 1175

O mais antigo texto escrito em português por Paio Soares Romeu, em pergaminho, identificado com o n.º 10, do maço 20, pertencente ao fundo documental do Mosteiro de São Cristóvão de Rio Tinto, localizado em 1999, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, por Ana Maria Martins, designado por Notícia de Fiadores e datado na Era MCCXIII = 1213 (que corresponde ao ano de 1175 da Era cristã), constando de apenas três linhas, as primeiras indicadas na imagem fac-símile a seguir.
Transcrição do texto, primeiras três linhas:


Linha 1: noticia fecit pelagio romeu de fiadores Stephano pelaiz. xxi. soldos lecton. xxi. soldos pelai garcia xxi. soldos. Gûdisaluo Menendici. xxi. soldos
Linha 2: Egeas anriquici xxxta soldos. petro cõlaço. x. soldos. Gûdisaluo anriquici. xxxxta. soldos Egeas Monííci. xxti. soldos (…) Ihoane suarci. xxx.ta soldos
Linha 3: Menendo garcia. xxti. soldos. petro suarici. xxti. soldos  Era M.ª CCªª xiii. Istos fiadores atan. v. anos que se partia de isto male que li avem
 Paio Soares Romeu foi um senhor de Paiva, de família nobre com assento nos livros de linhagem, avô de Santo António de Lisboa, e descendente do fundador do Mosteiro de Paço de Sousa, conforme consta em árvore genealógica da CASA DA BOAVISTA, em Sobrado de Paiva.


Diz, ainda Ana Maria Martins, que partilha o mesmo suporte da Notícia de Fiadores uma carta de 1146 ( Era MCLXXXIV), em registo latino, doação de herdades, a título de arras (garantia de pagamento), por Suario Pelaiz (ou seja Soeiro Pais, dito o Mouro) a sua mulher Orraca Menendiz (Urraca Mendes). Estes Soeiro Pais e Urraca Mendes foram os pais de Paio Soares Romeu segundo a mesma árvore genealógica antes referida.
Esta segunda imagem é a mesma de cima mas rodada de 180.º, para melhor leitura do texto da carta.

Esta NOTÍCIA DE FIADORES vem transcrita no livro de Mário Gonçalves Pereira “SOBRADO DE PAIVA MEDIEVAL” à venda, em diversos locais, de que referenciamos os seguintes:

Chiado Editora e Chiado BOOKS – Lisboa

FNAC

Livraria BERTRAND

Livraria GALILEU (Cascais)

Intermarché – Castelo de Paiva

Casa de Payva – Castelo de Paiva

Hotel Casa de S. Pedro – Castelo de Paiva

Pastelaria TROPICÁLIA – Castelo de Paiva

ADEP via Telem. 968 206 757 (só para entregas em mão)

O fogo extingue, a inteligência acrescenta valor!





A apressada e abundante legislação criada e revista no pós incêndios de 2017, está a causar stress e alarme social com a imprensa a dar visibilidade às dúvidas e interrogações de estudiosos, investigadores e técnicos da área ambiental temendo-se que o resultado das medidas adoptadas venha a ser mais nefasto que o dos incêndios, para a natureza (aparte, claro, as mortes para as quais não haverá nunca termo de comparação e justificação).
As pessoas passaram a fazer queimadas diariamente, por tudo e por nada, com os resultados nefastos que se conhecem para saúde pública, para a luminosidade solar, para a paisagem verde, para a fauna, para os solos; há organismos da administração pública que estão a usar meios de comunicação cujas competências alguns consideram abusivas para a relação com o cidadão contribuinte.
Não se pretende aqui desconsiderar a necessidade de urgência conjuntural e/ou pontual de limpezas em certos locais, cortes de árvores até, apenas alertar que como diz o ditado popular: nem 8 nem 80! E depois não é apenas neste segmento que há medidas a implementar, fiscalizações a efetuar, consciências para sensibilizar…O território tem de ser objecto de melhor planeamento, seja para construir seja para florestar; também a natureza e as atividades e valores ancestrais de vida e da nossa história colectiva tem de merecer outro respeito!
Os grandes desafios que as sociedades desenvolvidas e esclarecidas tem pela frente, assentam em medidas e processos que com grande consensualismo se pensa serem hoje o único caminho para fazer frente ao aquecimento global o grande responsável pelas alterações climáticas. Impõe –se portanto implementar lógicas de reutilização, reciclagem, diminuindo os lixos, a poluição, encontrando novas forma de energia, mais limpa, racionalizando meios, diminuindo custos, integrando economias circulares.
Também os nossos resíduos florestais devem ser utilizados num circuito que os valorize e integre, para aquecer lareiras, fogões, para compostagem, e se tiverem que ser queimados que seja para produzir energia, não podem é ser queimados a toda a hora, por todos, sem qualquer proveito e com os malefícios que se apontam a tal prática.
E se tais medidas têm custos, como é natural, elas devem ser pagas com os proveitos que advenham na utilização dos novos produtos estes que terão de ser promovidos  logicamente com meios que hoje se calhar estão a ser largamente sorvidos pelo combate aos incêndios. E é aqui que nesta nova ordem para o futuro da floresta e do ambiente que algumas políticas tem de ser alteradas; teremos de colocar a tónica na prevenção e não no combate aos incêndios e na sensibilização de mentalidades. No terreno as atitudes diárias dos cidadãos têm de mudar, como tem de mudar a organização funcional da politica de resíduos e energias. Novas praticas terão de adotar as autarquias, as organizações sanitárias e as de proteção civil.
Desde que se ouviu a noticia do fim da proibição das fogueiras e queimadas, há diariamente uma imensidão de fogueiras e colunas de fumo, cheiro a queimado e ardência no olfacto; por todo o lado onde houver  quinta, quintal, quinteiro e jardim, é vê-las, às centenas. Os políticos esquecem-se de lembrar, nestas leis que as permitem, que, no imediato,  também há outros processos para eliminar detritos: a compostagem por exemplo, e tem menos custos para o ambiente. No verão tivemos a trágica queima dos incêndios, agora assiste-se a esta corrida às queimadas, temos também os fogareiros e fogões no aquecimento a queimar dia e noite...
Da mãe natureza chegam-nos sinais de stress e descontrolo, que se expressam nas recorrentes alterações climáticas com catástrofes imprevisíveis, e nós continuamos a fazer de conta que não se passa nada... ou que mudar comportamentos e atitudes é só para os outros... Ainda não encaixamos que mudar comportamentos é mesmo para todos!


P.S.
Está a circular no Facebook um apelo para que assine esta petição.
É uma questão bom senso, pensamos, com a qual não podemos deixar de estar mais de acordo. Se quiser aceitar, o nosso pedido, assine!


Apoie esta Petição. Assine e divulgue. O seu apoio é muito importante.

Salvar as árvores e a paisagem nacional da razia em curso

Para: Ex.mo Sr. Presidente da Assembleia da República

Ex.mo Sr. Presidente da Assembleia da República,

Na sequência da recente versão que, pelo Decreto-Lei 10/2018 de 14 de Fevereiro, foi dada ao Decreto-Lei 124/2016 de 28 de Junho, que tem por objecto o Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios; atenta a notória desorientação pública gerada pela norma, sobretudo após a versão simplificada feita circular através de correio electrónico pela AT; consideradas as múltiplas críticas manifestadas por vários especialistas e a generalizada reacção negativa da população; salientando-se o grave e desmesurado impacto que as medidas preconizadas ameaçam produzir sobre a paisagem rural e seus ecossistemas, vêm os peticionários junto de V. Ex.a requerer iniciativa parlamentar com vista:
1. À imediata suspensão da vigência do diploma em causa;
2. À promoção de uma campanha pública informativa desta suspensão;
3. À revisão da iniciativa legislativa em termos que permitam salvaguardar, pelo menos, os arbustos, árvores e arvoredos que:
a) formem parte de cursos de água (galerias ripícolas);
b) formem parte de corredores ecológicos;
c) pertençam ao género Quercus, ou a outras espécies de folhosas autóctones;
d) pelo seu porte, enquadramento ou história, revistam particular valor estético, paisagístico ou patrimonial;
e) formem parte de sebes ou delimitações de terrenos;
f) constituam pomares, olivais, soutos, nogais ou amedoais;
g) pertençam a parques, jardins ou alamedas. 

























Martinho Rocha

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

LAMENTAMOS O QUE SE ESTÁ A PASSAR COM A FALTA DE PROTECÇÃO AOS NOSSOS MONUMENTOS.








LAMENTAMOS O QUE SE ESTÁ A PASSAR COM A FALTA DE PROTECÇÃO AOS NOSSOS MONUMENTOS. HÁ OBRAS E TRABALHOS DE FLORESTAÇÃO QUE NÃO RESPEITAM, MAMOAS E OUTROS MONUMENTOS!

O assunto - no que respeita às Mamoas de Carvalho Mau, Paraíso- já chegou ao Parlamento (mas também à imprensa, à Câmara Municipal, à DGPC - Direcção Geral do Património Cultural, e até à GNR) e agora aguardamos que especialmente as entidades com responsabilidades na administração central e local tomem medidas, venham ao terreno e nomeiem vigilantes e/ou curadores, face aos atropelos, informem e notifiquem os prevaricadores dos seus direitos e deveres e acautelem actos desrespeitosos como os que vimos assistindo, sob pena de se perder irremediavelmente património histórico-arqueológico, megalítico dos nossos antepassados, de há 3000 a 3500 anos antes de Cristo. Sendo que além deste valores outros há de outras Eras a correr igualmente perígo.
O concelho não é tão rico assim que possa deixar perder este importante vector cultural indispensável a uma estratégica de desenvolvimento sustentável e que hoje é um aliado importante do turismo cultural.
É impensável que num concelho onde se cometeram ao longo dos anos tantos atentados ao património histórico e arqueológico,  que tão divulgados foram, alguns deles onde houve intervenção dos Tribunais; terra que não mereceu ainda da administração local aprovisionamento de meios para uma reserva museológica, se  desconheça, se desleixe, se deixe andar ao sabor dos interesses imediatos e individuais quando o património é um bem cultural que a todos pertence e é assim que terá de ser  gerido e administrado.

Lamentamos!


























escreveu, Martinho Rocha

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Reflexão sobre o Testamento do Senhor Conde de Castelo de Paiva




O Presidente da Direcção da ADEP, Martinho Rocha, usando da palavra na cerimónia de apresentação do novo livro de Mário Gonçalves Pereira, “Sobrado de Paiva Medieval”, convidou os presentes a uma reflexão sobre o Testamento do Senhor Conde de Castelo de Paiva.

Em síntese,
agradeceu a colaboração do associado/autor  e ainda Presidente da Assembleia Geral da ADEP, por mais esta obra para engrandecer o panorama histórico e bibliográfico de Castelo de Paiva.

“BEM  HAJA ENG.º MÁRIO GONÇALVES!!
Encontrando-nos nós num local tão emblemático no que respeita ao património material e imaterial de Castelo de Paiva, aqui em Sobrado, na Casa/Quinta da Boavista, entre estas paredes carregadas de memórias e vivências que nos transportam desde o último proprietário, numa linhagem ascendente aos parentes próximos de Santo António, paremos um pouco para reflectir sobre o testamento do senhor Conde de Castelo de Paiva.

Sobre duas notas muito sucintas:
Ouve-se a miúde dizer que:
 1. só depois da terceira geração dos usufrutuários/legatários a Câmara será proprietária;
 2. só depois dos usufrutos está obrigada a criar a Casa Museu Conde de Castelo de Paiva.
 Ouve-se, e não passam de meras opiniões, às vezes muito convenientes…

VAMOS APENAS AOS FACTOS:

 I - Não temos de esperar pela terceira geração porque há hora do falecimento do senhor Conde essa terceira geração não existia…   Veja-se o CÓDIGO CIVIL – art.º 1.441.º;

II - A nossa Câmara / Município também não tem de esperar até à terceira geração para ser proprietária, porque ela já é proprietária, com registo feito, desde Outubro de 2003 da Casa da Torre de Vegide, da Quinta de Gondim, da Quinta da Serrada, da Quinta da Boavista e outros;

III - Há os usufrutos, é verdade, mas em situação semelhante, do mesmo testamento, em Oeiras esse problema já foi resolvido;

IV - A Casa Museu Conde de Castelo de Paiva não avança porquê? O sr. Conde podia ter dado outro destino aos seus bens. Podia ter criado uma Fundação Autónoma – como nos anos 80/90 se defendia - também a ADEP -, mas não, o sr. Conde deixou o seu património ao Município de Castelo de Paiva com a obrigação deste criar e manter a funcionar a Casa Museu Conde de Castelo de Paiva…e não foi só o Município que ficou com esse encargo de ajudar à sua criação, também pessoas singulares, que ele nomeou e que estão vivas: o senhor Viriato (usufrutuário), entre outras;

V - O senhor Conde faleceu aos 19 de Março de 1997.O Município aceitou o legado!
Quando vai respeitar a sua vontade?”

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Deve, também, consagrar-se a Sobrado de Paiva o estatuto de terra-berço da língua portuguesa!




Obra Sobrado de Paiva Medieval

de Mário Gonçalves Pereira


- Da apresentação em 3 de Fevereiro de 2018, destacamos as seguintes observações do autor:

O livro ora em apresentação é mais um da colecção ECOS da História, editado a expensas da ADEP, concebido com base em fundamentos históricos medievais, que se pretende fiquem a perpetuar, como mais um capítulo, nos anais da história de Castelo de Paiva, em especial, de Sobrado de Paiva.
Não podemos servir-nos da terra que pisamos apenas para nos alimentarmos, dormir e procriar: temos de produzir, ou construir algo como recompensa pela nossa passagem. Neste contexto, e como um novo contributo da minha parte, entra   hoje no mercado livreiro esta minha pequena obra.
É um livro de uma viagem no tempo, com uma retrospetiva de mil anos, para dar continuidade ao fazer da nossa história nos dias de hoje. Como tantos outros, este livro pretende afirmar-se como instrumento indispensável para a cultura de um povo, neste caso específico, do povo de um pequeno território a que deram o nome de Paiva. É um livro que perdurará enquanto não for  destruído pelo tempo e por aqueles homens cujo espírito não se identifique inteiramente com a história, a nossa história local, mas, no meu entender, os livros de história não deveriam ser destruídos nunca; ao menos que se perpetuassem até que surgissem outros que melhor os pudessem substituir.
- E continuou:
Não fora a existência de pergaminhos medievais dos séculos X, XI e XII, anos de 1066, 1070 e 1175, ou mesmo antes, e não estaríamos, hoje, aqui reunidos a remexer o passado.

Fazer o lançamento da obra Sobrado de Paiva Medieval, berço de Villas, Quintãs ou Honras e Terra dos Senhores de Paiva, Nobres oriundos dos Reinos da Galiza, de Leão e da Borgonha, nesta Casa da Boavista, fruto da raiz da antiga Honra de Sobrado e villa já em 1066, faz toda a diferença. Na antiga villa de Gondim que fazia parte da honra de Sobrado, viveu Paio Soares Romeu, avô de Santo António. Devo confessar que tendo viajado já por quatro continentes, esta foi uma viagem especial, mas sem viajar, foi a minha primeira viagem efetuada ao passado medieval de Sobrado de Paiva, na busca da sua raiz histórica. Não há, assim, outro local mais apropriado e digno para fazer a apresentação pública desta obra literária, que traz ao nosso conhecimento factos da história deste lugar, passados há mil anos e que é o motivo porque aqui estamos reunidos, honrando este espaço que muito nos diz sobre os antepassados que por aqui passaram e que, hoje, homenageamos com a nossa presença.
- E saudando duas presenças:
Quero, também por isso, cumprimentar e apresentar as boas vindas e parabenizar quer os usufrutuários desta propriedade, na pessoa do senhor Viriato Soares de Almeida, quer a Câmara Municipal, na pessoa do seu presidente Dr Gonçalo Rocha, (aqui substituído pela Dr.ª Paula Melo) que representa neste momento o município que virá a tomar posse definitiva desta Casa e destas terras, num futuro ainda desconhecido, mas que preferiríamos que fosse breve, e agradecer-lhes o facto de terem proporcionado a realização deste evento,  neste local tão simbólico.
E a coincidência de estarmos aqui juntos, por causa de um livro, é, também, um momento de reflexão que propicia a aproximação ao entendimento sobre coisas bem maiores, e que serve, nesta oportunidade, para lembrar e apelar à necessidade de preservar todos estes bens, imóveis e recheio, que há muito aguardam e merecem um futuro melhor e adequado às suas características físicas e ao fim para que foram predestinados pelo seu ex-proprietário, o último Conde de Castelo de Paiva, José  Martinho de Arrochela de Miranda Montenegro de Lancastre Martens Ferrão de Castelo Branco. O tempo urge, as intempéries são cada vez mais catastróficas, pelo que todos nós ansiamos e apelamos que as partes interessadas reúnam e redobrem esforços e procurem quanto antes, minimizar os efeitos nefastos a que tais bens estão sujeitos. O que fizerem hoje, no futuro estará melhor; se nada fizerem, amanhã será tarde. Deem as mãos, unam vontades e faça-se alguma coisa já neste ano de 2018, o ano europeu do património cultural.

Ao compilar os elementos para compor Sobrado de Paiva Medieval, muitas vezes afloraram no meu pensamento, sentimentos de quanto poderia o concelho ganhar com o investimento que se fizesse para pôr de pé a CASA-MUSEU da BOAVISTA. Creio que não será tão difícil, como possa parecer. O caminho para lá chegar tem muitos caminhos,  é certo, mas basta que as partes interessadas reúnam vontades bastantes para o estabelecimento de um acordo, com indemnizações a contento de todos os usufrutuários, e a Câmara tomaria de seguida posse da coisa. O resto viria por acréscimo, certamente, agora que os bancos andam ansiosos por emprestar o dinheiro de que dispõem, sem movimento, nos seus cofres-fortes. E deveria  aproveitar-se a onda propícia dos juros baixos, que não tardarão  a subir, se é que já não iniciaram a subida, o Fundo de Turismo, organismos do Estado e Fundos da União Europeia, não ficarão alheios à importância da realização de tais obras. E depois há o povo - sim o povo - que é generoso quando a causa o justifica. Recordo que a estátua do Conde e o edifício da Misericórdia, nesta terra, foram executados com cortejos de oferendas e peditórios feitos pela população.
No entretanto, verifica-se que algumas melhorias deveriam, desde já, ser iniciadas nestes espaços. Não deixem cair as árvores e as pedras que vêm dos séculos passados e que tanto trabalho e engenho deram a equilibrar.  Não se pode ficar alheio ao tempo que passa e que corre depressa. Gostaríamos que tudo isto não se tornasse numa imerecida herança. Não tardará o tecto da casa vir abaixo. O estado interior da capela de Santo António é uma dor d’alma.
- E deu sugestões:
Em benefício desta causa, existe aqui um recinto formidável para a realização de eventos festivos ou outras actividades a que se pode deitar mão para o rentabilizar, como sejam: noites de fado sejam os de Coimbra, de Lisboa ou do Porto; Concertos pela Academia de música, Teatro para crianças, jantares de apoio à causa, etc. etc., a preços justos, podiam reverter para obras de beneficiação.
- E apelou:
Também aos párocos do concelho faço um apelo: se pudessem, e se se quisessem revezar, podiam celebrar de janeiro a junho, mês do Santo António, todos os anos, uma missa semanal nesta capela, ainda que com algum sacrifício da sua parte, cujos donativos da assistência deveriam reverter para obras de restauro da mesma.
E não ponho de parte a hipótese de os mesmos párocos se organizarem e conciliarem as datas dos casamentos de cada ano, dentro do possível, e realizarem aqui, em comum, numa só data festiva, os casamentos de Santo António dos noivos do concelho, que poderiam percorrer, a pé, o percurso desde a ADEP, rua da Boavista acima, até esta Capela de Santo António, ao som da marcha nupcial. Vejam só a beleza que este evento proporcionaria ao público que acorreria a ladear tal artéria.
- Sugeriu ainda:
E à Câmara municipal lembro que poderia estender parte dos seus Serviços como os ligados à Arquitectura, Urbanismo e mesmo obras, instalando-os na Casa Torre de Vegide, ou mesmo fazer deste edifício a Torre do Tombo do Arquivo do município de Castelo de Paiva. Enfim, muitas outras ideias podem surgir, se entretanto procurarem meter mãos à obra. Um homem que não se alimenta de sonhos - já dizia Shakespeare – envelhece cedo.
Por isso peço ao senhor presidente da Câmara e ao senhor Viriato, que façam deste evento o ponto de partida para iniciarem conversações com vista a uma solução definitiva para a Casa Museu e afins. Os terrenos circundantes, a incluir no projecto, rentabilizados, trarão um acréscimo importante ao comércio local com todos os benefícios daí resultantes em termos de emprego e de receitas.
- E referindo-se ao livro, salientou:
Reportando-me ao livro em apreço, Sobrado de Paiva Medieval, devo confessar que é uma pequena súmula de alguns feitos e acontecimentos medievais protagonizados por personagens aqui nascidas e criadas e por isso apelidadas com o nome Paiva: Paiva uma terra que cresceu sempre de pé porque as pequenas montanhas não têm planícies para se deitarem nelas, mas há rios a banhar-lhes os pés, rios que permitiram que várias civilizações chegassem até aqui.
Preparei o trabalho para a composição deste livro como se estivesse qual aluno, sujeito à disciplina de escola, imbuído da responsabilidade de apresentar a um júri todo esse projecto que ia compilando, com pesquisas e mais pesquisas, com as quais fui aprendendo e tomando conhecimento dos novos factos da história que, simultaneamente, ia escrevendo para memória da História de Sobrado de Paiva, de tal sorte que encontrei, com um misto de grande emoção, surpresa e enorme sentimento de satisfação, descrições da coexistência aqui, nesta terra que pisamos, na margem do paiva, de dois paivenses ilustres: um, ligado à primeira cantiga escrita em galaico-português, João Soares de Paiva e outro, seu irmão, Paio Soares Romeu (de Paiva), tido como o autor do primeiro texto escrito em Português, ambos ascendentes de Santo António: João Soares de Paiva, como bisavô e Paio Soares Romeu como avô, maternos.  Logo magiquei que bem merecem, os dois, ser honrados na toponímia da área onde já existe um arruamento com o nome de seu pai, Soeiro Pais de Paiva, o Mouro, pelo que me permito deixar sugestão de duas ruas, para esse efeito, ao sr. Presidente da Câmara, para que a história se lembre deles para sempre.
- E comparou:
A história de Portugal consagra a Guimarães o direito de terra-berço da nacionalidade portuguesa.
A partir de agora deve, também, consagrar-se a Sobrado de Paiva o estatuto de terra-berço da língua portuguesa, que assume assim, um posicionamento histórico da maior relevância, porque aqui viveu um nobre paivense autor do mais antigo texto escrito em português.
- E agradeceu:
Deixo, também, ao cuidado dos exmos convidados a busca, na obra ora lançada, do restante da história medieval de Sobrado de Paiva.
Acresce dizer-lhes que a partir de hoje, este livro já não é meu, compartilho-o com todos vós. Podem levá-lo e compartilhá-lo, também, com outros familiares e amigos. É por uma boa causa, a ADEP, Sobrado de Paiva e a sua história agradecem, eu também.

A todos, muito obrigado.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Sobrado de Paiva Medieval de Mário Gonçalves Pereira!




Ei-lo!
E como disse António Moreira da Fonseca, na brilhante apresentação, além de informar dos feitos de nossos antepassados, é um “medicamento”, lê-lo melhora a nossa auto-estima!
Para nós Paivenses, portugueses que nem sempre nos sabemos entender sobre a defesa que devemos fazer das nossas causas comuns, é bom não esquecer que falamos todos o Português e que isso acrescenta ainda mais responsabilidade à nossa forma de estar e de nos relacionarmos. É que nos podemos vangloriar de termos entre nós paivenses os primeiros autores de português escrito (prosa e verso).
Mário Gonçalves Pereira que no âmbito das actividades da ADEP - como gosta de referir – esgalhou muito bem esta obra, buscando ligações familiares dos autores aos ascendentes de Santo António, como os documentos genealógicos comprovam, abre um capitulo de nova discussão (esperemos que de consequente acção) sobre o futuro da Casa Museu do Conde de Castelo de Paiva, na Casa e Quinta da Boavista e outros (Casa da Torre de Vegide, Gondim e Serrada) que foram legados (em raíz) ao Município - que aceitou - e que de há vinte anos a esta parte, em sua defesa e conservação pouco ou nada fez, nem muito menos, em respeito pela vontade do Testador (o 3.º Conde de Castelo de Paiva), assunto, designadamente no que concerne ao testamento, que merece uma reflexão, como pediu Martinho Rocha, presidente da Direcção da ADEP. 
O carinho demonstrado pela presença de tantos leitores quererá para nós significar que Mário Gonçalves Pereira deve abordar outros temas num futuro próximo.
Bem Haja, Mário Gonçalves Pereira!



























Martinho Rocha



Mário Soares: a nossa homenagem!


“Douro Paiva” aquando da descida do Douro do Senhor Presidente da República Dr. Mário Soares, em 1988 (acompanhado de várias  personalidades como António Guterres, Pinto Balsemão, etc.).


Na semana em que se comemora um ano após a morte de Mário Soares e que lhe foi prestada homenagem em Estrasburgo  no Parlamento Europeu, também nós não poderemos deixar passar a data sem lembrar que entre outras razões de homenagem nos toca particularmente a sua atenção às causas ambientais e do património especialmente a sua iniciativa, em 1988, de descida do Douro em barco rabelo - o nosso "Douro Paiva" - apontando para o futuro promissor que era o Douro e o turismo; motivos que nos tinham levado a construir essa embarcação e a destiná-la a passeios turísticos.
Agora "Uma das salas de trabalho do Parlamento Europeu passará a ostentar, a partir de agora, o nome desse grande democrata e europeísta que foi Mário Soares".

in Terras de Paiva



imagem dos recentes trabalhos de restauro no Parque das Tílias onde repousa o "guerreiro"

                                  idem


in JN, cónica do deputado Silva Pereira de onde se transcreveu a frase alusiva ao baptismo da sala de trabalho
















Martinho Rocha

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

“Esse rio que era Douro”, de Manuel Caetano de Oliveira




“…o homem, o ser humano, não devia morrer…“ e se Simão Cardoso o diz ao jeito de quem aponta à leitura de inscrição filosófica insculpida no frontispício de um pórtico votivo à memória do mais comum dos mortais, é para Caetano de Oliveira que esse desejo e clamor se dirige! E ainda que o apresentante da recentemente editada obra “Esse rio que era Douro”, na oração de memória  “in memoriam” ao autor, seu amigo,  nos tente anestesiar, massajando-nos essa dor (que só conhecemos quando perdemos os que nos são próximos…) com ditos como “A Vida tem um sentido que se projecta muito para além do tempo real; não desaparece, apenas se transforma em Vida, uma Vida Nova…”) cola-se-nos um pesado sentimento de orfandade, mesmo para quem – qual filho estouvado e desavindo – , demasiado tarde, conhece verdadeiramente o pai…
Conhecer um pouco da vivência ribeirinha, na nossa região, e deparar com a descrição feita por Caetano de Oliveira às insónias e canseiras  da pequena campanha do pescador e seus auxiliares “Mundo” e “Portugal”  na crónica d’A pesca do sável”, que leva João de Araújo Correia a exaltar este texto e propô-lo para o lastro e  fundações do Museu do Rio Douro, é perceber e aceitar que afinal à morte física uma nova Vida se segue…. E mais diz, e bem: “Há vidas, umas mais que outras, que permanecem actuantes, nesta terra, até à consumação dos séculos.”
E se esta arte de bem trabalhar a “tesoada” requer cuidados redobrados, em defesa da ética e com vista ao necessário rendimento, a nossa função, prestando tributo ao autor e apresentante, deve ser apenas o mais  pedagógica possível, e não pode fazer outra coisa, que recomendar a sua leitura.


Manuel Caetano de Oliveira, ao centro, numa entrega de prémios aos vencedores dos Jogos Florais da ADEP, no Castelo, nos finais dos anos 80, de que aceitou ser membro do Júri. 





















Martinho Rocha