sábado, 30 de novembro de 2013

As casas da Cadeia: de Nojões e de Sobrado !


O Edifício da Cadeia na Praça da República e Largo do Conde foi construído para substituir a antiga Casa de Audiências e Cadeia de Nojões. A sua construção, paga a expensas do concelho,  foi decidida por sua Majestade em 1775, na sequência de exposição feita por juíz e mais oficiais da Câmara do concelho alegando que estava de tal forma degradada (a casa de audiências e cadeia de Nojões ), que  os presos com culpa grave tinham de ser levados para cadeias (mais seguras) de cabeça de comarca e “se metiam nela os presos, logo saiam para fora” …“quando chovia, eram obrigados a socorrerem-se de casas particulares alugadas para o efeito” coisas que além do prejuízo que acarretavam levava a uma grande falta de temor da justiça…
Em 1832 já o edifício servia de Casa de Comarca e Paço Foral das Audiências, como pode ver-se num interessante “abaixo-assinado” dirigido a Sua Majestade, pela Câmara, Clero, Nobreza e Povo deste concelho.

O texto anexo foi elaborado a partir de consultas feitas no Arquivo da Casa de Bragança, em Vila Viçosa, e fundamentou o pedido de classificação do Edifício da Cadeia, que a ADEP apresentou na SEC (Secretaria de Estado da Cultura) no início da década de 80.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

DUAS DATAS, MAS UM SÓ FORAL !

No domingo 1.º de dezembro de 2013 comemora-se o 500.º aniversário da outorga por D. Manuel I do Foral à Terra de Payva.
No dia 6 de maio de 2017 comemorar-se-á o 500.º aniversário da entrega do mesmo em Nojões, contra o pagamento de 700 reais, na presença de diversas individualidades como se diz:


“Anño Do nascjmento De nosso Senhor Jhesu christo De mjll e quinhentos e dezasete anños ssejs Dias Do mês De Majo Em o Vyllar de Nojõees que he ê termo Do Jullgado e terra De Payua no alpêdere De Gonçalo annês çapateyro EstanDo hy ffernam Dalluarez e Gonçalo pirjz Vereaedores e lujs alluarez pprocurador do Cconcelho e Joam añes Do Dicto logo e Joam alluarez De Nojoêes e outros homêes Do Dicto Concelho e bê assy estando hy alluaro barrosso criado e meyrjnho e pprocurador Do Senhor Lopo De soussa Senhor Da Dicta terrã – parecêo hy perante elles bras de ferreyra scripuã Dalfandega e allmoxarife daueyro e logo per elle foy amostrado hû Regimento que falla Da maneira ê que sse am De lançar os forãees e bê assy appressetou este forall que ffoy pobricado a todos e outro tall E este carregou aos Dictos Vereaedores e pprocurador e homêês bõõs e lhes Requereo que o conprise como ell rrey per elle mãda e que lhe pagãse setecentos rreaaes que sse nele monta e elles Receberam o Dicto forall e Diserõ que lho pagarjam testemunhas prresêtes erão Gonçalo pirjs / morador ê fornos e antonjo martjnz De ssãa E outrros e eu Johãm ffernandez tabeliam puprico e Judiciall no Dicto Concelho e escrispuã Da câmara que a todo fuy pressête e o esto escrepuy” 

domingo, 24 de novembro de 2013

Santo António e seus ascendentes na versão de Pinho Leal


                                    Capela de Santo António - Casa da Boavista


S. João / Santo António: qual deles festejar em Paiva?

Haverá argumentos para ambas as escolhas. Em todo o caso  agora em  plena comemoração de S. João com folguedos tamanhos, marchas, foguetórios e noitadas animadas em que até o vinho vai escorrer pelas gargantas, haverá quem aconselhe se deixe o assunto no sossego, como de resto tem estado.
Pode parecer portanto despropositado em plenas comemorações de S. João vir falar de Santo António e se a favor daquele pesam estes anos de tradição com marchas e bailaricos  a mobilizar as escolas e os bairros, a favor deste temos locais que passados estes anos continuam a fixar lendas que não esquecem aos populares e que fascinam autores e poetas, narrativas das andanças e proezas pelas fontes e  caminhos da criança prodígio que viria ser “ O Santo” como carinhosamente é tratado em Pádua. 
Discutir o assunto nesta ocasião,  áparte a presumida falta de concentração por causas dos festejos, terá as suas vantagens para se ponderarem/compararem os gastos/investimentos que temos vindo a  fazer no S. João. É que deve pesar-nos na consciência o estado em que estamos a deixar cair esses locais de referência, alguns a saque, todos ao abandono e degradados.

Quando se perceber que a defesa que se faz pela preservação da memória e divulgação deste valor cultural não acontece por qualquer capricho, adoração de santidade – ainda que ela tenha grande valor social e espiritual - , clubite ou partidarismo, então talvez estejamos no bom caminho e todos tenhamos algo a ganhar. É que Santo António é possivelmente o português (e de ascendência paivense!), mais conhecido por esse Mundo fora, desde sempre, qual Figo, Cristiano Ronaldo ou António Guterres. Veja-se a profusão de imagens, em altares, nichos de azulejos, estátuas e memórias por tudo quanto é sitio, nos quatro continentes, como se pode ver na obra de Mário Gonçalves Pereira “Santo António de Lisboa – encontro nas origens – Castelo de Paiva”, que a ADEP ajudou a publicar recentemente.


                                  ____________________________


De Pinho Leal, desse incontornável historiador, que merecia nome de rua na nossa terra, que nos deixou algumas deliciosas referências sobre os nossos valores sociais e culturais e as muitas, não menos credíveis, constatações de inúmeros vestígios arqueológicos e não só; a que obrigatoriamente havemos de voltar, transcrevemos: " Com razão se ufana esta villa de ser pátria de D. Soeiro de Azevedo, que aqui viveu e falleceu.
A uns 150 metros a O.N.O. da egreja matriz, e do lado da retaguarda d'ella, em um mato, se vê um montão de entulho, e tenues vestígios de alicerces que, segundo a tradição, são restos do paço em que viveu e falleceu D. Soeiro.
De D. Soeiro e de sua mulher, nasceu Maria Soares de Azevedo que casou em S. Vicente da Calçada, acima de Entre-o-Rios (na margem direita do Douro) e deste casamento nasceu D. Theresa d'Azevedo, que casou em Lisboa com Martim (ou Martinho) de Bulhões e foram paes do nosso popular Santo António de Lisboa"(*).
Referência interessante esta se considerarmos que esses vestígios de alicerces resistiram até aos finais do século passado, a esse sítio, ou seja a esse terreno se chamou "O campo de trás da Torre". Efectivamente podemos testemunhar que um residente e seu proprietário nos assegurou que no local onde procedeu a obras de construção "havia de facto uma entulheira antiga ". Episódios destes poderiamos inumerar bastantes...e nem por isso foram (que se saiba) objecto de um estudo mais recente e avalisado, tanto mais que também há quem goste de desconsiderar os relatos e opiniões de Pinho Leal. 
Esquecemos com facilidade que há época (1880) não existiam ainda boldozeres e retroescavadoras e não se fazia então sentir pelos outeiros e quebradas (qual eco, encontrado em Paiva, a que também Pinho Leal quis deixar associado o seu dote de ouvidor, deixando disso registo, e de que havemos de falar...) tal surto de construção que tudo arrasou à sua passagem, como nos aconteceu até à crise em que caímos; além de que Pinho Leal  viveu alguns anos em Paiva. 
E é por estas razões que tantas e tantas vezes apelamos para que haja respeito pelos locais e vestígios arqueológicos, (incluimos aqui naturalmente as construções e terraplenagens, as plantações desenfreadas de eucaliptais, mas também os trilhos de desportos radicais e outros) sendo que os mesmos estão protegidos por lei e isso deveria bastar porque qualquer atropelo ou desrespeito é também uma ofensa e empobrecimento da nossa consciência cívica e cultural.

(*) sobre este tema hoje recomendamos a aquisição da obra "Santo António de Lisboa- encontro nas  origens- Castelo de Paiva" de Mário Gonçalves Pereira. (à venda na ADEP, no Posto de Turismo, no intermarché, na Tabacaria Mil e no Hotel da Raiva).

Para saber mais ver neste blogue o
separador Santo António...





escreveu Martinho Rocha

sábado, 23 de novembro de 2013

Florestar Portugal Hoje !

Cerca de 60 árvores  entre tílias, carvalhos franceses, lódãos e azevinhos foram hoje cedidos pela  ADEP e saíram do Parque das Tílias no âmbito do programa Florestar Portugal para serem plantados no Gilde e em São Martinho. Está ainda a ser programada a plantação de 6 oliveiras em Oliveira do Arda e um carvalho português em Nojões, este no próximo dia 1 de Dezembro para assinalar a efeméride.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

sábado, 16 de novembro de 2013

Calendário para 2014 !

Como vem acontecendo já desde 1994 angariamos promotores para a edição do próximo calendário de parede.
A edição para 2014 vai dar voz ao apelo do Movimento de Defesa da Ponte Centenária de Pedorido, que como nós,
quer ver aquele monumento preservado da degradação a que vem sendo sujeito, e afecto ao fim para que foi construido; uma ponte para o futuro, segura, livre e desempedida de condutas!

Estamos receptivos a patrocinios. O contacto pode ser feito via email adep-paiva.blogspot.com
Esta iniciativa decorre no ano em que para assinalar a efeméride dos 500 anos da atribuição do Foral à Terra de Payva, editamos o calendário de 2013 anexo. Tivemos ainda o privilégio de poder proporcionar a edição da obra de Mário Gonçalves Pereira "Santo António de Lisboa - encontro nas origens - Castelo de Paiva" e "Ara de Vila Verde"que passa a constar do ficheiro epigráfico (suplemento de Conímbriga) da Universidade de Coimbra.
Aproveitamos para agradecer ao comércio e serviços que, tem tornado possível manter esta iniciativa editorial, que ano após ano valoriza a nossa memória, dinamiza a fotografia e sensibiliza todos para a importância da protecção e divulgação do nosso património cultural!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

FLORESTAR PORTUGAL 2013 !

FLORESTAR PORTUGAL 2013 !

                                           Vamos aderir a esta iniciativa ? 
                                           Quem está disponível e quer participar?    
                                           Dá a tua opinião: o que fazer, como e onde?                           

PODEMOS ANUNCIAR DESDE JÁ NO DIA 23 DUAS INICIATIVAS:

A Associação SOS Rio Paiva vai celebrar o Dia da Floresta Autóctone com uma caminhada que inclui a recolha desementes e plantação de árvores nas margens do Rio Paiva. A iniciativa é gratuita e vai decorrer no concelho de Castelo de Paiva no lugar de Várzea, com concentração marcada junto à igreja às 9.30h.

De tarde - 14,00 horas - Parque das Tílias - Frutuária
Vamos plantar árvores autóctones, recolher sementes, permutar árvores; ensaiar compostagem
Também podes recolher bolotas e pinhões e semeá-los (em pacotes de leite, ou garrafas de plástico) e fazer um viveiro de plantas (para o ano estarão prontas a ser plantadas). 

Estamos receptivos a outras iniciativas que as escolas e grupos de cidadãos queiram organizar.
Temos algumas árvores para disponibilizar
                                        

FLORESTAR PORTUGAL 2013
Plantação e sementeira de flora autóctone

Passa para o lado da solução: os INCÊNDIOS florestais, a EUCALIPTIZAÇÃO desenfreada, a EXPLORAÇÃO intensiva, a EXTRAÇÃO de inertes, as PLANTAS invasoras, o ABANDONO e o DESPEJO ILEGAL DE RESÍDUOS não são problemas eternos.


COMPARECE E TRÁS UM AMIGO !
Iniciativa da AMO Portugal – Associação Mãos à Obra Portugal, que está a ser divulgada pela Agência Portuguesa do Ambiente

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Respeito pelas árvores


A colheita de pinhas mansas tem regras...



Nos termos do art.º 1.º do Decreto-Lei n.º 528/1999, de 10 de dezembro, a colheita de pinhas não é permitida entre 1 de abril a 15 de dezembro, de cada ano.

Foral: 500.º aniversário !

Amigos! Vamos começar a trabalhar para organizar programa aproximado ao que temos vindo a realizar no 1.º de Dezembro, sendo que este ano por ser o 500.º aniversário da atribuição do Foral, e ser Domingo, se recomendará uma maior participação das forças vivas! Aceitamos repartir a organização e receber sugestões para melhoria do programa que pode incluir, caminhada, palestra, visita guiada pelos locais mais emblemáticos de Nojões, etc. Gostariamos de contar convosco!
O que pensamos e o que temos feito está no separador Foral.

domingo, 3 de novembro de 2013

Minas do Pejão.E porque não reconstituir o comboio ?

É animador ver que ainda há autarquias que se empenham em projetos como o que nos é dado a conhecer para juntando empresas e particulares, fundos públicos e recursos diversos, designadamente bens materiais e imateriais como (podia servir de exemplo para nós), os ligados à mina, se desafie a imaginação e a criatividade a construir uma estrutura que preserve  e valorize a nossa memória acrescentando à região aquilo que pode ser -  para uma privilegiada localização marginal ao Douro - a única semente para um plano de desenvolvimento sustentado e saudável.
Sem querer desconsiderar o projeto de São Domingos, de Mértola,  aconselhamos a pesquisa  e informação sobre o que já é realidade no município vizinho, além fronteira de Rio Tinto/Espanha, local que consideramos de visita obrigatória, visita que nessa ocasião se pretendeu organizar, considerando no entanto que era condição indispensável a presença de um membro da autarquia; que não tendo sido satisfeita  por isso fez abortar a iniciativa.
Efetivamente a ADEP em 2010 esteve envolvida num conjunto de contactos e reuniões com vista à sensibilização da Câmara Municipal e de eventual interessado/investidor do que resta do património das Minas do Pejão. Nesses contactos pretendeu alertar para a valia de um projeto que salvasse e restaurasse uma parte do percurso da linha e colocasse em funcionamento nesse percurso  uma locomotiva, quem sabe se poderia ser uma das antigas do Couto Mineiro. Chegou até a ser designada a casa que iria servir  de apeadeiro.
Nesse ou noutro contexto impunha-se avançar para o terreno e tomar algumas medidas que no futuro passariam ou não pelo projeto do investidor; aconteceu porém que o investidor se desinteressou e que da parte do nosso Município também o assunto morreu…

Podem ser vistos vários vídeos como tren turistico-minero de rio tinto