domingo, 17 de junho de 2012

20 ANOS DE ATIVIDADE ETNOGRÁFICA COM O LINHO. - A cruz e a crença contra o arejo!


Esta imagem da “Tia Rita de Penas” exibindo a cruz que havia sido colocada quando da sementeira,  pode muito bem ser o símbolo deste trabalho, obtida na primeira “arrinca” em 1992, nos campos da Ranha, trabalhos que,  diga-se, muito se devem a José Gouveia Coelho.
Segundo Margarida Rosa Moreira de Pinho in “Elementos para a História de Castelo de Paiva” (última ed. ADEP) esta cruz, colocada no meio do campo no mesmo dia e após a sementeira,  era enfeitada de flores, é para que o arejo não dê na planta, quando esta começa a nascer.
Segundo Domingos Quintas Moreira in “Manual do Cultivo e da Confecção do Linho” (ed. Parque Biológico de Gaia e ADEP) a cruz de madeira, era colocada logo que a sementeira estivesse pronta. “Essa cruz era sempre envolta em trovisco para que não pegasse o arejo na sementeira”.
Paralelamente à sementeira e a algumas tarefas de confeção que muito bem têm sido desempenhadas pelo nosso grupo do Linho, de Real, a ADEP empenhou-se noutras iniciativas por forma a garantir os meios necessários para a integral abordagem desta temática que foram designadamente:
- A aquisição, recuperação e instalação de um antigo engenho de linho (atafona);
 - A publicação em parceria com o Parque Biológico de Gaia da Obra de Domingos Quintas Moreira “ Manual do Cultivo e da Confeccção do Linho”;
 - A recuperação e exposição de todos os utensílios de trabalho, na Casa Rural –junto à Casa dos Engenhos, anexa ao Museu “Primeiras Artes”, no Parque das Tílias, onde não falta, entre outros,  o ripo, a espadela, a roca e o fuso,  o sarilho, a parábola, o sedeiro, o tear e o cortiço da barrela!

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