Mosaicos e Ouro, a riqueza que justificará a existência de
um importante povoado perto do Sardoura,
no alinhamento Fundões, Felgueiras e Fojo.
Ourais, Ouriz, Mama de Oiro e até Rio Douro, são alguns dos topónimos
que os estudiosos apontam para localizar atividades de exploração mineral,
designadamente ouro, no passado. Há um afloramento que atravessa o concelho paralelo à
jazida do carvão onde são visíveis várias minas, no nosso concelho, desde o Rio
Paiva em Bairros, Sobrado, (Paraíso?) e Raiva em direção a Melres, do outro
lado do Douro.
Segundo Margarida Rosa Moreira de Pinho nos seus “Elementos
para a História de Castelo de Paiva”, no concelho já laboraram, além do carvão
no Couto Mineiro do Pejão , “(…)minas de metais de várias qualidades: uma de
antimónio chamada Cabranca, na Raiva, duas de chumbo, no ribeiro de Terramonte
e quatro de chumbo e zinco denominadas Gardunha, Ourais, Ribeiro da Castanheira
e Serradelo. Todas estas ficam situadas na freguesia da Raiva(…)”. É rico portanto
o nosso sub-solo.
Os sinais dessa riqueza deixados pelos nossos antepassados
poderão muito bem estar nos mosaicos encontrados. Pinho Leal refere-se a vestígios arqueológicos
encontrados, do domínio romano, e que eram
as ruínas de um templo, em Fundões – Sobrado, onde havia fragmentos de
mosaico no pavimento. Também em Felgueiras, nessa mesma freguesia de Sobrado
apareceu em 1861 uma grande peça de mosaico.
Para Maia Marques, investigador e palestrante no Encontro da
ADEP, em Castelo de Paiva em Agosto de 1989, a região, “(…)já na época megalítica
era extremamente habitada(…)A população na época romana seria uma população com
certeza dispersa (o que prova a dispersão das necrópoles) ”. Considera que sendo
raros os mosaicos, a haver três locais no concelho geograficamente próximos (Fundões,
Felgueiras e Fojo) isso quer dizer que há indícios de um pequeno núcleo urbano
nas imediações e que “(…)teria a
suficiente importância (riqueza) para possuir mosaico. No Alentejo há dezenas
de Villae romanas, só as mais importantes têm mosaico. O mosaico era
algo de muito caro que não estava ao alcance de qualquer bolsa(…)” Vai mais longe este arqueólogo, “(…)Na Raiva,
na zona de Ourais, vários autores põem a hipótese de aqui ter havido uma
pequena Villae ou pequeno
estabelecimento e que este topónimo poderia ter a ver com a exploração de ouro,
daí Ourais. Sabemos perfeitamente que era uma das atividades principais que os
romanos levavam a cabo nestes rios cujos aluviões, tinham muitas vezes de facto
areias auríferas(…)”. Para ler artigo relacionado com este tema "Ouro no Rio Paiva ?!" - ir a página anexa, in Jornal Chafariz, Janeiro de 1989.
Martinho Rocha
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