A
apressada e abundante legislação criada e revista no pós incêndios de 2017,
está a causar stress e alarme social com a imprensa a dar visibilidade às
dúvidas e interrogações de estudiosos, investigadores e técnicos da área ambiental
temendo-se que o resultado das medidas adoptadas venha a ser mais nefasto que o
dos incêndios, para a natureza (aparte, claro, as mortes para as quais não haverá
nunca termo de comparação e justificação).
As
pessoas passaram a fazer queimadas diariamente, por tudo e por nada, com os
resultados nefastos que se conhecem para saúde pública, para a luminosidade
solar, para a paisagem verde, para a fauna, para os solos; há organismos da
administração pública que estão a usar meios de comunicação cujas competências
alguns consideram abusivas para a relação com o cidadão contribuinte.
Não
se pretende aqui desconsiderar a necessidade de urgência conjuntural e/ou
pontual de limpezas em certos locais, cortes de árvores até, apenas alertar que
como diz o ditado popular: nem 8 nem 80! E depois não é apenas neste segmento
que há medidas a implementar, fiscalizações a efetuar, consciências para
sensibilizar…O território tem de ser objecto de melhor planeamento, seja para
construir seja para florestar; também a natureza e as atividades e valores
ancestrais de vida e da nossa história colectiva tem de merecer outro respeito!
Os
grandes desafios que as sociedades desenvolvidas e esclarecidas tem pela
frente, assentam em medidas e processos que com grande consensualismo se pensa
serem hoje o único caminho para fazer frente ao aquecimento global o grande
responsável pelas alterações climáticas. Impõe –se portanto implementar lógicas
de reutilização, reciclagem, diminuindo os lixos, a poluição, encontrando novas
forma de energia, mais limpa, racionalizando meios, diminuindo custos,
integrando economias circulares.
Também
os nossos resíduos florestais devem ser utilizados num circuito que os valorize
e integre, para aquecer lareiras, fogões, para compostagem, e se tiverem que
ser queimados que seja para produzir energia, não podem é ser queimados a toda a
hora, por todos, sem qualquer proveito e com os malefícios que se apontam a tal
prática.
E
se tais medidas têm custos, como é natural, elas devem ser pagas com os
proveitos que advenham na utilização dos novos produtos estes que terão de ser
promovidos logicamente com meios que
hoje se calhar estão a ser largamente sorvidos pelo combate aos incêndios. E é
aqui que nesta nova ordem para o futuro da floresta e do ambiente que algumas
políticas tem de ser alteradas; teremos de colocar a tónica na prevenção e não
no combate aos incêndios e na sensibilização de mentalidades. No terreno as
atitudes diárias dos cidadãos têm de mudar, como tem de mudar a organização
funcional da politica de resíduos e energias. Novas praticas terão de adotar as
autarquias, as organizações sanitárias e as de proteção civil.
Desde
que se ouviu a noticia do fim da proibição das fogueiras e queimadas, há
diariamente uma imensidão de fogueiras e colunas de fumo, cheiro a queimado e
ardência no olfacto; por todo o lado onde houver quinta, quintal,
quinteiro e jardim, é vê-las, às centenas. Os políticos esquecem-se de lembrar,
nestas leis que as permitem, que, no imediato, também há outros processos para eliminar
detritos: a compostagem por exemplo, e tem menos custos para o ambiente. No
verão tivemos a trágica queima dos incêndios, agora assiste-se a esta corrida
às queimadas, temos também os fogareiros e fogões no aquecimento a queimar dia
e noite...
Da
mãe natureza chegam-nos sinais de stress e descontrolo, que se expressam nas
recorrentes alterações climáticas com catástrofes imprevisíveis, e nós
continuamos a fazer de conta que não se passa nada... ou que mudar
comportamentos e atitudes é só para os outros... Ainda não encaixamos que mudar
comportamentos é mesmo para todos!
P.S.
Está a circular no Facebook um apelo para que assine esta petição.
É uma questão bom senso, pensamos, com a qual não podemos deixar de estar mais de acordo. Se quiser aceitar, o nosso pedido, assine!
Martinho Rocha
P.S.
Está a circular no Facebook um apelo para que assine esta petição.
É uma questão bom senso, pensamos, com a qual não podemos deixar de estar mais de acordo. Se quiser aceitar, o nosso pedido, assine!
Apoie esta Petição. Assine e divulgue. O seu apoio é muito importante.
Salvar as árvores e a paisagem nacional da razia em cursoPara: Ex.mo Sr. Presidente da Assembleia da República
Ex.mo Sr. Presidente da Assembleia da República,
Na sequência da recente versão que, pelo Decreto-Lei 10/2018 de 14 de Fevereiro, foi dada ao Decreto-Lei 124/2016 de 28 de Junho, que tem por objecto o Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios; atenta a notória desorientação pública gerada pela norma, sobretudo após a versão simplificada feita circular através de correio electrónico pela AT; consideradas as múltiplas críticas manifestadas por vários especialistas e a generalizada reacção negativa da população; salientando-se o grave e desmesurado impacto que as medidas preconizadas ameaçam produzir sobre a paisagem rural e seus ecossistemas, vêm os peticionários junto de V. Ex.a requerer iniciativa parlamentar com vista: 1. À imediata suspensão da vigência do diploma em causa; 2. À promoção de uma campanha pública informativa desta suspensão; 3. À revisão da iniciativa legislativa em termos que permitam salvaguardar, pelo menos, os arbustos, árvores e arvoredos que: a) formem parte de cursos de água (galerias ripícolas); b) formem parte de corredores ecológicos; c) pertençam ao género Quercus, ou a outras espécies de folhosas autóctones; d) pelo seu porte, enquadramento ou história, revistam particular valor estético, paisagístico ou patrimonial; e) formem parte de sebes ou delimitações de terrenos; f) constituam pomares, olivais, soutos, nogais ou amedoais; g) pertençam a parques, jardins ou alamedas. |
Martinho Rocha
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