A passagem do tempo ultrapassa-nos tamanha é a velocidade e
tão grande o peso da inércia; se não
estamos despertos, se não fazemos um esforço para perceber e sentir o passar da
brisa da vida, arriscamos a inócua passagem à fase final da metamorfose
terrena e nada deixamos que recorde aos vindouros que a vida vale a pena e que
connosco o mundo melhorou um pouco!
Não é o caso do Sebastião, que foi nosso amigo, associado e diretor. Homem
de causas e vontades, interventivo e militante. Muito antes de nós já o seu invejável
currículo de cidadão ativo era reconhecido. A ele também se deve muito do que a
ascensão social e cultural que a Casa do
Povo proporcionou, felizmente há poucos
anos teve a oportunidade de o lembrar na primeira pessoa; mas também o seu
contributo passou por outras inovadoras iniciativas e projetos algumas que entretanto foram modificadas e deslocalizadas, como por
exemplo o início dos festejos a S. João de Paiva, que começaram com animação de
cascatas na Frutuária, a ele se devem.
Sem a sua intervenção o nosso historial seria noutro; com
entusiasmo, disponibilidade e persuasão bateu a algumas portas para pedir e
reclamar apoios e ajudar a levar para a frente projetos e trabalhos com valor
para a terra e que ajudaram a divulgar e a transportar para o futuro a memória
e cultura das gentes de Paiva.
Acompanhou ativa e praticamente toda a epopeia de construção
do rabelo “Douro – Paiva”, “escola de marinhagem” com os antigos arrais e
marinheiros, atividade fluvial e turística e foi um ativista na causa do
resgate e primeiro arranjo urbanístico do Marmoiral. Também o processo da
integração da Casa do Povo foi por ele interpretado como uma oportunidade de
defender os valores, incentivar e ombrear com os jovens para as causas comuns. E
esta é uma grande lição de cidadania; já sexagenário, e durante mais de uma
década, com o mesmo ou ainda maior ânimo que o dos jovens a que se associou, e
que tinham metade da sua idade, trabalhou ativamente pela defesa do património
Paivense!
Deixamos esta simples homenagem, cientes de que o nosso
dever é tudo fazer para que os seus valores e lição de vida continuem a ser
cultivados, para bem da comunidade e
harmonia com os deuses.
Martinho Rocha
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