sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Obras no Largo do Conde / Castelo de Paiva

Os serviços públicos de Arqueologia determinaram trabalhos de escavação para avaliar os materiais levantadas pelas máquinas e interpretar o tipo de estrutura, subterrânea em granito, que estava a ser destruída nas obras do Largo do Conde. Neste momento já é visível entre os edifícios dos cafés e a frente do edifício da Cadeia (do lado do Largo) uma conduta coberta, tipo mina, construída com pedras afeiçoadas, algumas pela aparência são já reutilizadas. Não pode com tão pouco tempo de estudo apresentar-se uma tese segura da função deste edificado, sendo provável que se trate de uma antiga conduta de águas limpas, oriundas das encostas a nascente (Carris e Monte) e destinada à fonte e lavadouro públicos que existiam nas imediações, antes da construção do edifício da Cadeia, sabendo-se que só em 1894 passa a existir o chafariz como o conhecemos. Ficamos portanto para já sem saber desde quando existe essa construção, não podendo esquecer-se que a centralidade do local comprova-se também pela reiterada vivência que é demonstrada pelas referências conhecidas: - a de ser ali o inicio da Rua (mais tarde Direita); - a ser também o local escolhido para implantar o primeiro edifício público (Cadeia); e até, a presença do Pelourinho que Pinho Leal diz ter visto nas traseiras da Câmara. Estamos certos que o espírito do local sai valorizado, esperando e desejando os maiores êxitos para os trabalhos arqueológicos e acompanhamento a toda a obra – que estão a gerar alguma expetativa designadamente quanto ao local da antiga Igreja – sugerindo desde já que os técnicos encontrem uma forma adequada de expor publicamente num envidraçado, “in loco”, uma parte do edificado que assim lembrará aos vindouros e curiosos um outro aspeto e função de um espaço e local que antecedeu o que nós ainda conhecemos como Largo do Conde.

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