quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Azulejos muito antigos na Capela Românica de Escamarão

Distintos estes frontais azulejares dos altares colaterais da nave, de estilo mudéjar, cujo padrão é conhecido por tapete da Capela Românica da Nossa Senhora da Natividade de Escamarão (junto à ilha dos Amores, foz do Rio Paiva). Também este local é uma peça indispensável no puzle das travessias alternativas do Douro nos caminhos a Santiago. Atestam-no a proximidade dos cais de Fontelas, e Bitetos no termino dos caminhos marginais ao rio Paiva a que se seguem na outra margem: os vários mosteiros beneditinos e outros a começar no de Alpendorada; os percursos da beata Mafalta e os marmoirais; a capela da Senhora da Silva; as velhas pontes a facilitar as travessias do Tamega, quer no Marco, quer em Amarante, entre outros. Estes elementos ilustram um trajeto do que poderia ser um importante eixo viário que na Época Romana ligava Emerita Augusta a Bracara Augusta e que na Baixa Idade Média constituía um dos muitos caminhos que os peregrinos tomavam para chegar a Santiago de Compostela. Diz o nosso amigo Luis de Sousa, a quem pedimos permissão, para partilha o seu alerta (na publicação que fizemos a 5 de fevereiro), que voltou a dar o ar da sua graça o que resta da estrada romana/medieval que percorria a vertente Sul do Castro de São Domingos, na freguesia de Vila Boa de Quires, concelho de Marco de Canaveses. (Nós comentamos então, por reconhecer a importância dos testemunhos e da necessidade de medidas visíveis e urgentes de proteção, sob pena, daquela antiga estrada, ser destruída. Trata-se de um importante testemunho também de ligação e alternativa de atravessamento do Douro, em Castelo/Couto e Bitetos, no caminho de Santiago, vindo de Sul para Norte/Braga. Um desses trajetos foi desenhado por Al-Edrisi, geógrafo muçulmano do séc.XII)

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