terça-feira, 16 de abril de 2013

O Pelourinho da Justiça


Publicamos o texto anexo inserido na entrada Foral, em jeito de homenagem ao Professor José Maria Seabra Strecht, que nos deixou. Pessoa dedicada à causa pública, interventivo na política, nosso associado e diretor, era nos jornais que ocupava muito do seu tempo livre, redigindo textos mordazes sobre a política local e notas informativas sobre assuntos variados, da cultura e património muitos deles integrados em rubrica da ADEP.
Texto interessante por se propor  levantar o véu que ensombra a localização do nosso Pelourinho, que nas suas inquirições se terá situado no cimo da Rua 5 de Outubro. É verdade que nessas imediações ainda existe uma pedra, na entrada de uma casa, que pode muito bem ser a base do dito.
Por sua vez  Margarida Rosa M. de Pinho, em nota de rodapé da sua obra “Elementos para a História de Castelo de Paiva” em 1947, refere que“…, não existe qualquer vestígio, (…)do pelourinho que Pinho Leal diz ter existido “na retaguarda da casa da Câmara (atual cadeia)  e quase escondido a um recanto””. Margarida ainda acrescenta nesta nota que “É voz corrente que a entrada deste cemitério (antigo, à Rua Emídio Navarro) foi construído com os restos das ruínas da capela de S. Sebastião, existente no cimo da Vila e perto da qual se diz ter existido cruzeiro que foi destruído para a abertura da estrada…”
A talho de foice e para evitar confusões entre cruzeiros, padrões e pelourinhos, lembramos que o nosso cruzeiro(*), sito na Praça da Independência foi erigido em 1940 integrado no plano do Estado Novo que incluía obras públicas relevantes, escolas (“dos centenários”), padrões, cruzeiros e monumentos, destinado a comemorar o duplo centenário da Nacionalidade (1140/1640/1940).
Uma nota final para assinalar a existência física do Pelourinho da Raiva, um outro em Midões e de uma pedra em Vila Verde que pode ter sido da forca. 

(*) Um dos secretários da inauguração do Cruzeiro da Independência, segundo texto de João Bernardo Galvão Teles in Contributos para o Futuro Arquivo de Arouca) foi o Padre José Soares Correia de Noronha, de Alvarenga, Arouca que foi durante muitos anos abade de Fornos.

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