Face ao massacre que tem sido a reflorestação para o nosso património arqueológico-megalítico, desastre que promete continuar, é urgente alertar e responsabilizar as autoridades, demonstrar que há valores no terreno ainda a necessitar de cuidados e que não podem continuar a ser abalrroados pelas pás das escavadoras, sob pena de estarmos a cometer um criminoso suicídio cultural, sem qualquer hipótese de reversão, que a todos prejudica.
Fomos estes dias, e hoje também, procurar no terreno as mamoas que tínhamos registado em mapas de inventário da nossa Carta Arqueológica, mas em alguns casos não encontramos mais que ténues sinais da sua existência, porque foram destruídas pelos acessos e plantações de eucaliptos...
E se a angustia nos acompanha nestes reconhecimentos eis que hoje a sorte nos premeia e entusiasma com o que resta de uma grande anta/mamoa - embora destruída - que é inédita, e apresenta dois enormes esteios de granito. Fica algures na Cruz, entre Touriz e Cruz da Carreira, e talvez tenha passado despercebida ao longo dos tempos por causa dos matos e vegetação.
De todas as mamoas conhecidas e quando são visíveis esteios ou parte deles, em nenhuma outra há tamanha monumentalidade, nem em Carvalho Mau!
Este vai ficar como o nosso tributo de homenagem a Domingos Quintas Moreira, recentemente falecido, e que com grande entusiasmo e saber nos lançou nestas lides. Reeditamos um texto seu, já de 1985, publicado no Miradouro, que faz jus à sua maneira de estar, a participar, a conhecer e a divulgar!
p.s. para uma informação mais completa sobre este tema ler: "Carta Arqueológica do concelho de Castelo de Paiva".
Vitor Gomes e Martinho Rocha
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