sexta-feira, 15 de março de 2019

Descoberta mais uma Mamoa, mas, o ordenamento do nosso território está a fazer-se ao ritmo dos ventos e dos fogos




Mamoa de Carvalho Mau

Acrescentamos ao cadastro,  estes dias,  mais uma mamoa e relativamente perto da Vila. Será a número 3 da Cruz, sobranceira ao Sardoura, na freguesia de Real. O nosso território não pára de nos surpreender. Isto é o que nos ocorre dizer quando visitamos um local pela primeira vez e encontramos algo de valor até então desconhecido. No entanto para quem acumula tantas milhas percorridas por montes e vales e tantos tem sido os "encontros imediatos", diríamos até que há locais - não fosse a fúria desenfreada dos plantadores de eucaliptos - que era certo sabido onde encontrar, monumentos desta natureza (mamoas) e/ou outros. 
Mas, já passou um ano... os contactos, com os proprietários, tarefa assumida pelos serviços municipais, não foi realizada. Há inúmeras máquinas e trabalhos sem acompanhamento arqueológico...como já aconteceu outros valores serão facilmente destruídos se não se chegar ao contacto com os proprietários. O trabalho que a ADEP vem realizando, voluntária e gratuitamente, traduz-se na elaboração de uma relação actualizada dos monumentos do neo-calcolitico, vulgo antas/mamoas, com localização GPS, conferindo a sua existência e integridade no terreno, com a descrição feita na Carta Arqueológica dos anos 80, e integrará o futuro Plano Director. Foram visitados até ao momento perto de 50 mamoas, cinco delas já destruídas (parcial e/ou totalmente), por máquinas de terraplanagem ao serviço da florestação (licenciada?), perigo de destruição que estão a correr grande parte das restantes mamoas.
O ordenamento do nosso território está a fazer-se ao ritmo dos ventos e dos fogos e uma estratégia dessas não devia acontecer no século XXI, uma Era em que é necessário algo mais para compensar e reverter os efeitos nefastos das alterações climáticas fruto também elas de politicas erradas. 
E depois, no campo da arqueologia, há tantas frentes onde é necessário e urgente intervir...














Martinho Rocha

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