Como prometido publicamos mais uma entrevista de um maquinista do comboio mineiro do Pejão. Também este trabalho foi realizado pelos nossos amigos do Grupo de Dinamização de Pedorido, numa parceria que fizemos, para pedir a classificaçao da Ponte Velha (rodo-ferroviária) de Pedorido.
Serguir-se-ão outras entrevistas, também sobre outros temas, até porque não nos esquecemos da promessa feita, por amigos e associados, de meter ombros à obra, neste tempo de férias...
23/01/2014
Rio
Mau
Nome:
José Vieira da Silva
Idade:
85 anos
Morada:
Rio Mau
Percurso:
Entrou
para a empresa com oito anos de idade mas não como maquinista. Recorda-se ainda
de um dos primeiros maquinistas, Sr. José Aradelo. Apesar de não entrar logo para
trabalhar nas máquinas, a maioria do tempo que trabalhou nas minas foi nas
máquinas (cerca de vinte anos), tendo começado a trabalhar nas máquinas com
cerca de treze anos.
O
transporte de carvão desde o Fojo até Germunde fora feito de várias formas. Inicialmente
através de máquinas e depois com camiões pela estrada. Todavia a estrada
começou a degradar-se e a Câmara Municipal não decidiu arranjar. Então a mina
do Fojo acabou por fechar.
As
máquinas não serviram apenas para o transporte de carvão. Serviram também como
transporte para as Festas de Santa Bárbara, festas de grande impacto na região.
De
todas as máquinas a maior era a Pé de Moura (*) cujos maquinistas foram o Sr.
Aradelo, o Sr. Costa e o Sr. Dias.
De
todos os maquinistas que se recorda ele é o único ainda vivo. Todos os outros
constatamos que já faleceram.
Para
que a máquina andasse mais depressa misturavam o carvão e quando assim eram
apanhados levavam três dias de castigo.
Relativamente
a episódios na Ponte Centenária, conta-nos também que os vagões teriam de
passar aos poucos na ponte devido ao peso. Conta-nos também a mesma história do
Sr. Abel (quando passaram cerca de vinte vagões pois não conseguiram parar).
Conta-nos
ainda que o Sr. Tyssen por vezes vinha fazer uma visita e viajava na máquina.
Mandava lavar-se um vagão para que ele pudesse ir.
Numa
das suas visitas trouxe duas mulheres. Contudo, por vezes aparecia massa nas
linhas que alguém colocava para fazer umas partidas e mais uma vez não
conseguiram parar a máquina pois havia uma recta enorme e só depois uma curva.
De
todas as máquinas o Sr. José lembra-se de existirem sete.
(*) sobre esta máquina demos noticia recente de estar restaurada e ponta a ser a vedeta em festa próxima num parque temático...em Inglaterra.
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