sexta-feira, 31 de julho de 2015

Maquinista do comboio mineiro deu entrevista !


Como prometido publicamos mais uma entrevista de um maquinista do comboio mineiro do Pejão. Também este trabalho foi realizado pelos nossos amigos do Grupo de Dinamização de Pedorido, numa parceria que fizemos, para pedir a classificaçao da Ponte Velha (rodo-ferroviária) de Pedorido.
Serguir-se-ão outras entrevistas, também sobre outros temas, até porque não nos esquecemos da promessa feita, por amigos e associados, de meter ombros à obra, neste tempo de férias...

23/01/2014
Rio Mau
Nome: José Vieira da Silva
Idade: 85 anos
Morada: Rio Mau
Percurso:
Entrou para a empresa com oito anos de idade mas não como maquinista. Recorda-se ainda de um dos primeiros maquinistas, Sr. José Aradelo. Apesar de não entrar logo para trabalhar nas máquinas, a maioria do tempo que trabalhou nas minas foi nas máquinas (cerca de vinte anos), tendo começado a trabalhar nas máquinas com cerca de treze anos.
O transporte de carvão desde o Fojo até Germunde fora feito de várias formas. Inicialmente através de máquinas e depois com camiões pela estrada. Todavia a estrada começou a degradar-se e a Câmara Municipal não decidiu arranjar. Então a mina do Fojo acabou por fechar.
As máquinas não serviram apenas para o transporte de carvão. Serviram também como transporte para as Festas de Santa Bárbara, festas de grande impacto na região.
De todas as máquinas a maior era a Pé de Moura (*) cujos maquinistas foram o Sr. Aradelo, o Sr. Costa e o Sr. Dias.
De todos os maquinistas que se recorda ele é o único ainda vivo. Todos os outros constatamos que já faleceram.
Para que a máquina andasse mais depressa misturavam o carvão e quando assim eram apanhados levavam três dias de castigo.
Relativamente a episódios na Ponte Centenária, conta-nos também que os vagões teriam de passar aos poucos na ponte devido ao peso. Conta-nos também a mesma história do Sr. Abel (quando passaram cerca de vinte vagões pois não conseguiram parar).
Conta-nos ainda que o Sr. Tyssen por vezes vinha fazer uma visita e viajava na máquina. Mandava lavar-se um vagão para que ele pudesse ir.
Numa das suas visitas trouxe duas mulheres. Contudo, por vezes aparecia massa nas linhas que alguém colocava para fazer umas partidas e mais uma vez não conseguiram parar a máquina pois havia uma recta enorme e só depois uma curva.
De todas as máquinas o Sr. José lembra-se de existirem sete.

(*) sobre esta máquina demos noticia recente de estar restaurada e ponta a ser a vedeta em festa próxima num parque temático...em Inglaterra.


quinta-feira, 30 de julho de 2015

O Douro lá, e nós cá, a ver passar os barcos...

No dia 23 a imprensa diz que o Douro vai funcionar 24 horas por dia...no dia 30 que os barcos-hotel vão ter novos ancoradouros na Lixa - Gondomar,  e no Porto Carvoeiro - Feira...
Vão ser criadas novas centralidades, pontos de abastecimento logistico e interfaces com o aeroporto e as novas acessibilidades (CREP).
São expectaveis mais soluções para os produtos locais e emprego, menos custos na exportação de matérias primas e consequentemente traduzir-se-á num importante impulso para a economia local.
E nós que ao longo dos anos acreditamos no potencial do Douro e apelamos à necessidade de valorizar os nossos recursos endógenos (história, paisagem e tradição) que vimos assistindo à degradação do património e desinteresse por parte das entidadades públicas  em verdadeiras politicas de desenvolvimento sustentável, quer parecer-nos que uma vez mais vamos ficar a vê-los passar...

A nossa vivência ribeirinha com longinqua tradição, as nossas belezas naturais, recursos como o Rio Paiva e o Pejão,  deveria dar-nos outro estatuto nestas parcerias; e se não formos condidados deveriamos ao menos bater à porta. É que comparativamente ao concelho da Feira que tem dois palmos de margem no Douro nós temos mais de uma dezena de Kilómetros!



escreveu, Martinho Rocha

quarta-feira, 22 de julho de 2015

técnicas de amostragem e boas práticas de monitorização de recursos hídricos


Gostavamos de marcar presença. Estes conhecimentos são uma mais valia com tantos e tantos problemas ambientais, hoje em dia, na região. Haverá associados/colaboradores/amigos à altura do desafio?

A APA/ARH do Norte promove no próximo dia 2 de setembro de 2015 uma saída de campo no Rio Cávado.

A iniciativa, organizada em parceria com a CIM Cávado e a Câmara Municipal de Braga, tem início marcado às 10h00 na Praia Fluvial de Adaúfe, em Braga.

Trata-se de uma ação de sensibilização sobre técnicas de amostragem e boas práticas de monitorização de recursos hídricos na Região Norte.

A participação é livre, mas sujeita a inscrição prévia para: ambiente@cm-braga.pt

terça-feira, 21 de julho de 2015

Eucaliptais em perigo


Degradação das florestas e incêndios
Em Portugal, a degradação das florestas e particularmente do solo tem-se dado, em larga medida, devido à exploração intensiva de eucalipto. Esta espécie, oriunda da Austrália entrou no século XIX no nosso país, embora o seu cultivo só tenha sido generalizado na década de 80 do século XX. Nos dias de hoje, os eucaliptos ocupam um total de 700 mil hectares, a mesma área de montados de sobreiro. O seu rápido crescimento (rentabilização em 10 anos), devido à alta capacidade de produzir celulose, fez do eucalipto a espécie de excelência para a indústria de pasta de papel. 
Não obstante, aos poucos começaram a emergir vários argumentos que colocam esta espécie como causadora de vários problemas ambientais a nível nacional. O eucalipto, como espécie exótica, e portanto não integrada nos nossos ecossistemas típicos, por um lado, consome demasiada água relativamente à capacidade dos nossos solos; por outro, esgotam os nutrientes do solo, empobrecendo-o. Também ligado à erosão inclui-se o problema das movimentações do solo necessárias para o plantio, com recurso a máquinas pesadas. De um modo geral, comparando com outras formações florestais, a monocultura desta espécie leva, assim, à formação de povoamentos pobres em flora e fauna com todas as consequências que isso acarreta para o equilíbrio de qualquer floresta.
Quanto aos incêndios florestais e suas consequências, é sabido que a intervenção humana, nomeadamente, através da má gestão dos povoamentos florestais, de práticas agrícolas incorrectas e de atitudes negligentes ou mesmo intencionais têm feito aumentar drasticamente a frequência de incêndios, pondo em causa a regeneração das florestas, e a protecção dos próprios cidadãos e seus bens. 
(recortamos do portal do ambiente e do cidadão)

foto recente

A chegada desta praga  faz-nos lembrar que nos anos 80 apontavamos os riscos da monocultura...Agora as conseqências de uma má politica florestal estão à vista e haverá perdas na economia. Além de que vamos sofrer também em resultado da aplicação massiva de insecticidas, como está bom de ver ...(não fossem as celuloses e as quimicas um poder oculto). 
Se se tivesse investido em paridade noutras espécies não estariam elas hoje ameaçadas por esta praga.


quarta-feira, 15 de julho de 2015

Este sábado, vamos à Serra da Boneca e aterro sanitário !





09h00 ~ 09h15. Aparcamento e encontro no espaço situado no topo superior esq. sobre o aterro. Existe uma eólica na proximidade e o espaço permite aparcamento. Após a "visita" ao aterro (não é permitida a visita interna), seguimos em direcção a S. Pedro de Pegureiros (Canelas, Penafiel). Dista sensivelmente dois kms da zona do aterro.  Seguidamente volvemos em direcção à Boneca. Existe um caminho que nos levará a um pequeno alto próximo a uma das eólicas, de onde se poderá ter uma panorámica impressionante, para norte; Nascente e sul. Depois seguimos em direcção ao topo da Boneca que dista cerca de 1km. Daí, as vistas sobre o Douro, Paiva, Gaia, Porto, Atlântico etc., são fabulosas. Regresso. Nota: O percurso, a menos do caminho até à Boneca, é suave e sem dificuldades de maior. Até à Boneca, é um pouco acentuado mas não muito. Faz-se bem. Caminho desde Paiva: Entre-os Rios (ponte Hintze Ribeiro) marginal na direcção Porto. Depois de passar Sebolido (centro) e 100 m após o parque da Gondomarense, virar à direita em direcção à Boneca. A cerca de 250m.

domingo, 12 de julho de 2015

Chafariz da Boavista - monumento classificado.


A foto é de um postal ilustrado lançado pela UTEP, com o apoio da CM, nos finais dos anos setenta. Trata-se de um monumento já classificado, desde 1977, pelo Decreto n.º 129/77 de 29 de Setembro, também identificado como "Fonte dos Jardins da Quinta da Boavista".
Dele se sabe que integrou o Mosteiro Pombeiro de Felgueiras e que foi adquirido pelo Conde de Castelo de Paiva quando de hasta pública por extinção das ordens religiosas, tendo sido transportado desde aí por carros de bois e reconstruído por empreiteiro e pedreiros da terra. Hoje o seu estado é de abandono. Não tem água, está mais inclinado, se bem que na foto já é visível esse estado. Na altura da foto havia água e o buxo ainda era motivo de cuidados pelos seus cuidadores e proprietário...
Hoje integra a recente classificação, mais abrangente, da Casa e Quinta da Boavista, como IIP (Imóvel de Interesse Público pela Portaria 740-FP/2012,DR, 2.ª série, n.º 252 (suplemento), de 31 de Dezembro de 2012. (GPS 41.04422394° N 8.27109515° O)

Recordamos que este Chafariz como de resto a generalidade do património do Conde de Castelo de Paiva foi legado ao Município de Castelo de Paiva, com reserva de usufruto até à segunda geração. Em Oeiras também o solar foi legado ao Município de Oeiras, Na verdade enquanto em Paiva não houve entendimento entre o Município e os usufrutuários e está tudo no estado que se conhece a Câmara de Oeiras entendeu-se com os usufrutuários e arranjou um privado "Hotel Vila Galé" que fez as obras e assumiu as obrigações.














escreveu, Martinho Rocha



sexta-feira, 10 de julho de 2015

Entrevista a Maquinista de Locomotiva do Pejão

Para abrir o espaço entrevistas dámos o primeiro passo. Hão de seguir-se outras. É urgente ouvir os nossos séniores/mestres e mestras em tantas e tantas coisas. Renova-se aqui o nosso apelo a voluntários para estas causas. É bem vinda a disponibilidade já oferecida para um "pacote" de entrevista às nossas cozinheiras. Bem Haja ! Ficamos a aguardar.

MAQUINISTA DE LOCOMOTIVA DO PEJÃO





Esta entrevista foi realizada por elementos do Grupo de Dinamização e Cultura de Pedorido em colaboração com a ADEP no processo de Classificação da Ponto rodo-ferroviária de Pedorido.
12/02/2014
Pedorido
Nome: Abel Francisco Alves Cardoso
Idade: 67 anos
Morada: Pedorido
Percurso:
Começou com 18 anos na ECD começando desde logo nas locomotivas. Não houve tempo para aprendizagem, foi logo ocupar um lugar. Trabalhou nisto durante 2anos, tendo deixado devido à vida militar. Quando regressou as máquinas estariam a terminar (1969).
Nas máquinas existia o Maquinista, o Fogueiro (punha o carvão na fornalha) e o ajudante (levava o carvão ao Fogueiro). O ajudante escolhia o melhor carvão que vinha nos vagões desde o Fojo até Pedorido. Este era o trabalho do Sr. Abel. Utilizavam umas botas de borracha que existiam na cooperativa.
As máquinas eram utilizadas para transporte do carvão mas o Sr. Abel lembra-se bem das inúmeras “boleias” que os trabalhadores apanhavam, bem como pessoas que vinham à cooperativa fazer as suas compras. Embora, estivessem proibidos de transportar pessoas, o maquinista abrandava aquando da passagem pela cooperativa.
Os vagões do carvão eram de vários tipos:
            Espanhóis . 8toneladas
            Ingleses – 10toneladas
            Susanes (não sei bem o nome destes) – 14toneladas
Em cima da ponte centenária só passavam três de cada vez, no caso de haver um susane. Se fossem espanhóis ou ingleses poderiam passar quatro de cada vez. Descarregavam na curva do Martins e iam para trás buscar os outros até passarem todos os vagões. Já nesta altura existia uma placa em granito com o peso permitido na ponte.
Por esta altura a ponte centenária servia ao tráfego ferroviário e rodoviário por isso o tráfego rodoviário esperava enquanto os vagões eram transportados. Se fosse um carro ligeiro conseguia passar pois os passeios eram muito mais estreitos (praticamente metade).
A dada altura alguém colocou massa a mais nos casquilhos, as caixas abriram e a máquina não conseguiu parar antes da ponte e atravessou a ponte com todos os vagões, parando só já junto ao cemitério.
Do Fojo para baixo a máquina trazia cerca de vinte vagões. As locomotivas que faziam o percurso Pejão – Pedorido (desvio junto ao ramadinha) eram as maiores (Pedorido, Pé de Moura) e demoravam cerca de 1 hora a fazer este percurso. Desde este desvio até Germunde circulavam máquinas mais pequeninas (Pejão; S. Domingos; Fojo?).

Como havia apenas uma linha as máquinas apitavam para sinalizar onde estavam e organizar as viagens. Quando vinha a máquina no lugar da quinta (por cima do Meirão) apitava para que em Pedorido se soubesse que ainda tinham tempo para fazer mais uma viagem até à Estação. Assim iam jogando com as viagens das máquinas grande e das máquinas pequeninas que por vezes circulavam até à Estação.