quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Ara de Vila Verde é romana e dedicada aos LARES !


A Ara encontrada pela ADEP em 2007 no sítio do Terreiro (Vila Verde), Castelo de Paiva, zona agrícola por excelência no vale do rio Sardoura e local de passagem  imemorial, não fossem os testemunhos dos grandes sulcos dos rodados, gravados no granito do caminho, está a ser decifrada e vai ser publicada.
Das primeiras conclusões do estudo que, em colaboração connosco, lhe está a fazer José d’Encarnação – ilustre Professor e Investigador da área da Epigrafia – ficamos a saber que se trata de uma ara dedicada aos LARES, divindade a que recorriam, no âmbito privado, os cidadãos que buscavam assim proteção nos espíritos domésticos.
Para J. Leite de Vasconcelos in Religiões da Lusitânia: “Os lares, na crença dos romanos, eram divindades que protegiam não só as casas e os campos, mas os indivíduos, as cidades e mesmo certas collectividades. Havia Lares Viales para os viajantes, Lares vicorum para os bairros; Lares militares para os soldados, Lares compitales para as encruzilhadas.(…) o culto dos Lares compitale foi restaurado por Augusto,  que mandou que os altares d’elles (…)se enfeitassem com flores na primavera e no verão.” O imperador Augusto consentiu ser adorado em vida e que o seu genius fosse colocado entre os Lares compitales.
Temos assim, em Paiva, mais um testemunho da vivência e neste caso da religiosidade das gentes num tempo em que dominava o Império Romano e, portanto, antes da sua cristianização. A religião oficial de Roma Antiga caracterizou-se pelo politeísmo, com elementos que combinavam influências de diversos cultos. Estes cultos começaram a decair com a conversão, que aconteceu no ano de 313 com o Edito de Milão, assinado por Constantino.
Mais um trabalho da ADEP, sobre uma pequena parte do nosso passado colectivo, do muito que há para saber e estudar. Oportuno se torna lamentar que a maior parte dos materiais localizados e conhecidos estejam dispersos, pelos museus vizinhos e casas particulares, e no concelho não existam condições nem espaços, que não sejam os que a ADEP lhe vem disponibilizando, sem que receba quaisquer apoios consignados para esse fim.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

As nossas praças e suas árvores.




Discorrendo por apontamentos diversos a propósito do enigma do calendário para 2013 e alusivo ao 500.º aniversário da atribuição do Foral, deparamos com algumas referências que nos parecem ser merecedoras de mais divulgação atenta a necessidade de mais estudo e defesa de locais da nossa memória colectiva.
Em Janeiro de 1908 o Jornal de Arouca “ A voz de Portugal” refere que “depois de percorrermos as ruas principais da Vila de Sobrado, fomos admirar a casa dos futuros Paços do Concelho. Já esta obra é real. Imponente(…)Quem vir a obra dirá que todas as lisonjas são poucas”. Ao mesmo tempo que se constroem novos edifícios vai-se alinhando e construindo passeios de pedra na sua frente, de modo que, daqui a poucos anos, estará ali uma praça das principais do distrito. Desta praça sai uma rua, a chamada “Rua” que comunica com outras praças (futuro Largo da Meia Laranja, onde já estiveram duas belas, raras e frondosas  "árvores de  garrafa" Brachychiton populneus e do outro lado da estrada, junto do Marmoiral e entrada da Boavista ainda temos alguns exemplares de Castanheiro da India - Aesculus hippocastanum e cedro) mais ao norte e já toda arborizada (de Tílias) onde existe a importante fábrica de manteiga a vapor (no Parque das Tílias – Frutuária)”.
Assim, diz o “Jornal de Arouca” a 4 de Setembro de 1915 que “No Largo Conde Castelo de Paiva  existem 6 palmeiras”. Se repararmos na referida foto do calendário elas não estão lá. Se efectivamente a foto fosse de 1919 como lá está escrito era previsível que lá estivessem ainda…
Já em 1921 “as Tílias que orlam os passeios (do largo que fica em frente aos Paços do concelho, proporcionam), a doçura das suas sombras pródigas…” como refere o “Defensor” de 5 de Maio. Também no Logradouro da Casa da Boavista além de alguns cedros, dois deles secos, existem um Tulipeiro (Nome científico: Liriodendron tulipífera L.) e um belo exemplar de cedro que será uma Thuja como se vê em primeiro plano da foto.
Martinho Rocha

sábado, 15 de dezembro de 2012

Feliz Natal e Bom Ano Novo !



Eis o cartão ambientalista de Boas Festas, do nosso amigo e associado Prof. Jorge Paiva !

Temos tido o privilégio de vir recebendo, já mais de duas dezenas, destes cartões, que têm focado alguns dos problemas estruturais e de comportamento que ameaçam  o ambiente à escala mundial e local, produzidos a partir de fotos suas (que temos vindo a coleccionar). Pela valia da mensagem e porque é Natal partilhamos os Votos de Jorge Paiva. 

Nesta quadra festiva a Direcção da ADEP deseja a todos os seus associados, colaboradores, patrocinadores e amigos um Feliz Natal e um Bom Ano Novo!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O enigma da foto do Calendário do Foral !



O Calendário do 500.º aniversário do Foral, tem um enigma e ainda nenhum leitor se apercebeu!
Se reparamos a foto está datada de 1919. Sabemos porém que o edifício da Câmara tem a data de 1901 inscrita no frontispício e ainda que nesse ano não apresente já a estrutura levantada, tê-la há nos anos próximos da inauguração, que se sabe teve lugar em 1907.
Os telhados que constam da foto não nos elucidam dos edifícios a que pertencem. Será um desses telhados do  edifício da Câmara? Não nos parece. 
Certo é que não está lá ainda o edifício dos Correios. E diz-se que já existia estação telégrafo-postal em 1905. O mais provável mesmo é que a foto seja anterior a 1900, data do lançamento da primeira pedra do edifício dos Paços do concelho.
Os  edifícios da Frutuária têm gravada a data  de 1888 e constam da foto. Assim a conclusão a tirar é de que a foto está mal datada e enfermará de um erro que a torna mais antiga em mais de uma década!
Será ?!

sábado, 8 de dezembro de 2012

Calendário para 2013, alusivo ao 500.º Aniversário do Foral !


No dia em que se completou o 499.º aniversário da atribuição do Foral à Terra de Paiva, a ADEP saiu à rua com a sua 6.ª caminhada do Foral. Além disso os participantes foram brindados com o calendário alusivo ao 500.º aniversário e tiveram oportunidade de apreciar uma exposição que reúne as anteriores edições.
Este é o momento para tornar público o nosso agradecimento ao comércio e serviços que, tem tornado possível manter esta iniciativa editorial, e que ano após ano valoriza a nossa memória, dinamiza a fotografia e sensibiliza todos para a importância da protecção e divulgação do nosso património cultural.
Ainda são aceites novas adesões, basta para tal contactar adep-paiva.blogspot.com

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Papiniano Carlos faleceu.


  • Em jeito de homenagem, trazemos aqui uma relação de algumas das obras do Escritor e Poeta que soube pegar nos nossos valores como foi o caso do rio Paiva e nas vidas que lhe estavam associadas! Foi nosso associado e nos anos oitenta júri dos nossos jogos Florais! A nossa singela homenagem! As nossas saudades!
  • CARLOS, Papiniano – Esboço: poemas. Porto, Tip. Artes & Letras, 1942.
  • CARLOS, Papiniano – Estrada nova: caderno de poemas. Porto, Tip. Livr. Progredior, 1946.
  • CARLOS, Papiniano – Mãe terra: poemas. Porto, Portugália, 1949.
  • CARLOS, Papiniano – As florestas e os ventos: contos e poemas. Porto, Papiniano Carlos, 1952.
  • CARLOS, Papiniano – Caminhemos serenos: poemas. Coimbra, Textos Vértice, 1957.
  • CARLOS, Papiniano – A rosa nocturna: crónicas. Lisboa, Sagitário, 1960.
  • CARLOS, Papiniano – A menina gotinha de água: poema para as crianças. 3 ed., Lisboa, Portugália Editora, 1972.
  • CARLOS, Papiniano – A ave sobre a cidade. Porto, Paisagem, 1973.
  • CARLOS, Papiniano – O rio na treva. Porto, Inova, 1975.
  • CARLOS, Papiniano – Luisinho e as andorinhas. Maia, Gráfica Maiadouro, 1977.
  • CARLOS, Papiniano – O cavalo das sete cores. Lisboa, A Opinião, imp. 1977.
  • CARLOS, Papiniano – O grande lagarto da pedra azul. Lisboa, Caminho, 1986.
  • CARLOS, Papiniano – Recordando António Ramos de Almeida "companheiro da esperança". Porto, s.n., 1975.
  • CARLOS, Papiniano – A viagem de Alexandra. Porto, Porto Editora, 1989.
  • CARLOS, Papiniano – A memória com passaporte: um tal perafita na "Casa del Campo". Porto, Campo das Letras, 1998.
  • CARLOS, Papiniano – Era uma vez.... Porto, Campo das Letras, 2001.
  • CARLOS, Papiniano – CARLOS, Papiniano – A Viagem de Alexandra. Arca das Letras, 2008.

sábado, 1 de dezembro de 2012

6.ª Caminhada do Foral - 499.º aniversário atribuição do Foral!



No dia em que se comemorou o 499.º aniversário da atribuição do Foral à Terra de Paiva, os participantes na 6.ª caminhada do  Foral da ADEP- tiveram oportunidade para passar revista a algum do nosso património mais emblemático -associado à memória dos pais de Santo António - e de constatar o seu estado de conservação, que em alguns casos é de ruína, noutros de autêntico saque e vandalismo.