sexta-feira, 23 de junho de 2017

Rio Sardoura: queremos saber se sabe... qual o local ?








(imagem colhida  nestes dias)

Saibamos cuidar!
O Sardoura nasce e desagua no território paivense, desagua no Douro, nas Pedras de Linhares próximo do Gramão, Sardoura.
O Sardoura tem uma imensa rede de levadas desenhadas a partir de inúmeros açudes que tornaram possível aos nossos antepassados uma utilização plena das suas águas quer para a irrigação das pastagens e lameiros, quer para mover os muitos moinhos de cereais, lagares de azeite e até fábricas de papel; isto sem pôr em causa a sua biodiversidade que ainda nos nossos dias tinha peixes migradores em todo o curso.
Em homenagem às suas águas que se querem cuidadas e às nossas gentes que nos legaram este património deixamos este video.

Como dizia (Pessoa) Alberto Caeiro:


"(...) o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada. 
Quem está ao pé dele está só ao pé dele."


Para o primeiro leitor que identifique o local do video vamos oferecer uma publicação da ADEP.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

E no fim de semana...

E aí estão os folguedos de Paiva, escolhidos para os maiores dias do ano!




Altares usados nas festas solisticiais, destes dias, pelos nossos antepassados !?


Também em Paiva existe algo semelhante. Há anos que as obras lhe fazem cerco e há anos que vimos alertando Município e DGPC (Direcção Geral do Património Cultural) para a necessidade de avaliação dos vestígios e medidas de protecção delimitando as obras...


Apeiron edições adicionou 2 fotos novas.
3 h


Portugal - Terra de Mistérios
ALTAR PAGÃO
A localidade de Vila Nova (terra das flores) tem um dos mais antigos altares pagãos da antiga Calécia.
Aqui celebrava-se o dia de finados (fieis defuntos) e as festas solsticiais (inverno/verão) que marcava o fim das colheitas, a recolha do gado das pastagens e a “morte” invernal do sol.
Na nossa cultura ancestral, o povo acreditava que no dia de finados era possível contactar os mortos. Desse modo, era costume fazerem oferendas com toda a devoção e sentimento profundo – no altar, expunha-se sob uma toalha de linho o melhor das suas colheitas – para que os mortos também pudessem celebrar.
A morte para os nossos antepassados era vista como um princípio (renovação), não como um fim.
“Aqui encontrámos inúmeros pormenores que se destacam na paisagem e que chamam a nossa atenção, demonstrando-nos que há muito tempo atrás foram objecto de grande influência espiritual para os nossos antepassados: a Mesa dos Mouros é por todos os motivos um dos elementos mais significativos do culto sagrado primitivo…”
In “A Alma de Um Povo – História e Lendas da Tradição Barrosã”, Agostinho Veras
Fotos: Altar pagão, Vila Nova (terra das flores), também conhecido como Mesa dos Mouros

terça-feira, 20 de junho de 2017

Amigos do Museu procuram-se! - a propósito de umas pedradas que jogaram nos nossos telhados e janelas...





É amigo da ADEP, associado ou simpatizante das suas causas?
Conhece o seu espaço de Museu  “Primeiras Artes” e “Casa dos Engenhos Dr. Justino Strecht Ribeiro”, no Parque das Tílias – à Frutuária  ?
Sabe que a própria existência/ manutenção do ÚNICO MUSEU DE PAIVA está sob ameaça?
Sabe que desde a recolha do espólio (que se iniciou há mais de vinte anos e que contou com o trabalho de voluntários e muitas doações de particulares),  aos trabalhos de conservação e às condições de instalação e segurança do espaço, todos os custos são suportados pela ADEP?
Sabe que a nossa terra tem imenso espólio, etnográfico, arqueológico e de história natural ao abandono, em casas particulares e até em museus nas terras vizinhas?
Também acha que precisamos de investimento humano e financeiro; que precisamos de renovação de espaços; de mais divulgação e melhor apresentação de conteúdos; de novos projectos de divulgação?
Sabe que no ano passado o espaço esteve aberto duas tardes por semana, com acesso gratuito, graças à disponibilidade de quatro voluntários? Sabe que este ano estamos a divulgar a nossa disponibilidade para facultar o acesso, igualmente gratuito, a todos os interessados?
Acha que não tem disponibilidade e que só os outros a tem ?
Se não é o caso,  quer ter um papel mais activo, dando o seu contributo, na defesa desta causa?
Se lhe dói saber que nem tudo está a ser feito pela comunidade para garantir a existência do único Museu  de Castelo de Paiva então talvez seja o momento de contribuir com algo de que possa dispor…

Se não lhe dói, passe ao lado, procure ao menos não incomodar… quem vai fazendo algo pelo nosso património e pela memória das suas gentes!




















escreveu Martinho Rocha

segunda-feira, 19 de junho de 2017

E agora, ...de novo eucaliptos ?...





Castelo de Paiva integra nas estatísticas o pequeno grupo dos concelhos de Portugal com mais taxa de arborização - acima dos 72% - ocupando mesmo a 6.ª posição.
Se como diz o presidente da câmara e a imprensa o concelho ardeu em 80% do território e a visão que se tem não o desmente, então o último sábado e domingo serão mais uma data negra para a nossa história a juntar a outros acontecimentos recentes igualmente tristes e trágicos.
Impõe-se refletir sobre os erros e causas do sucedido, que terão a ver numa primeira linha com a nossa organização de protecção civil, mas também devemos ponderar sobre se algum dia foram aferidas as nossas reais possibilidades de defesa de uma catástrofe como a que o tipo de florestação ameaçava.
A legitimidade de todos e de cada um para se ôpor à permissividade da florestação - exploração em monocultura de eucalipto - resulta da iníqua distribuição da riqueza e do prejuízo. É que, enquanto a anarquia permitiu o benefício apenas a alguns, a catástrofe faz agora distribuir cegamente por todos os prejuízos, ou não iremos agora todos ser chamados para as consequências?

A discussão nacional que se espera aconteça e as medidas que venham a ser adoptadas, pode ser que nos ajudem e que o façam na dimensão do sucedido. Esperamos sinceramente que a lição nos faça escolher outro caminho. A arborização que nos atribuía a estatística, não pode nunca mais ser permitida em exclusividade ao eucalipto.

Nós, dissê-mo-lo muitas vezes: a monocultura do eucalipto não é a melhor escolha. A nossa floresta autócne tinha castanheiros, sobreiros, carvalhos, amieiros, etc. que hoje não se vêem O desordenamento, provocado pela plantação de grandes e contíguas manchas, sem zonas de intermediação com espécies resistentes ao fogo, o desrespeito pelas linhas de água, enfim a ambição, a não fiscalização, a permissividade da tutela, que até sábado e domingo deram sossego e benefício a alguns, passaram agora a dar preocupação, prejuízo e sofrimento para todos.












escreveu Martinho Rocha 
17-10-2017



Assunto sobre que Jorge Paiva já falou em Paiva, em evento da ADEP, há mais de 20 anos:


Os incêndios e a desertificação do Portugal florestal







Antes da última glaciação, Portugal estava coberto por uma floresta sempre-verde (laurisilva). Durante essa glaciação a descida drástica da temperatura fez desaparecer quase por completo essa laurisilva, tendo sido substituída por uma cobertura florestal semelhante à actual taiga. Após o período glaciar, a temperatura voltou a subir, ficando o país com um clima temperado como o actual. Assim, a floresta glaciar foi substituída por florestas mistas (fagosilva) de árvores sempre-verdes (algumas delas relíquias da laurisilva) e outras caducifólias, transformando o país num imenso carvalhal caducifólio (alvarinho e negral) a norte, marcescente (cerquinho) no centro e perenifólio (azinheira e sobreiro) para sul, com uma faixa litoral de floresta dominada pelo pinheiro-manso e os cumes das montanhas mais frias com o pinheiro-da-casquinha (relíquia glaciárica). Por destruição dessas florestas, particularmente com a construção das naus (três a quatro mil carvalhos por nau) durante os Descobrimentos (cerca de duas mil naus num século) e da cobertura do país com vias férreas (travessas de madeira de negral ou de cerquinho para assentar os carris), as nossas montanhas passaram a estar predominantemente cobertas por matos de urzes ou torgas, giestas, tojos e carqueja. A partir do século XIX, após a criação dos "Serviços Florestais", foram artificialmente re-arborizadas com pinheiro-bravo, tendo-se criado a maior mancha contínua de pinhal na Europa. A partir da segunda década do século XX, apesar dos alertas ambientalistas, efectuaram-se intensas, contínuas e desordenadas arborizações com eucalipto, tendo-se criado a maior área de eucaliptal contínuo da Europa. Sendo o pinheiro resinoso e o eucalipto produtor de óleos essenciais, produtos altamente inflamáveis, com pinhais e eucaliptais contínuos, os incêndios florestais tornaram-se não só frequentes, como também incontroláveis. Desta maneira, o nosso país tem já algumas montanhas transformadas em zonas desérticas.
Sempre fomos contra o crime da eucaliptização desordenada e contínua. Fomos vilipendiados, maltratados, injuriados, fomos chamados à Judiciária, etc. Mas sabíamos que tínhamos razão. Infelizmente não vemos nenhum dos que defenderam sempre essa eucaliptização vir agora assumir as culpas destes "piroverões" que passámos a ter e que, infelizmente, vamos continuar a ter. Também sempre fomos contra o delapidar, por sucessivos Governos, dos Serviços Florestais (quase acabaram com os guardas florestais). Isso e o êxodo rural (os eucaliptos são cortados de 10 em 10 anos e o povo não fica 10 anos a olhar para as árvores em crescimento tendo, por isso, sido "forçado" a abandonar as montanhas e a ficar numa dependência económica monopolista, que "controla" o preço da madeira a seu belo prazer) tiveram como resultado a desumanização das nossas montanhas pelo que, mal um incêndio florestal eclode, não está lá ninguém para acudir de imediato e, quando se dá por ele, já vai devastador e incontrolável.
Infelizmente vamos continuar a ter "piroverões" por mais aviões "bombeiros" que comprem ou aluguem. Isto porque, entre essas medidas, não estão as duas que são fundamentais, as que poderiam travar esta onda de incêndios devastadores que nos tem assolado nas últimas décadas. Uma, é a re-humanização das montanhas, que pode ser feita com pessoal desempregado que, depois de ter frequentado curtos "cursos de formação" durante o Inverno, iria vigiar as montanhas, percorrendo áreas adequadas durante a Primavera e Verão. A outra medida fundamental seria, após os incêndios, arrancar logo a toiça dos eucaliptos e replantar a área com arborização devidamente ordenada. Isto porque os eucaliptos rebentam de toiça logo a seguir ao fogo, renovando-se a área eucaliptada em meia dúzia de anos, sem grande utilidade até porque o diâmetro da ramada de toiça não é rentável para as celuloses. Mas como tal não se faz, essa mesma área de eucaliptal torna a arder poucos anos após o primeiro incêndio e assim sucessivamente. Muitas vezes, essas mesmas áreas são também invadidas por acácias ou mimosas, bastando para tal que exista um acacial nas proximidades ou nas bermas das rodovias, pois as sementes das acácias são resistentes aos fogos e o vento ajuda a dispersá-las por serem muito leves. As acácias, como são heliófitas (plantas "amigas" do Sol), e não havendo sombra de outras árvores após os incêndios, crescem depressa aproveitando a luminosidade e ocupando aquele nicho ecológico antes das outras espécies se desenvolverem.
Mas como vivemos numa sociedade cuja preocupação predominante é produzir cada vez mais, com maior rapidez e o mais barato possível, as medidas propostas são economicamente inviáveis por duas razões: primeiro, porque é preciso pagar aos vigilantes e respectivos formadores; segundo, porque arrancar a toiça dos eucaliptos é muito dispendioso (custa o correspondente ao lucro da venda de três cortes, isto é, o lucro de 30 anos). É bom também elucidar que os eucaliptais só são lucrativos até ao terceiro corte (30 anos). Depois disso, estão a abandoná-los, o que os torna um autêntico "rastilho" ou, melhor, um terrível "barril de pólvora", áreas onde os seus óleos essenciais, por vaporização ao calor, são explosivos e, quando a madeira do eucalipto começa a arder, provocam a explosão dos troncos e respectiva ramada, lançando ramos incandescentes a grande distância. Este "fenómeno" tem sido bem visível nos nossos "piroverões".
Por outro lado, pelo menos uma destas medidas (arranque da toiça e re-arborização ordenada) não tem resultados imediatos mas a longo prazo. Por isso os governantes não estão interessados na aplicação dessas medidas, pois interessa-lhes mais resultados imediatos (as eleições são de quatro em quatro anos...) do que de longo prazo.
Assim, sem resultados imediatamente visíveis e com uma despesa tão elevada, os governos nunca vão adoptar tais medidas. Preferem gestos por vezes caricatos, como distribuir telemóveis aos pastores, mas que nunca não acabarão com os "piroverões".
Finalmente, após a referida delapidação técnica e funcional dos Serviços Florestais (antigamente, os incêndios florestais eram quase sempre apagados logo no início e apenas pelo pessoal e tecnologia dos Serviços Florestais), esqueceram-se da conveniente profissionalização e apetrechamento dos bombeiros, melhor adaptados a incêndios urbanos.
Se os nossos governantes continuarem, teimosamente, a não querer ver claramente o que está a acontecer, caminharemos rapidamente para um amplo deserto montanhoso, com a planície, os vales e o litoral transformados num imenso acacial, tal como já acontece em vastas áreas de Portugal. Biólogo


recortamos do Público

sábado, 17 de junho de 2017

Cartaz semanal dos eventos culturais

Tem vindo a ser divulgado semanalmente o que poderiamos chamar de Cartaz semanal dos eventos culturais. Um trabalho de dois associados e diretores da ADEP; lançado e idealizado por João Teixeira, que  agora  tem vindo  receber as melhorias estéticas do gráfico João Vieira/"da Gráfica".
Reiteradamente vem sendo anunciada a nossa disponibilidade de abertura dos nossos espaços de Museu Etnográfico "Casa dos Engenhos Dr. Justino Streht Ribeiro" e "Primeiras Artes". Local onde também podem ser adquiridas algumas das publicações de autores paivenses.
E em breve, em jeito de lançamento de roteiro contamos poder anunciar algumas visitas guiadas aos locais de Santo António (seus ascendentes) em Sobrado de Paiva.
E fica aqui o nosso agradecimento e apelo a todos para que se não deixe de divulgar uma única festividade ou acontecimento, que podendo constituir uma atração turística para a terra é também um importante serviço social, pois que hoje estamos todos, ligados ao mundo, ao alcance de um clique dando novas aos vizinhos e conterrâneos e matando saudades aos nossos emigrantes.


quinta-feira, 15 de junho de 2017

Relatório das Actividades da ADEP em 2016

                               Bairros e Vale do Paiva num dia em que o fomos visitar


                       
Relatório das Atividades da ADEP em 2016

                   Atividades realizadas com êxito:

a)       “Vida no Parque – Viva o Parque ! “ Fizeram-se progressos assinaláveis este ano, ao termos beneficiado da colaboração da União de Freguesias de Sobrado e Bairros nos trabalhos de limpeza e na disponibilidade de vários directores que proporcionaram a abertura diária do Parque(*) e do espaço de Museu “Primeiras Artes,” às quartas – feiras e domingos.  A ADEP fez um investimento considerável  em 2016; além dos trabalhos a seguir referidos, instalou o Wireless para facilitar o acesso às novas tecnologias de informação, principalmente aos jovens. Uma palavra de reconhecimento e agradecimento a esta autarquia. Foi assim proporcionada mais visibilidade a três das mais importantes valências da ADEP: o Parque das Tílias, espaço Etnográfico Primeiras Artes e a Casa dos Engenhos;
b)      Protocolo do Parque das Tílias  – Ainda que em 2015 tenhamos conseguido obter apoio extraordinário do Município para o arranjo dos bancos do jardim e dos WC’s do Parque , esta verba é insignificante face aos custos que se tiveram de suportar o que denota uma desresponsabilização pública que sobrecarrega a ADEP com custos (só este ano: 6000 euros para podas, abate de árvores em perigo e plantação de novas , trabalhos de mudança da Caixa central da electricidade e arranjo geral dos Wc´s), insuportáveis para uma gestão do Parque, que terá de ser sustentável, quando o mesmo vem sendo cedido pontual e graciosamente para as mais variadas utilizações públicas. Além dos visitantes da Feira do Século XIX (que calculamos em cerca de 3000) e do movimento diário, este ano registamos cerca de 600 pessoas afectas a iniciativas nossas e organizadas por grupos de escuteiros e intercâmbio com a União de Freguesias de Sobrado e Bairros;
c)       Dia nacional dos moinhos abertos/ visita e caminhada gratuitas às Primeiras Minas do Pejão: sábado 9 de Abril esteve aberto o espaço de Museu Etnográfico - Casa dos Engenhos e 1.ªs Artes no Parque das Tílias;    percorridos dois dos três percursos previstos, a passar pelas Primeiras Minas do Pejão, com um momento para descerrar a colocação de  um marco sinalético com literatura alusiva à história do local; assim iniciamos a visita a pé no lugar do Pejão até ao local da primeira Mina - Mina da Paraduça  e minas do Limoeiro, Carvalheiras e Alto do Pejão (Pejão Velho) com regresso ao ponto de partida; no 2.º percurso com saída da Escola ou Capela de Folgoso com visita à fábrica de moagem no Rio Arda e edifício de fabrico de papel/cartão (a mais antiga do concelho) com regresso à Capela. O evento foi aberto ao público e muito participado e que contou também com os Escuteiros – agrupamento 1258 – Fornos. O evento  teve como guia Mário Gonçalves Pereira, que foi incansável na dissertação dos valores em presença, designadamente no que às Minas do Pejão dizia respeito;

d)      Visita ao Aterro de Rio Mau/ Canelas e Serra da Boneca. Teve lugar a visita solicitada ao interior das Instalações, como tínhamos proposto e solicitado em 2015. Foi assim mais uma oportunidade de visita para conhecer melhor aspectos ambientais e também a realidade e perigosidade decorrente da instalação e funcionamento do aterro sanitário. Recorde-se que também em 2015  fomos recebidos na sede  da Ambisousa , numa audiência que nos foi concedida pelo seu administrador, onde nos foi garantida a perfeita e plena laboração, face a algumas dúvidas de populares: falta de monitorização de escorrências, não funcionamento dos pisiómetros e falta de triagem da receita;

e)      O Grupo do linho de Real, da ADEP, participou no seu já acostumado momento alto a “Feira do Século XIX” e em parceria com o Rancho de S. Martinho levou a cabo a demonstração de saberes ancestrais, fazendo funcionar  os diversos utensílios da nobre arte: o fuso, a parábola, a dobadoura, o sedeiro, a espadela e o moinho;

f)       Caminhadas pelo Património edificado e de memória a Santo António. Este ano fizemos duas caminhadas pelos locais do concelho onde há património edificado e de memória  das famílias do Conde e de Santo António. O facto das armas dos Bulhões (do Brazão da Serrada) fazerem também parte do Brazão de Pádua ajudou a despertar o interesse  de Frei Severino (também correspondente do Mensageiro de Pádua”  e jovens integrados no núcleo espiritual dos Franciscanos da paróquia de Santo António dos Olivais, Coimbra (terra onde estudou Santo António antes de partir para Marrocos e Itália. Na oportunidade aproveitamos para sinalizar três destes locais (Casa da Torre de Vegide, Paço de Gondim e Portal da Serrada). Está assim num horizonte cada vez mais próximo um roteiro temático a ligar Lisboa, Pádua, Santo António dos Olivais (Coimbra) e Paiva. Paralelamente apontam-se ideias de estudos e  intercâmbios a estabelecer quer para recuperar património quer para torná-lo mais visível. Esta iniciativa constitui uma importante oportunidade para que um conjunto material e imaterial de valores associados a Santo António passe a ser  pensado e visto também com olhos de quem estuda a temática da “peregrinação” de Santo António.


g)      Obras e trabalhos no Parque  - como referido, foram realizadas obras nas casas de banho do Parque; substituição e mudança da caixa central da electricidade; Decorreram trabalhos de podas, abate de árvores envelhecidas e plantação de novas tílias. Na oportunidade foram arrancadas árvores do nosso viveiro (oliveiras, tílias e outros) que foram disponibilizadas à União de Freguesias de Raiva, Paraíso e Pedorido, associados e ainda ao CAT – Crescer a Cores – Oliveira do Arda. Diligenciamos com vista obter novo orçamento e enquadramento para eventual candidatura de apoio à recuperação da instalação do rabelo “Douro Paiva”.

h)      Pedras da Sirga em Rio Mau, Penafiel – Foi apresentado na DGPC (Direcção Geral do Património Cultural) o pedido de classificação deste testemunho (marcas gravadas pelas cordas de alar os barcos), nas fragas marginais – que tantas memórias  e trabalhos árduos exigiram a marinheiros, lavradores e populares e que vão correndo risco de destruição;

i)        PR – Várzea / Rio Paiva, natureza - Teve lugar uma reunião com a Câmara Municipal, onde estiveram presentes, o Vereador e o Presidente e vários elementos quer do SOS - Rio Paiva, quer da ADEP e também o Presidente da Junta de Sobrado e Bairros. Ambas as associações elegeram o percurso "PR – Várzea/Rio Paiva" como uma alternativa aos passadiços vizinhos do Paiva. Receberam a anuência da Câmara Municipal que mostrou interesse em trabalhar este percurso. O Rio Paiva, que proporciona a prática de várias modalidades desportivas, de salientar o rafting e a pesca, entre outras, tem condições para estas actividades com respeito e desfrute da essência da natureza. Esta é uma alternativa que cremos mais sustentável, que a dos passadiços, para conhecer e divulgar o Paiva.

j)        Feira do século XIX: realizada a 19.ª edição no 2.º domingo de Outubro; iniciativa que todos os anos leva milhares de visitantes ao Parque das Tílias, este contou, além do grupo repetente de antigos mineiros, trajados a preceito, com animação de rua a cargo do Teatro de Bairros. A animação “residente” esteve  uma vez mais a  cargo do Rancho Folclórico de São Martinho, do Grupo de Concertinas do Museu de Cucujães e também do nosso Grupo do Linho de Real, este, como já se referiu a fazer  uma demonstração das tarefas da confecção do linho. Este ano foi novamente dada oportunidade de associação a patrocinadores, que contribuíram na divulgação do evento e merecem referência:  Auto Viação Feirense e Intermarché. Nesse dia teve lugar na sala de exposições -  com o particular empenho de Mário Gonçalves Pereira -  o descerramento de dois quadros, pintados a carvão por autor anónimo, em homenagem a Jean Tyssen e sua nora, na presença da neta e bisneto . Nesse evento, este ano foi lançado o calendário para 2017 que teve pontapé de saída com o patrocínio da Casa Baía e Residencial Flower;

k)      Calendário 2017/Caminhos de Santigo e Fátima – Este ano alusivos aos Caminhos de Santiago e Fátima, iniciativa de sinalização em parceria com a Câmara Municipal - em que se tem empenhado Mário Gonçalves Pereira – quer no planeamento e execução, quer na angariação de donativos. Em Dezembro editamos 1.650 exemplares adquiridos por patrocinadores já fidelizados e novos aderentes; aqui incluídos 50 exemplares que anualmente oferecemos a quem nos visita e que este ano  levam inscrita uma referência ao trabalho que vimos desenvolvendo  e um convite aos contribuintes de IRS e nossos amigos, para que sem qualquer encargo nos   consignem 0,5% do que pagam anualmente ao Estado; foram disponibilizados, também este ano, ao MDPCP - Movimento de Defesa da Ponte Centenária de Pedorido)  50 exemplares, considerada  a mais valia da sua colaboração nesta iniciativa;

l)        Publicações – Ajudamos a definir o conceito e o estatuto, propondo o nome da marca “Casa de Payva”. Podendo constituir um interface para ir ao encontro dos interessados nos nossos  produtos (incrementando a  procura e desenvolvimento social e económico em áreas como agricultura, vinhos e gastronomia, serviços de recreio, artesanato, cultura e inclusão social). Pensamos que perseguindo estes objectivos também a ADEP poderá ser uma interlocutora a sair apoiada nas áreas de artesanato e divulgação do museu,  artes e ofícios tradicionais e publicações;

m)    DOURO-PAIVA RADICAL - Não adoptou ainda o município a via “Orçamentos participativos”, que entendemos proveitosa  para a cidadania e associativismo com vista à realização de alguns projectos na defesa e divulgação dos nossos valores culturais mas ao ter implementado o projecto “Desafios 2016” deu um passo em frente nesse sentido, aliciando associações e escolas para projectos nas áreas de desporto e recreio. A ADEP ajudou a desenvolver, o projecto “Douro-Paiva Radical” que oferece a turistas nacionais e internacionais que passam pelo Porto três possibilidades de visitar a região na escolha de três pacotes turísticos “Douro-Paiva Radical: Suave, Intenso e Extremo” que incluem actividades culturais, sociais e desportivas organizadas através de parcerias entre pessoas/associações/empresas de forma a dar a conhecer o património da região, bem como desenvolver de modo sustentável os serviços e a economia local, valorizando os seus recursos naturais (rio Paiva e zonas envolventes), passando também pela recuperação e valorização de estruturas físicas existentes (quiosque da ADEP) e da sinalização e homologação de um percurso pedestre de pequena rota (PR Várzea-Rio Paiva). Este projecto não saíu vencedor no concurso mas consideramos que pode avançar por si e que é sustentável a sua implementação no terreno.


2.       Atividades não realizadas /projetos não concretizados

a)      “Ponte Velha/Centenária (rodo-ferroviária) de Pedorido” volvido um ano que o processo foi  reencaminhado para a Câmara Municipal (primeiramente dirigido à DGPC),  para que ela lhe conceda o estatuto legal de monumento “ valor concelhio “ mas tarda essa  classificação…;
b)      Dia do aniversário da ADEP – 13 de Agosto, que coincidindo com dia de trabalho não encontrou membros/associados disponíveis, também este ano, para dinamizar um dia de abertura dos nossos espaços;

c)       Dia do Museu aberto à noite: pelas mesmas razões da anterior não se realizou a iniciativa;

d)      Mamoa de Carvalho Mau: não se conseguiu finalizar/assinar com a Câmara Municipal (e restantes parceiros, União de Freguesias de Paraíso, da Raiva e Pedorido, proprietário do terreno e Louseira Valério Figueiredo de Canelas – Arouca) o protocolo que propomos para garantir a manutenção e limpeza e sinalética da Mamoa de Carvalho Mau, depois que foram realizados os trabalhos de intervenção e identificação do monumento em 2011. O painel que havíamos colocado foi vandalizado e da queixa apresentada ao MP não houve qualquer desenvolvimento. Este monumento passou por nós a ser identificado e sinalizado por coordenadas GPS no sítio PORTUGAL MEGALÍTICO do Facebook

e)      Pia dos Mouros : não avançou a nossa ideia de cuidar e interpretar a zona envolvente às Pias dos Mouros. As obras feitas nas imediações (a 50 metros do documento), algumas das quais agora a ser removidas, nunca deveriam ter sido construidas.  O abandono da zona de protecção no Plano de Urbanização com a consequente perda de importantes vestígios não estudados, o desaparecimento de caminhos e a construção de muros contíguos, fazem temer pela integridade do próprio monumento. Há alguns anos teve lugar uma reunião tripartida (ADEP, Câmara e Junta de Freguesia), onde a nossa ideia “foi aprovada”  e passava a ser o objectivo  de uma candidatura a trabalhar pela Câmara…

f)       Sala da arqueologia e história natural: não conseguido o objetivo de avançar com um espaço para organizar e expor todo o material arqueológico e fósseis do Couto Mineiro do Pejão;  estes  que nos foram oferecidos por António Patrão; aqueles depois que não foi aceite a nossa proposta de entregar todo espólio existente à Câmara Municipal para que  lhe destinasse um espaço exclusivo, como poderia ser a sala do andar do posto de turismo ;


g)      Postais ilustrados: Continua a haver vontade de fazer uma nova edição;  além da necessidade de estudar e comparar prioridades de afectação de meios,  falta elencar um grupo de motivos mais emblemáticos, do ponto de vista da ADEP;

h)      Espaço de arrecadação – Está em vias de se encontrar e local com condições para acomodar bens e utensílios que aí tenham de permanecer, libertando espaços necessários a outras valências;

i)        Horta social – Foram feitas novas diligências e contactos com técnicos da área da Agricultura biológica com vista à implementação de uma horta social, tendo embora os espaços inicialmente previstos para esse fim sido desaconselhados pelos referidos técnicos. De pé ainda a valorização da diversidade de flora existente e a necessidade da sua identificação para fins didácticos,  áreas de recreio, parque auto e viveiro;

j)        Sede – Em estudo, em parceria com a autarquia, uma forma de proceder à recuperação do edifício e futura utilização;

k)      Espaço de Eido e de reciclagem – Aguarda a definição do espaço para horta e parque auto,  arrecadação, e  funcionalização de recolha de papel, óleos, compostagem e reciclagem/reutilização;

l)        Concurso documental etnográfico:  com a míngua de apoios disponíveis, não há condições para restaurar o concurso;

m)    Museu Etnográfico(1.ªs Artes),  Barco Rabelo e Casa dos Engenhos  - Ainda não foi conseguido o apoio necessário (nem enquadramento para candidatura) para fazer avançar trabalhos de conservação, manutenção dos espaços já criados, sinalética e conteúdos.



3.       Também neste balanço, e uma vez mais, não podemos deixar de lembrar projectos e ideias que entendemos podem ajudar a desenvolver o concelho e região e que  têm estado subjacentes à nossa linha de pensamento e actuação, tendo em vista o património, o ambiente, a cidadania e o turismo, sem que tenhamos deparado com quaisquer progressos:

a)      O Geoparque ainda não engloba o nosso território . Os fósseis do Couto Mineiro do Pejão, que desde 2013 têm uma projecção nacional e internacional nunca vista, justificam seja encarada muito a sério a integração do nosso território no âmbito do Geoparque – Arouca;
b)      Não há ainda escada para os peixes  para a travessia dos migradores, na Barragem de Crestuma-Lever, designadamente lampreias e sáveis, à semelhança do que está a fazer-se noutros rios e países;

c)       É ainda muito ténue a afirmação e dinâmica  do propósito manifestado no conceito Montanhas Mágicas e para o qual temos vindo a colaborar;

d)      Rota do Românico: a ADEP entende que o concelho só tem a ganhar em dar mais visibilidade à ligação aos pais de Santo António.  Paiva merece ficar associada ao roteiro da vida e obra de Santo de António.Estamos certos que a  divulgação da obra de Mário Gonçalves Pereira, das lendas, mas também dos locais como as casas de Gondim, Serrada e Vegide e bem assim a casa da Boavista, vida e obra do Conde de Castelo de  Paiva, contribui para engrandecer e cuidar melhor, o nosso património material e imaterial dessa temática;

e)      Parque da Cidade: a ADEP tem continuado a defender outra política de gestão territorial e de urbanismo. Os PDM e PU não devem permitir urbanizar a zona contígua ao Parque das Tílias, para que ali possa nascer no futuro o Parque da Cidade e possa ser encarada finalmente a Frutuária como  um espaço que dignifique e enalteça o seu percurso histórico com marcas que vão das artes à industria, do associativismo à agricultura e do empreendedorismo ao desporto e recreio .
 
      Outros / contabilidade
4          - Da Câmara: recebidos 2 500,00 Euros, ainda de 2015. Para a Feira séc. XIX, foi-nos atribuído igual subsidio ao de 2015, de 2500,00 Euros, que falta receber.
5         - Compensações devidas – Foram já recebidas as compensações que nos eram devidas pelo alargamento da estrada (Rua D. José de Arrochela) em 2007, pela expropriação por utilidade pública pela  E.P.. Falta receber a do Município.
6         - Assumidos os trabalhos de gravação em vídeo de tarefas etnográficas a cargo do grupo do Linho de Real-ADEP, mas ainda não pagos, a saber:
       
                  a) na Feira de Nojões encher o enxergão de linho com palha centeia;
                  b) na Feira do século XIX, de 2014, o engenho a moer linho;  
                 c)  na Feira do Séx. XIX de 2016, engenho a moer linho e cerimónia de Homenagem a Jean Tyssen.

        a) para a Biblioteca/Arquivo Fotográfico:
-  “Parques e Vida Selvagem”;
- Jornal "Miradouro";
- Revista "O Segredo da Terra - A informação bio para todos";
- Desdobrável - "Folha Verde";
- Jornal “Quercus”;
- diversa bibliografia oferecida pela Rota do Românico;
- mais um postal (didáctico) de Boas Festas de Jorge Paiva;
b) Para integrar o Museu:
-  foi recebido na Assembleia  Geral de Março de 2016 do associado director Rui Pereira um espólio considerável de moedas e notas de escudo ; 
- diversos utensílios ligados a artes e ofícios tradicionais de duas famílias paivenses;
Todo o espólio vai ser integrado nos nossos espaços de leitura "Biblioteca Manuel Afonso da Silva” e de museu “Primeiras Artes”.

8.       Blogue: ( adep-paiva.blogspot.com  ), facebook: (adeppaiva) e twiter.Criados novos grupos. Além do inicial ADEPPAIVA e d’  O Nosso Monumento” em 2015 foram criados em 2016: “PR Rio Paiva/ Várzea” e “ Associativismo Paivense” e ainda as páginas “ADEP Castelo de Paiva”  e “Parque das Tílias”.

   Estes suportes têm proporcionado a divulgação da nossa atividade. Aí tem sido também dada voz às nossas denúncias e apelos. Há poucos dias o blogue adep-paiva.blogspot.com atingiu os 100.000 visitantes. A biblioteca “Manuel Afonso da Silva e arquivo fotográfico “Luís Lousada Soares” tem baseado a maior parte dos conteúdos  bibliográficos e fotográficos.

       Serviram de mote a algumas denúncias , os seguintes temas:
a)      ETAR’S - Não temos conhecimento que estejam a funcionar, (Sardoura e Pedorido);
b)      Amianto - Não temos conhecimento de progressos na identificação de locais onde exista ou da sua retirada;
c)       Douro - Denunciamos o desprezo a que estão votados os rios não há peixes migradores, não há praias reconhecidas, não há actividades de recreio,  designadamente neste que, perdulariamente, nos tempos de hoje, nem turistas nos trás;
d)      Comboio mineiro - Feito apelo de defesa de projecto de reactivação de uma das linhas integrando antigas estruturas como a ponte centenária de Pedorido;
e)      Torre medieval de Vegide - Feito apelo pela necessidade do estudo dos possíveis fornos de Real e de Corvite; também para as ruínas da Torre há uma sugestão de reconstrução da mesma, chamando mecenas.
9         -  Associados - Inscrito o associado n.º 540. Continua por fazer  um convite pessoal a novos sócios, patrocinadores e voluntários  e uma limpeza global dos ficheiros que passa por retirar os falecidos e os não pagantes.

   Uma palavra de agradecimento a quem ao longo dos anos, de uma forma ou de outra, tem dado o seu contributo ajudando a realizar, algo do que é visível e palpável, fortalecendo o ideal da ADEP  e dando assim público testemunho do trabalho, meritório e voluntário, que esta associação, vem realizando desde 13 de Agosto de 1980.
       Um dos documentos de gestão que, como os restantes, foi aprovado nos orgãos próprios da Associação e remetido para as instâncias adequadas.