segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

As (nossas ) outras Minas: de ouro, de Terramonte...



                                                     I

O concelho é rico em recursos minerais. Além do carvão de que não vamos falar hoje  há os inúmeros testemunhos de antigas explorações romanas ou até anteriores onde se explorava ouro, chumbo, zinco…(Minas dos Cubos, S. Adrião, da Quintinha, da Azenha?, etc. ). Na Carta geológica de Portugal podemos encontrar  a noticia  de que “entre Covelo e Castelo de Paiva, situa-se uma das mais importantes zonas antimoníferas do País”.
É no seio da ganga quatzosa, sob a forma de bolsadas que aparece o ouro, a prata, a blenda e pirite.Não constitui novidade se tivermos em conta que em meados do séc. XVIII se bandejava ouro nos rio Paiva e Arda.
Margarida Rosa Moreira de Pinho (em 1947) refere que:” Há minas de metais  de várias qualidades: uma de antimónio chamada Cabranca, na Raiva, duas de chumbo no Ribeiro de Terramonte e quatro de chumbo e zinco denominadas Gardunha, Ourães, Ribeiro de Castanheira e Serradelo. Todas estas ficam na freguesia da Raiva. Presentemente está em exploração uma grande mina de carvão de pedra que começa no sopé do Monte de Santo Adrião, na freguesia de Real, passa pela freguesia do S. Pedro do Paraíso, Raiva e vai até Germunde, em Pedorido.
Como a exploração tem sido feita intensamente no Pejão - freguesia de S. Pedro do Paraíso - denomina-se "Couto Mineiro do Pejão". Aqui andam empregados mais de 2000 operários, não só do concelho como das regiões distantes".

                                                        II



E no séc. XIX o que sabemos? 

As mineralizações de Pb-Zn-Ag, localizam-se na margem esquerda do Douro . Os jazigos eram cobertos por seis concessões, uma das quais, Terramonte. A primeira concessão a ser objecto de lavra (1882-1884) foi a de Ribeiro da Lomba (Gondarém), cerca de 1.5 km a norte de Terramonte, mas os trabalhos foram abandonados devido ao empobrecimento do filão e a empresa concessionária (Companhia das Minas de Gondarém) transferiu os trabalhos de pesquisa e exploração para Terramonte (Relatório e Contas da Direcção da Companhia Portuguesa das Minas de Gondarém 1884 e 1886).
O jazigo de Terramonte foi intensamente trabalhado no fim do século passado, entre 1860 e 1890. 


                                                   III


Nos anos 60/70 do séc. XX sobre Terramonte:
Não temos tanta informação assim. De qualquer forma haverá que desmistificar um pouco aquela ideia de que a exploração não tinha as melhores condições de segurança (houve algumas mortes violentas no cenário laboral, sempre de lamentar…) e de que não seria tão séria e transparente a conduta da empresa que explorava o Couto Mineiro de Terramonte e que por isso o fecho teria tido imposto pelo Estado na base de desconfianças de que a empresa estaria a retirar minérios que não faziam parte da licença de concessão...o que justificaria a atitude - quando do encerramento - de mandar explodir galerias e minas (para não deixar acessos a quaisquer vestígios comprometedores? – interrogam-se os antigos mineiros). Oficialmente não é isso que se passa e o pedido de encerramento é da iniciativa da Mitel alegando falta de rentabilidade, custos com expropriações e enfraquecimento progressivo da mineralização de profundidade …
Em Julho de 1965 a Mitel – Minas de Terramonte, L.da (uma sociedade por quotas com capital social igualmente repartido por quatro empresas Placer Development, L.td, Compagnie Royale Asturienne des Mines; Noranda Mines, L.td e Vernon F. Taylor Jr.) pediu a demarcação do Couto Mineiro de Terramonte, que abrangia 7 concessões, Serra de Montalto, Terramonte, Ribeiro da Lomba, Ribeiro da Castanheira, Gardunha, Serradelo e Ourais,  uma área de 350 hectares,  e iniciou a laboração no ano seguinte.
Terramonte foi considerada uma das mais importantes minas europeias de extracção de Pb, Zn e Ag entre 1966 e 1972. O filão de Terramonte, de 1 a 12 metros, era constituído por galena e blenda argentíferas, jamesonite,bournite, pirargirite, tetraedrite, marcassite, argentite, arsenopirite, pirite, polibasite,miargirite e calcopirite. Estimaram-se reservas totais de 427 000t com 4,16% de Pb; 3,35% de Zn e 224g/t de Ag.
O grupo MITEL – Minas de Terramonte, Lda., dotou as minas de Terramonte de elevados recursos técnicos e financeiros e aí instalou tecnologia de ponta, tornando-as das mais modernas e bem equipadas minas portuguesas. As instalações tinham capacidade para extrair 350 toneladas de minério por dia, trabalhando dois turnos de 6horas .
A lavaria de flutuação tinha capacidade para tratar 10 toneladas de minério por hora permitindo o tratamento anual de 75 000 toneladas de miério com 3.200 t de concentrado de galena com 70% de Pb e 3.300g/t de Ag e 3.200t de concentrados de blenda com 50%  de Zn e 800g/t de Ag.
A energia eléctrica, necessária às instalações mineiras, era fornecida pela Sociedade Eléctrica Duriense e o ar comprimido era fornecido por uma central construída nas imediações do poço de extracção, com dois compressores, existindo um de reserva. (Eram necessários 800m3 de água por dia para o funcionamento das instalações e as águas da lavaria eram parcialmente reaproveitadas, à razão 500m3/dia; o restante volume de água era proveniente da Ribeira de Castanheira durante a estação das chuvas e da estação de bombagem construída no Rio Douro pela empresa concessionária.  A MITEL. construiu ainda uma via de acesso devidamente asfaltada, numa extensão de 2600m, ligando a mina à Estrada Nacional 222. Foram construídos, preparados e equipados diversos edifícios de apoio à actividade extractiva junto ao poço de extracção: um destinado aos escritórios, armazém e vestiário com balneário para os trabalhadores, um laboratório de análises e preparação de amostras e as oficinas. A equipa de trabalho era constituída por dois engenheiros, dois técnicos e 200 operários.
Nesta exploração não encontramos a politica de responsabilidade social adoptada pela ECD, mas também a sua vida foi efémera.
A grande variedade de minerais, e sua riqueza, pode muito bem despertar novos interesses e futuras concessões e se é certo que pode constituir um polo não desprezivel de emprego - tão necessário nos dias de hoje - , e de que se tem vindo a falar à boca pequena; bom será que haja o cuidado de prevenir e garantir medidas que possam minorar os impactes negativos no habitat. Ainda hoje, passados 40 anos do encerramento, estão bem visiveis alguns dos prejuizos que o desmoronamento e erosão provocados pelos depósitos de inertes.

Há dez anos atrás foram intervencionadas as bacias de deposição de estéreis ou barragens que sofrem processos erosivos  e que conduziu ao problema  de degradação ambiental  - então falado – que atingiu não só da zona envolvente, como do próprio rio Douro, já que esta zona mineira se localiza num afluente deste rio.

Bibliografia consultada: 

"Carta Geológica de Portugal"– Notícia explicativa da folha 13-  B, Castelo de Paiva;
"Contaminação e Toxicologia Ambientais" de Aurélie Pinto Rodrigues;
"Couto" 1993;
"Elementos para a História de Castelo de Paiva" de Margarida Rosa Moreira de Pinho;
"Estudos Notas e Trabalhos do Serviço do Fomento Mineiro" Vol XVI – F






terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Natal: ofereça livros (de autores paivenses)!


                                  À venda no Intermarché, Tabacaria Mil e na ADEP

domingo, 30 de novembro de 2014

domingo, 23 de novembro de 2014

Nomes das ruas

Ai está o que prometemos: todas as páginas do processo que desenvolvemos ao propôr novos nomes e a reformulação toponímica das ruas da Vila já nos idos anos oitenta.
Um processo a necessitar de continuação. Há ruas que não tem nome e há nomes que seriam dignos dessa justa homenagem por parte da Autarquia. Temos falado disso. E a talho de foice digamos que também neste capitulo devemos ser consequentes: se  nessa data se atribuiram os nomes de Santo António, da mãe e do pai do Santo o que se fez para dignificar os espaços/edificios/monumentos? Temos em Paiva esta coisa patetica de comemorar o S.João com grande foguetório; já quanto a Santo António, nem uns miseros trocos tem havido para cuidar do que temos de material e que está no estado em que todos conhecemos : Casa da Torre de Vegide, Gondim, Serrada, Pias dos Mouros, Marmoiral, Boavista...).
E se há inumeros espaços e locais a merecer cuidados (o que se pode fazer- em certos casos - com poucos custos), atenção que os fins não justificam todos os meios. Temos denunciado trabalhos de intervenção urbana que mais não são que autenticos terramotos destinados a arrasar com alguns dos mais romanticos e singulares espaços de memória (v.g. entre a Frutuária e a Meia Laranja, ainda assim é benvindo tudo o que seja restituir marcas e perfis da antiga arquitectura viária onde havia muretes, bancos, passeios e portais, alguns  encimados por esferas em granito, vamos ver..). 
Que não são consensuais não é novidade ou não fossem as recentes intervenções, ainda assim outras podiam ser as alterações: ordenação do trânsito na rotunda da Frutuária e acessos a Vila Verde e Vegide/Corvite; acesso à Vila em dois sentidos; manutenção da "Ponte", da Meia Laranja e Marmoiral e de criação de acesso pedonal...
Quanto aos nomes das ruas e suas razões, aí vai:

















Estatutos, Regulamento Interno e Regulamento Eleitoral

Agora os principais documentos referentes à natureza Jurídica da ADEP podem ser consultados na página anexa sob o título ADEP: Natureza Jurídica (Estatutos, Regulamento Interno, Regulamento eleitoral)

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Ponte Velha de Pedorido: Indeferimento da reclamação

E da Direcção Regional da Cultura Norte chegou a resposta que indefere a reclamação apresentada pela ADEP em 14-08-2014. ( e que pretendia ver a mesma classificada como Monumento de Interesse Público)


“…não se nos afiguram razões para alterar o anterior parecer”

“Mantemos o entendimento que esta ponte consubstancia valores patrimoniais que impõe a sua salvaguarda e que uma eventual classificação de âmbito municipal é desejável e será suficiente para salvaguardar a dignidade da Ponte Velha de Pedorido.(…)”

E como decorre da Lei tinha já a DGCN enviado cópia do processo DRP/CLS-2559 à CM de Castelo de Paiva, para ponderação de classificação como Monumento Municipal, por ser de parecer que a ponte Velha de Pedorido deveria  ver reconhecido o seu valor patrimonial num âmbito municipal







domingo, 9 de novembro de 2014

Artesanato e produtos locais

Artesanato e produtos locais

A Direcção da ADEP continua a aceitar propostas e sugestões para a implementação, no seu pavilhão, de iniciativas que promovam a divulgação permanente, no centro da Vila, de artesanato e produtos locais do concelho e região. 
consulte também publicações disponíveis no separador editorial