Álbum sobre o Cruzeiro de Carcavelos.
"O Cruzeiro de Carcavelos Ano de 1675 - séc. XVII" é o título do álbum de textos e fotos alusivos à recuperação daquele valor patrimonial, oferecido por Mário Gonçalves Pereira à ADEP, que já esteve disponível ao público, no Arquivo Fotográfico Luís Lousada Soares, na 15.ª edição da Feira do XIX. Este monumento tem um significado importante por ser oriundo do Vale de Sá - o vale mais fértil do concelho, irrigado pelo maior afluente do rio Sardoura e com um enquadramento arqueológico ainda por estudar, mas com uma grande quantidade e variedade de vestígios arqueológicos valiosos, datáveis desde o período megalítico à idade média.
Divulga este album a intervenção de restauro daquele valor do séc. XVII. É mais uma iniciativa de recuperação de património - uma estratégia silenciosa mas permanente da ADEP, que gere assim de forma perene e multiplicadora os seus parcos meios - depois das que são públicas, designadamente nas áreas da arqueologia (Marmoiral, em Sobrado e Mamoa de Carvalho Mau no Paraíso) e etnografia (construção do barco Rabelo, construção da Casa do Engenhos, recuperação dos engenhos de sangue, atafonas do linho e de moer azeitona) e recente instalação do Museu "Primeiras Artes".
Este restauro fica também a dever-se ao saber e empenho dos "irmãos Merru".
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
Calendário 2016 - Actividade desenvolvida
Actividade
desenvolvida em 2015
Transcrevemos do relatório “Calendário 2016 – Em
Dezembro editamos 1.075 exemplares adquiridos por patrocinadores já fidelizados
e novos aderentes; aqui incluídos 50 exemplares que anualmente oferecemos a
quem nos visita e que este ano levam
inscrita uma referência ao trabalho que temos vindo a fazer pela defesa e divulgação
desse Santuário que é o Rio Paiva -“ Se
fores ao passadiços não te esqueças que também do Paiva vem a água que bebes !” foram disponibilizados ao MDPCP - Movimento
de Defesa da Ponte Centenária de Pedorido
50 exemplares, considerada a
valia da sua colaboração nesta iniciativa;”
E foi assim anunciado o calendário para 2016,,,
Feliz 2016!
O Paiva é um monumento!
Esta é mais uma iniciativa de sensibilização pela promoção d'a Paiva" como valor ambiental e turístico sustentável.
"...não te esqueças, que também do Rio Paiva vem a água que bebes!
Com agradecimento aos autores e patrocinadores.
Vai na 22.ª edição o calendário anual da ADEP, que teve o seu início, como calendário de bolso e de colecção, em 1994.
Esta iniciativa, vinda da área da fotografia, tem procurado divulgar os valores do nosso património e bem assim sensibilizar a população e as instituições para as causas e preocupações que apresenta anualmente.
E do Paiva, do seu habitat, das suas águas, dos nossos comportamentos, muito há ainda a fazer!
sábado, 19 de dezembro de 2015
Feliz Natal e Bom Ano Novo !
Nesta
quadra festiva a Direcção da ADEP deseja a todos os seus associados,
colaboradores, patrocinadores e amigos um Feliz Natal e um Bom Ano Novo!
Nunca é
demais sublinhar a nossa permanente abertura a novas adesões que se
materializem em ideias e projectos, trabalho e/ou apoio às nossas causas.
Na página
anexa Relatório das actividades vai encontrar a proposta para inscrição de
sócio e autorização para transferência bancária.
Se já é “um dos nossos”
ainda assim pode contribuir:- Actualize a sua quota;
- Proponha um novo associado;
- Disponibilize-se com trabalho voluntário;
- Envie-nos o seu email, para que o possamos convidar para as iniciativas…
seja ADEPto !
sábado, 12 de dezembro de 2015
O Volfrâmio
O Volfrâmio
Contributos Para O Futuro Arquivo De Arouca
Mina da Fiveda (Gola) – Alvarenga.
A exploração do volfrâmio em Arouca teve três importantes “Campos mineiros”, Rio de Frades-Cabreiros, Regoufe-Covêlo de Paivó e Alvarenga. De entre estes, Alvarenga tem várias especificidades que importa recordar. Foi em Alvarenga que se concessionaram as primeiras explorações oficiais do concelho. Em 1911 o engenheiro civil António Ferreira da Silva Barros natural de S. Mamede de Infesta e residente no Porto obteve no mesmo dia, as concessões da “Chieira” e “Fiveda”. Relendo os registos camarários de manifestos e novas descobertas, comprova-se o seu interesse pelo minério de Alvarenga desde 1909. Gostaria de ter obtido mais elementos sobre este engenheiro, principalmente por ter sido o pioneiro a obter uma concessão estatal em Arouca. Se em outras localidades, foram maioritariamente estrangeiros a arrancar com as explorações, em Alvarenga, foram portugueses. Das catorze concessões que existiram em Alvarenga a mina da “Fiveda” ou (Gola) é sem qualquer dúvida a mais importante de todas. Foi nesta mina que se extraiu maior quantidade de minério, foi ainda aqui que trabalharam maior número de mineiros e se implementaram as tecnologias mais avançadas de exploração para a época. Sobre o seu primeiro apogeu, que coincidiu com a primeira «Guerra Mundial», muito poucos elementos existem, provavelmente continuaria como proprietário o engenheiro Barros. A este período áureo, sucedeu alguma estagnação na atividade mineira, só seria verdadeiramente superada em finais dos anos trinta com os primeiros sinais da segunda «Guerra Mundial». Neste novo arranque em força na mina da “Fiveda”, aparece como seu novo proprietário, José Cândido Dias no ano de 1938. Também não é natural de Alvarenga, mas sim de Moncorvo e residente no Porto. Sobre este «Senhor» do volfrâmio como foi apelidado, possuía interesses em outras explorações no nosso concelho. Monte de Anacleto Soares e Vau em Canelas, Chãs em Cabreiros, Monte da Prova em Covêlo de Paivó. Detinha ainda uma cota de relevo no capital social da “Empresa Mineira de Sabrosa, Lda.”, uma das mais importantes no país, dominada pelo alemão Kurt Dithmer (Lage, 2002). Possivelmente neste período de disputa acérrima do volfrâmio entre ingleses e alemães seria aliado dos últimos. Contra o que seria de esperar, Cândido Dias, sede parcialmente a mina da “Fiveda” em 1941 a Alexandre Ferreira Barros, no ano seguinte, vende-lhe a sua totalidade (Silva, 2011). Sobre Alexandre Barros, recolhemos algumas informações orais. Efetivamente era filho do primeiro explorador da mina e terá sido o último a abandonar a exploração. Comerciante de grandes posses na cidade do Porto mantinha escritório permanente na Rua 31 de Janeiro, sendo um apaixonado pela numismática. Apesar da mina da “Fiveda” possuir uma separadora própria, Alexandre Barros teria forte participação numa outra sociedade «Barros & Chaves, Lda.» que detinha a concessão “Chieira”, assim como uma separadora no Padrão da Légua nos arredores do Porto. Nesta separadora tratariam minério proveniente de outras minas suas, mas também o minério de outros intermediários, muito dele proveniente de explorações familiares clandestinas.
Esta notícia sobre a mina da “Fiveda” foi motivada, mais uma vez, pelo aparecimento de uma fotografia inédita, em que estão presentes os mineiros junto das instalações, que se situavam mesmo à boca da mina. Esta fotografia, pertence a Fernando Ferreira natural de Alvarenga, deixou-lha o seu pai, Antero Mendes Ferreira (mineiro), integrado também no grupo. Uma imagem tão rara como esta proporciona vários comentários logo à partida, estão presentes cerca de sessenta e três pessoas. Atendendo a que nestas minas mais importantes em épocas altas se trabalhava em regime de turno é muito provável não esterem presentes todos os funcionários. Por outro lado, verifica-se a presença de cerca de quarenta e cinco homens, treze mulheres e cinco rapazes. Os homens estariam mais ligados aos diversificados trabalhos no interior da mina, assim como ao transporte dos produtos extraídos. As mulheres, maioritariamente jovens, ocupavam-se da britagem e separação dos minérios. Os rapazes eram denominados “Pinches”, transportavam essencialmente as ferramentas de desgaste usadas no interior da mina pelos mineiros, depois de afiadas na forja. Outro pormenor importante é a presença de vários bidons de combustível, destinado às máquinas que em grande número trabalhavam nesta mina (geradores, lavaria, separadora, compressor para acionar os martelos pneumáticos, etc.). A mina da “Fiveda” como outras em Alvarenga tinha um grave condicionante, os filões afundavam no maciço obrigando as explorações a seguirem a sua inclinação até grandes profundidades. Obrigatoriamente era necessário bombar continuamente a água que aí juntava.
Vista e revista esta imagem, faria todo o sentido procurar um depoimento de alguém ainda vivo presente na fotografia, para identificar outras pessoas e poder datar o momento. Não foi difícil, porque realmente ainda existem várias pessoas vivas. Esta fotografia foi tirada entre 1950/52, precisamente na terceira corrida ao minério, que coincidiu com a «Guerra da Coreia». Encontrei no Lugar dos Carreiros a Sra. Donzilia da Silva Vasconcelos (81 anos), dessa demorada conversa apenas farei uma breve resenha: «…Estou aqui. Não me recordo de tirarem essa fotografia. Reconheço o meu pai Jerónimo Vasconcelos, José da Tapada, Luís Valtarejo, o “Correntes” ainda vivo, assim como o Manuel Ramos, Serafim de Louredo, Celestino Ramos, Lionide, Otília de Vila Galêga, e muitos outros de fora de Alvarenga. Fui trabalhar com 13 anos para a mina da “Espinheira”, essa mina ficava um pouco mais acima da “Companhia” (nome atribuído normalmente às minas mais importantes), aonde trabalhavam o meu avô e os meus pais. O meu trabalho na “Espinheira” era: de manhã fazia um caldo para os mineiros almoçarem ao meio dia. De tarde, ainda ia britar e lavar minério, ganhava nove escudos por dia. Mais tarde, o meu pai pediu ao encarregado geral de então o Sr. Tomé, para eu ir trabalhar para a “Companhia”, aonde trabalhei até aos vinte anos, idade com que me casei, deixando a mina em definitivo. Trabalhava-mos de dia, mas a mina trabalhava também de noite, nós tínhamos que separar no nosso turno todo o material extraído, por vezes trabalhava-mos mais horas para completar certos carregamentos. Durante esse período, desempenhei várias funções atribuídas normalmente às mulheres, andei na escolha, britagem, lavaria, bucha e na caleira de balança. O que mais me impressionava era a situação dos homens, saiam da mina como “Moleiros”, até se tornava difícil reconhece-los. Era o maldito pó produzido pelos martelos de furar, levou bem cedo muitos dos presentes nesta fotografia. Recordo-me do seguinte truque, o capataz era informado com antecedência das fiscalizações e mandava molhar as instalações e as minas para esconder o pó acumulado…».
As pessoas que conviveram com os trabalhos mineiros estão presentemente com idades avançadas, falei ainda com o Sr. Fernando Soares da Silva, (92 anos), mais conhecido por Fernando Pinto. Por um curto período, foi capataz da “Companhia”. Seguiu as pisadas de seu pai Manuel Pinto da Silva que desde os inícios da epopeia, sempre comercializou e explorou minério: «… Com a idade de vinte anos em 1941, já comprava e vendia minério. Um ano depois, fui também protagonista na chamada “Revolução” de Alvarenga. Não tinha qualquer minério naquele negócio trágico, desconfiava do mesmo. Fui arrastado como muitos pelos laços familiares. Assisti a tudo, sendo avisado de noite para fugir, porque no outro dia estaria cá o exercito para prender toda a gente. Fugi para o Lugar da Cabranca, depois para Tendais, aonde estive refugiado vários meses. Por fim, estive oito dias preso, porque decidi estar presente no julgamento coletivo, sendo absolvido. Continuei a viver do minério, tanto em sociedade com o meu pai e irmãos, como fui também capataz em várias minas. Sobre a mina da “Fíveda” tenho uma história curiosa para contar. Em 1956 o minério andava em baixa, e sai-me a lotaria, (500 contos), uma pequena fortuna na altura. Logo é espalhada a notícia e passado uns dias o Sr. Alexandre Barros e o seu encarregado geral Sr. Tomé, vêm bater-me na porta. Em primeiro, pedem-me emprestado (150 contos) e convidam-me para ir trabalhar como capataz da mina. Aceitei, a mina estava com dificuldades financeiras, já não pagavam ao pessoal fazia três meses. Nessa altura, como era habitual, o capataz para além do ordenado mensal, podia ter uma percentagem na produção. Oferecem-me 3% do valor do minério, caso a produção chegue às três toneladas mensais, e 5% caso chegasse às cinco toneladas. Apenas trabalhei lá seis meses e a produção foi de sessenta toneladas. A minha presença e o aumento da produção causaram inveja ao encarregado Tomé. Foi queixar-se ao Barros de que eu iria ganhar mais do que ele, não gostei dos argumentos usados, despedi-me, no entanto continuei a ter boas relações e negócios com o Alexandre Barros. Ao ponto de ele um dia me ter confidenciado com bastante mágoa o seguinte: Ó Pinto ando desanimado o meu filho disse-me, você e o Tomé, são os maiores assassinos de Alvarenga… A mina da “Gola” terá encerrado em definitivo nos princípios dos anos sessenta…»
A exploração do volfrâmio em Arouca teve três importantes “Campos mineiros”, Rio de Frades-Cabreiros, Regoufe-Covêlo de Paivó e Alvarenga. De entre estes, Alvarenga tem várias especificidades que importa recordar. Foi em Alvarenga que se concessionaram as primeiras explorações oficiais do concelho. Em 1911 o engenheiro civil António Ferreira da Silva Barros natural de S. Mamede de Infesta e residente no Porto obteve no mesmo dia, as concessões da “Chieira” e “Fiveda”. Relendo os registos camarários de manifestos e novas descobertas, comprova-se o seu interesse pelo minério de Alvarenga desde 1909. Gostaria de ter obtido mais elementos sobre este engenheiro, principalmente por ter sido o pioneiro a obter uma concessão estatal em Arouca. Se em outras localidades, foram maioritariamente estrangeiros a arrancar com as explorações, em Alvarenga, foram portugueses. Das catorze concessões que existiram em Alvarenga a mina da “Fiveda” ou (Gola) é sem qualquer dúvida a mais importante de todas. Foi nesta mina que se extraiu maior quantidade de minério, foi ainda aqui que trabalharam maior número de mineiros e se implementaram as tecnologias mais avançadas de exploração para a época. Sobre o seu primeiro apogeu, que coincidiu com a primeira «Guerra Mundial», muito poucos elementos existem, provavelmente continuaria como proprietário o engenheiro Barros. A este período áureo, sucedeu alguma estagnação na atividade mineira, só seria verdadeiramente superada em finais dos anos trinta com os primeiros sinais da segunda «Guerra Mundial». Neste novo arranque em força na mina da “Fiveda”, aparece como seu novo proprietário, José Cândido Dias no ano de 1938. Também não é natural de Alvarenga, mas sim de Moncorvo e residente no Porto. Sobre este «Senhor» do volfrâmio como foi apelidado, possuía interesses em outras explorações no nosso concelho. Monte de Anacleto Soares e Vau em Canelas, Chãs em Cabreiros, Monte da Prova em Covêlo de Paivó. Detinha ainda uma cota de relevo no capital social da “Empresa Mineira de Sabrosa, Lda.”, uma das mais importantes no país, dominada pelo alemão Kurt Dithmer (Lage, 2002). Possivelmente neste período de disputa acérrima do volfrâmio entre ingleses e alemães seria aliado dos últimos. Contra o que seria de esperar, Cândido Dias, sede parcialmente a mina da “Fiveda” em 1941 a Alexandre Ferreira Barros, no ano seguinte, vende-lhe a sua totalidade (Silva, 2011). Sobre Alexandre Barros, recolhemos algumas informações orais. Efetivamente era filho do primeiro explorador da mina e terá sido o último a abandonar a exploração. Comerciante de grandes posses na cidade do Porto mantinha escritório permanente na Rua 31 de Janeiro, sendo um apaixonado pela numismática. Apesar da mina da “Fiveda” possuir uma separadora própria, Alexandre Barros teria forte participação numa outra sociedade «Barros & Chaves, Lda.» que detinha a concessão “Chieira”, assim como uma separadora no Padrão da Légua nos arredores do Porto. Nesta separadora tratariam minério proveniente de outras minas suas, mas também o minério de outros intermediários, muito dele proveniente de explorações familiares clandestinas.
Esta notícia sobre a mina da “Fiveda” foi motivada, mais uma vez, pelo aparecimento de uma fotografia inédita, em que estão presentes os mineiros junto das instalações, que se situavam mesmo à boca da mina. Esta fotografia, pertence a Fernando Ferreira natural de Alvarenga, deixou-lha o seu pai, Antero Mendes Ferreira (mineiro), integrado também no grupo. Uma imagem tão rara como esta proporciona vários comentários logo à partida, estão presentes cerca de sessenta e três pessoas. Atendendo a que nestas minas mais importantes em épocas altas se trabalhava em regime de turno é muito provável não esterem presentes todos os funcionários. Por outro lado, verifica-se a presença de cerca de quarenta e cinco homens, treze mulheres e cinco rapazes. Os homens estariam mais ligados aos diversificados trabalhos no interior da mina, assim como ao transporte dos produtos extraídos. As mulheres, maioritariamente jovens, ocupavam-se da britagem e separação dos minérios. Os rapazes eram denominados “Pinches”, transportavam essencialmente as ferramentas de desgaste usadas no interior da mina pelos mineiros, depois de afiadas na forja. Outro pormenor importante é a presença de vários bidons de combustível, destinado às máquinas que em grande número trabalhavam nesta mina (geradores, lavaria, separadora, compressor para acionar os martelos pneumáticos, etc.). A mina da “Fiveda” como outras em Alvarenga tinha um grave condicionante, os filões afundavam no maciço obrigando as explorações a seguirem a sua inclinação até grandes profundidades. Obrigatoriamente era necessário bombar continuamente a água que aí juntava.
Vista e revista esta imagem, faria todo o sentido procurar um depoimento de alguém ainda vivo presente na fotografia, para identificar outras pessoas e poder datar o momento. Não foi difícil, porque realmente ainda existem várias pessoas vivas. Esta fotografia foi tirada entre 1950/52, precisamente na terceira corrida ao minério, que coincidiu com a «Guerra da Coreia». Encontrei no Lugar dos Carreiros a Sra. Donzilia da Silva Vasconcelos (81 anos), dessa demorada conversa apenas farei uma breve resenha: «…Estou aqui. Não me recordo de tirarem essa fotografia. Reconheço o meu pai Jerónimo Vasconcelos, José da Tapada, Luís Valtarejo, o “Correntes” ainda vivo, assim como o Manuel Ramos, Serafim de Louredo, Celestino Ramos, Lionide, Otília de Vila Galêga, e muitos outros de fora de Alvarenga. Fui trabalhar com 13 anos para a mina da “Espinheira”, essa mina ficava um pouco mais acima da “Companhia” (nome atribuído normalmente às minas mais importantes), aonde trabalhavam o meu avô e os meus pais. O meu trabalho na “Espinheira” era: de manhã fazia um caldo para os mineiros almoçarem ao meio dia. De tarde, ainda ia britar e lavar minério, ganhava nove escudos por dia. Mais tarde, o meu pai pediu ao encarregado geral de então o Sr. Tomé, para eu ir trabalhar para a “Companhia”, aonde trabalhei até aos vinte anos, idade com que me casei, deixando a mina em definitivo. Trabalhava-mos de dia, mas a mina trabalhava também de noite, nós tínhamos que separar no nosso turno todo o material extraído, por vezes trabalhava-mos mais horas para completar certos carregamentos. Durante esse período, desempenhei várias funções atribuídas normalmente às mulheres, andei na escolha, britagem, lavaria, bucha e na caleira de balança. O que mais me impressionava era a situação dos homens, saiam da mina como “Moleiros”, até se tornava difícil reconhece-los. Era o maldito pó produzido pelos martelos de furar, levou bem cedo muitos dos presentes nesta fotografia. Recordo-me do seguinte truque, o capataz era informado com antecedência das fiscalizações e mandava molhar as instalações e as minas para esconder o pó acumulado…».
As pessoas que conviveram com os trabalhos mineiros estão presentemente com idades avançadas, falei ainda com o Sr. Fernando Soares da Silva, (92 anos), mais conhecido por Fernando Pinto. Por um curto período, foi capataz da “Companhia”. Seguiu as pisadas de seu pai Manuel Pinto da Silva que desde os inícios da epopeia, sempre comercializou e explorou minério: «… Com a idade de vinte anos em 1941, já comprava e vendia minério. Um ano depois, fui também protagonista na chamada “Revolução” de Alvarenga. Não tinha qualquer minério naquele negócio trágico, desconfiava do mesmo. Fui arrastado como muitos pelos laços familiares. Assisti a tudo, sendo avisado de noite para fugir, porque no outro dia estaria cá o exercito para prender toda a gente. Fugi para o Lugar da Cabranca, depois para Tendais, aonde estive refugiado vários meses. Por fim, estive oito dias preso, porque decidi estar presente no julgamento coletivo, sendo absolvido. Continuei a viver do minério, tanto em sociedade com o meu pai e irmãos, como fui também capataz em várias minas. Sobre a mina da “Fíveda” tenho uma história curiosa para contar. Em 1956 o minério andava em baixa, e sai-me a lotaria, (500 contos), uma pequena fortuna na altura. Logo é espalhada a notícia e passado uns dias o Sr. Alexandre Barros e o seu encarregado geral Sr. Tomé, vêm bater-me na porta. Em primeiro, pedem-me emprestado (150 contos) e convidam-me para ir trabalhar como capataz da mina. Aceitei, a mina estava com dificuldades financeiras, já não pagavam ao pessoal fazia três meses. Nessa altura, como era habitual, o capataz para além do ordenado mensal, podia ter uma percentagem na produção. Oferecem-me 3% do valor do minério, caso a produção chegue às três toneladas mensais, e 5% caso chegasse às cinco toneladas. Apenas trabalhei lá seis meses e a produção foi de sessenta toneladas. A minha presença e o aumento da produção causaram inveja ao encarregado Tomé. Foi queixar-se ao Barros de que eu iria ganhar mais do que ele, não gostei dos argumentos usados, despedi-me, no entanto continuei a ter boas relações e negócios com o Alexandre Barros. Ao ponto de ele um dia me ter confidenciado com bastante mágoa o seguinte: Ó Pinto ando desanimado o meu filho disse-me, você e o Tomé, são os maiores assassinos de Alvarenga… A mina da “Gola” terá encerrado em definitivo nos princípios dos anos sessenta…»
Texto: Manuel Valério de Figueiredo.
Fotografia: Fernando Ferreira.
Fotografia: Fernando Ferreira.
domingo, 6 de dezembro de 2015
E a nossa torre medieval – na Casa da Torre de Vegide-, vamos restaurá-la ?
Casa da Torre de Vegide (foto e anotações e comentários
do nosso saudoso associado e benemérito Luís Lousada Soares)
Por toda região, e território, de Arouca, Lousada, Penafiel,
Cinfães, Resende, e também em Castelo de
Paiva, em todas elas, existe ou existiu uma Torre Medieval, símbolo de afirmação
senhorial, mas que teve sem dúvida um forte papel defensivo e de afirmação na
formação da nacionalidade.
Há uma névoa de história que se mistura e embrenha com o
mistério e lendas associadas a estas torres . A nossa imaginação perde-se no
rendilhado – qual filigrana – dos feitos,
memórias, símbolos e vivências que
divisamos na sucessão de acontecimentos ora pacíficos ora belicosos da vida
destes nossos antepassados, nesta região – coração da nossa
nacionalidade.
E desde essa época estes territórios estão também
povoados de estórias, lendas e também
sinais e documentos que atestam a
presença e passagem de insignes e bravas
figuras, estas que à força de espada e alguma crença, ou por conta do ideal
cristão, abriram caminho a esta Nação.
Assim e para referir apenas os mais sonantes, e da ala das
armas, é imperioso referir Afonso
Henriques, Egas Moniz, com vivências nos concelho vizinhos de Cinfães e
Resende; Martim Moniz, que vem a morrer esmagado pela porta na tomada do
Castelo de Lisboa, Álvares Pereira, que por cá, foi senhor de alargadas terras;
Giraldo Giraldes, etc.
Deste Giraldo
Giraldes, ainda hoje figura incontornável e lembrado em Évora, na sua praça principal,
cognominado “O sem pavor”, se diz que tudo começou no plano que engendrou que, para
obter a confiança do alcaide de Évora, se firmava na afinal falsa inimizade com
D. Afonso Henriques e, a quem, dizia se propunha exterminar –, tendo o Mouro acreditado na história e
promessa, recebido Giraldo nos seus aposentos dando-lhe tempo para estudar a topografia e defesa do
Castelo. O documento que transcreve a história da tomada do Castelo de Évora e
o feito de Giraldo faz parte o arquivo nacional catalogado com o n.º 183 de 10
de Julho de 1935 e dele existe cópia nos
arquivos da Câmara de Cinfães. De Giraldo se diz que foi o fundador da Torre da Chã, de Ferreiros de Tendais,
torre que foi ingloriamente desmontada e aproveitadas as suas
pedras para alguma construção “mais rentável”.
História triste esta do abandono, desleixo e saque a que vimos
assistindo, impunemente, e um pouco por todo o lado, que nos faz lembrar o que
vimos assistindo nas Pias dos Mouros, Mamoa de Carvalho Mau, Gondim e Serrada e
Casa da Torre de Vegide, para não falar da Anta do Vale da Rua, Penedo do Cão
ou Gruta Del´Rei Garcia e uns tantos outros locais e construções bem distintos
e mais recentes.
Vamos deixar aqui uma pequena recolha de alguns destes
monumentos para creditar o valor e enquadramento do nosso concelho nestas
andanças e história da nossa fundação, apelando e procurando sensibilizar pelo
muito que há a fazer no que ainda nos resta destas pedras, tão amiudadamente mal
tratadas como temos referido.
Honra de
Barbosa, Rans, Penafiel
A atual torre de Barbosa poderá esconder um
dos mais antigos testemunhos de arquitetura militar medieval de Portugal.
A torre é uma estrutura de planta
quadrangular, de dois andares marcados por vãos abertos nos alçados, e
encimada por uma linha de ameias a toda a sua volta, dividida em
dois pisos e rematada por merlões manuelinos. No piso superior
da torre destaca-se uma janela de lintel manuelino, sobre a qual
existe um pequeno cordão que circunda o edifício e de onde sobressaem
quatro gárgulas em forma de canhão.O “aparato denso dos muros”, que aparecem
aqui “desprovidos de aberturas”, confere-lhe um aspecto mais arcaico que aquele
que seria de supor numa construção do século XV, embora esta seja uma convicção
com base em analogias estilísticas, não se alicerçando em datações absolutas.
No reinado de D. Manuel, a torre foi objecto de uma modernização, cujo alcance é ainda mal conhecido. As janelas
do piso superior foram modificadas, para albergar um arco
polilobado abatido de perfil manuelino. Dessa campanha, deverão datar
também as ameias chanfradas que rodeiam o edifício e as
gárgulas de canhão dispostas
nos seus ângulos, aspectos que “denunciam
a sensibilidade da época manuelina”.
A tradição tem
apontado no entanto o ano de 866 como o da construção de uma primitiva
estrutura militar neste local, na sequência da doação do lugar de Bordalo,
feita por Afonso
III das Astúrias para
o conde D. Hermenegildo.
No século XII,no reinado de D.Afonso Henriques,
a Terra de Penafiel esteve na posse de D. Mem
Moniz (irmão
de D. Egas Moniz, o aio),
nobre a que se atribui a construção de um paço fortificado no local. Por
testamento, a propriedade passou a sua filha, D. Teresa
Mendes e,
por casamento desta, para a mão de D. Sancho Nunes de Barbosa, o
primeiro nobre a usar este nome em Portugal e cuja existência se deve a
alteração do topónimo.
O aspecto atual da torre medieval data de meados do século XIV e,
posteriormente, de duas reformas levadas a cabo nos reinados de D. João I e de D. Manuel. Em 1334, a honra foi repartida por vários herdeiros,
cabendo a parte que incluía a torre senhorial a D. Leonor
Mendes e
a seu marido, D. Martim
Anes de Sousa. Com a subida ao poder da nova dinastia de Avis, a propriedade foi doada aos Malafaias e Azevedo,
que a transformaram em solar familiar.
Torre de
Chã. Ferreiros de Tendais - Cinfães
Desenho à pena do Dr.Cabral Pinto de Rezende
A Torre de Chã (ou
Torre de Cham) era originalmente uma fortificação, posteriormente
transformada em Solar da Brasonada família Pinto, (já por nós mencionada na
publicação "Torre da Lagariça/A Illustre Casa de Ramires")
de Riba Bestança. A lenda identifica como fundador da torre, o famoso cavaleiro
moçárabe* Geraldo Giraldes. Esta fortificação
localizava-se num alto pedregoso da serra de Montemuro, perto do
ribeiro de Bestança e da vila de Ferreiros de Tendais.
No ano de 1939, a
antiquíssima Torre de Chã, encontrava-se em absoluto estado de
ruína, já fazia muitos anos e seria demolida, alegadamente para
evitar o colapso total. Esta demolição, foi sem duvida alguma, mais
uma grande perda do nosso património histórico.
Nota: * Moçárabes
(do árabe مستعرب musta'rib, "arabizado" ) eram cristãos ibéricos que viviam
sob o governo muçulmano no Al-Andalus.
Os
seus descendentes não se converteramao Islão, mas adoptaram elementos da língua
e cultura árabe. Eram, principalmente, católicos romanos de rito visigótico ou
moçárabe.

in Monumentos
Desaparecidos
Torre da Lagariça, Resende
Localizada na
Freguesia de S. Cipriano, no Concelho de Resende, data da primeira metade do
século XII a edificação da Torre da Lagariça, um sólido torreão militar
de planta quadrada, que ficaria imortalizado na
obra de Eça de
Queiroz, "A Illustre Casa de Ramires".
O acesso a este imóvel
pode ser feito pela E.N. 222 (ao km 95,5, e a 100 m, por caminho
rural).A fundação da torre
teria como primeiro objectivo a defesa da linha do Douro na época da
reconquista Cristã, servindo de torre de atalaia, mas a sua função
militar perdeu significado com o estabelecimento as fronteiras mais a
norte. Como tal, no século XVI a torre seria adquirida pela Brasonada família
Pinto, senhores da Torre da Chã e do Paço de Covelas, e em 1610
voltaria a ser vendida, desta vez à família Cochofel, a qual é sua proprietária.
Deverá datar do início
do século XVII a adaptação da torre medieval para habitação
senhorial, sendo então edificado um corpo de planimetria em L em
volta do núcleo original, integrando-o num dos extremos da casa. O
corpo do solar divide-se por três registos distintos e as fachadas são
marcadas pela disposição de portas e janelas, de molduras
rectangulares, tendo sido construída uma varanda alpendrada no piso superior na
fachada principal. A torre não foi alterada, mantendo a planimetria
original e as feições das suas fachadas, que se destacam pelo reduzido
número de fenestrações. Actualmente
está classificada como IIP (Imóvel de Interesse Público.
Torre e Solar dos Metellos Figueira Castelo Rodrigo – Guarda
" Desconhece-se a data em que a mesma foi construída,
podendo ter as suas origens no Sec. XIV ou XV; há quem admita que possa ser o
resto de uma qualquer fortificação, já que a Torre tem características
marcadamente defensivas (a existência de "mata-cães", ou seja,
buracos no chão dos varandins destinados a através deles serem despejados líquidos
quentes - água ou azeite - com vista a impedir a escalada). Numa das fachadas
tem a pedra de armas dos Metellos.”
texto de Pedro Metello de Nápoles
“torre de planta quadrada obedece à estrutura das torres de
menagem medievais, não tendo no entanto qualquer carácter defensivo, uma vez
que nesta época as torres eram erigidas como meros símbolos senhoriais.”
Nas centúrias seguintes, a estrutura da Torre dos Metelos foi-se
revelando insuficiente para servir de habitação a uma família senhorial
certamente numerosa, sendo edificado no século XVII, no espaço contíguo, um
solar.
Torre de Vilar do Torno e Alentém, de Lousada
A
Torre de Vilar, construída entre a segunda metade do século XIII e o início do
século XIV, evidencia o poder senhorial sobre o território, sendo um
testemunho da existência da domus fortis, uma residência senhorial fortificada
no Tâmega e Sousa.
Existem
dificuldades na datação, em virtude de apresentar soluções estruturais de gosto
românico. As Inquirições de 1258 referem Sancte Marie de Vilar como Honra de D.
Gil Martins e dos seus descendentes, da linhagem dos Ribavizela.
O
rei D. Fernando doa Vilar de Torno, Unhão e Meinedo a Aires Gomes da Silva, em
1367, documentando-se a manutenção da Torre na mesma família, ao longo do
século XV.
Torres dos Mouros, Arouca
Quadrangular, de estilo
gótico, com uma cisterna (hoje aterrada) com seteiros e uma inscrição ainda por
decifrar. Datada do séc. XII, é um monumento não classificado. Situa-se no
lugar de Lourosa de Campos, da freguesia do Burgo. In
cmarouca
A torre, ou castelo, de Vilharigues
Foi edificada nos finais do século XIII,
estando possivelmente inserida no sistema defensivo das terras de Lafões,
estruturado desde o século XI, que incluía várias torres senhoriais e atalaias
dispersas pela região.
Os elementos estruturais que a constituem,
como a presença de matacães, foram introduzidos na arquitectura militar
portuguesa durante o reinado de D. Afonso III, e no reinado seguinte a
arquitectura senhorial assimilou-os como signos de prestígio e poder.
De planta quadrangular, erigida sobre um
podium , a torre encontra-se em avançado estado de ruína, subsistindo muito
pouco da estrutura original.
Reconstituem-se duas das fachadas, uma com
janela de mainel e parte de um balcão de sacada assente sobre quatro cachorros,
outra com balcão ao qual se acede por porta rectangular.
O interior estaria dividido em três andares,
sendo ainda visíveis os suportes murários dos pavimentos.
domingo, 22 de novembro de 2015
calendário 2016: O Paiva e o Passadiço!
Ai estão as duas versões. Manda a democracia que se aceitem opiniões. Vamos deixar ao escrutínio dos interessados, nossos diretores, leitores e amigos, qual a foto a adoptar: a vista de S. Domingos ou a vista de Rio Mau? Desde já as nossos agradecimentos aos fotografos António Silva e Mário Oliveira
este ano alusivo ao Paiva e aos comportamentos a adoptar pelos visitantes, PORQUE:
- Não somos indiferentes ao Paiva!
- Não fomos indiferentes, no passado, quando o quiseram matar
com uma barragem.
- Não somos indiferentes, hoje, à sua captura pelo turismo de massas, que acorre às suas
margens; que coloca o seu habitat
natural em estado de stress.
- Nos anos oitenta saímos em sua defesa com o slogan “O Rio
Paiva, por exemplo, merece ser preservado! - Fomos, que se saiba, a primeira voz plural a pedir a protecção do
Vale do Paiva!
- Nestes dias pretendemos despertar as consciências para a
importância dos nossos comportamentos.
- Se não acordarmos, amanhã será tarde…
Gratos pela Vossa colaboração!
domingo, 1 de novembro de 2015
PELOURINHO DE RAIVA
Com a criação do novo sitio " O nosso monumento" pretendia -se uma nova plataforma que proporcionasse uma sistematização e uma interacção com os defensores e vigilantes dos nossos valores do património. A ideia era mesmo encontrar alguma rivalidade positiva e assim ter os nossos amigos e leitores a trazer para esta janela as nossas jóias materiais e imateriais, dos diferentes lugares e freguesias, as suas estórias, até denúncia sobre o estado, tantas vezes de abandono e desprezo.
Ainda é tempo de conseguir, de realizar a ideia, que era a de ir ao encontro da maior participação possivel; a nós quando muito ficava-nos o papel de complementar com algum esclarecimento e ajuda de identificação.
Por termos deparado com esta foto que tomamos a liberdade de adptar, vamos hoje falar sobre o Pelourinho "da Raiva". Uma busca simples no Plano de Ordenamento da Albufeira de Crestuma -Lever, ordenamento que também nos tutela, encontramos estas referências: Plourinho de Raiva. Monumento, n.º IPA 0106050002. Isolado na berma direita do caminho que conduz à Igreja Paroquial, sem construções destoantes.Utilização inicial: marco Jurisdicional; utilização actual: marco histórico-cultural.
Categoria: Arquitectura Civil judicial, tardo-medieval. Granito. Pelourinho de pinha sem elementos decorativos. Soco paralelepipédico rude sobre base rochosa, fuste hexagonal irregular e remate piramidal sem arestas vivas. Monumento de Interesse Público.Classificado pelo Dec. n.º 23 122, DG de 11 de Outubro de 1933. Propriedade: Estatal, afecto à autarquia local - art.º 3.º Época de construção: séc. XVI.Cronologia: 1527. Raiva era já constituida como honra com privilégio honorífico, e foi concelho,pelo menos a partir desta data.
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