sábado, 17 de março de 2012

Pedras que falam ! O Penedo e Lapa d' El-Rei Garcia


Para encerrar este tema vamos apenas falar do Penedo d'El-Rei Garcia,também ele em Sobrado, na certeza de que de penedos e "pedras que falam" muito ainda haverá para dizer. Nada diremos sobre uns tais penedos que em dias de temporal se mudaram do campo de baixo para o de cima, nem do penedo que servia de pista de descolagem para as arrojadas e visionárias experiências de aeronáutica rural, preferindo deixar estas memórias para o caldo da imaginação popular... Também não vamos falar do Penedo Trolha na Foz do Paiva, do que dele dizem as gerações mais antigas que aí aprenderam às suas custas a nadar e a mergulhar nem muito menos dos segredos que guardará de um passado mais ou menos longínquo da estada e recreio dos veraneantes naquelas praias fluviais, até que encheram a barragem. Dos restos da Ermida de S. Pedro, no Outeiro, e da atalaia ou castro que aí terá existido ...fica para quem queira dedicar-se. Dos pelourinhos, de Sobrado e da Raiva, de outras sepulturas antropomórficas, como chegamos a testemunhar em S. Pedro, ainda que já danificadas, cabeceiras de sepulturas, mós, colunas e outros reaproveitados em construções, amiúde voltaremos, (porque "grão a grão...") todos contribuem para sinalizar a nossa história e memória colectiva, pena que nem sempre lhes dispensemos os cuidados necessários à sua preservação dada a sua valia cultural.
O Penedo de El-Rei Garcia, referenciado nas "Lendas e Tradições de Castelo de Paiva" de Adriano Strecht de Vasconcelos - foto a folhas 55 - formado por um aglomerado de enormes penedos (calhaus rolados), existentes no monte do Côto, oculta uma lapa ou gruta onde, segundo a tradição local esteve refugiado D. Garcia, Rei da Galiza, quando em guerra com seu irmão D. Afonso, filhos de D. Fernando de Castelo, pelos anos 1065 d.C.. Esta lenda assenta nas reminicências das cruzadas e peregrinações que nos ligam umbilicalmente à Galiza.
















Martinho Rocha

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