Discorrendo por apontamentos diversos a propósito do enigma
do calendário para 2013 e alusivo ao 500.º aniversário da atribuição do Foral,
deparamos com algumas referências que nos parecem ser merecedoras de mais
divulgação atenta a necessidade de mais estudo e defesa de locais da nossa
memória colectiva.
Em Janeiro de 1908 o Jornal de Arouca “ A voz de Portugal”
refere que “depois de percorrermos as
ruas principais da Vila de Sobrado, fomos admirar a casa dos futuros Paços do
Concelho. Já esta obra é real. Imponente(…)Quem vir a obra dirá que todas as
lisonjas são poucas”. Ao mesmo tempo que se constroem novos edifícios vai-se
alinhando e construindo passeios de pedra na sua frente, de modo que, daqui a
poucos anos, estará ali uma praça das principais do distrito. Desta praça sai
uma rua, a chamada “Rua” que comunica com outras praças (futuro Largo da
Meia Laranja, onde já estiveram duas belas, raras e frondosas "árvores de garrafa" Brachychiton populneus e do outro lado da
estrada, junto do Marmoiral e entrada da Boavista ainda temos alguns exemplares
de Castanheiro da India - Aesculus hippocastanum e cedro) mais ao norte e já
toda arborizada (de Tílias) onde existe a importante fábrica de
manteiga a vapor (no Parque das Tílias – Frutuária)”.
Assim, diz o “Jornal de Arouca” a 4 de Setembro de 1915 que “No Largo Conde Castelo de Paiva existem 6 palmeiras”.
Se repararmos na referida foto do calendário elas não estão lá. Se efectivamente
a foto fosse de 1919 como lá está escrito era previsível que lá estivessem
ainda…
Já em 1921 “as Tílias que orlam os passeios (do
largo que fica em frente aos Paços do concelho, proporcionam), a doçura das suas sombras pródigas…” como
refere o “Defensor” de 5 de Maio. Também no Logradouro da Casa da Boavista além
de alguns cedros, dois deles secos, existem um Tulipeiro (Nome científico: Liriodendron tulipífera L.)
e um belo exemplar de cedro que será uma Thuja como se vê em primeiro plano da foto.
Martinho Rocha
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