sábado, 20 de setembro de 2014

Dois textos de Augusto Silva, que nos devem fazer reflectir...e agir!

O Tema da Ponte Velha de Pedorido, na Assembleia Municipal de hoje - 20 de Setembro de 2014.

Um texto do pedoridense Augusto Silva que merece passar nesta tribuna, e também uma homenagem às gentes desta terra que sendo anónimos trabalhadores, exploraram o carvão, construiram socalcos e casas, linha de caminho de ferro, pontes - este casco físíco e de memória - de que desfrutamos  e para o qual temos o dever de cuidar e melhorar para que alguma herança possamos deixar aos vindouros.

"Muitas pessoas, felizmente, sentem e têm manifestado todo o seu apoio pela conservação e continuidade da nossa Ponte Centenária, e, isto, quanto a mim, deverá servir de estímulo para aqueles que dão a cara por este Movimento! 
Neste tempo cheio de ambiguidades e de incertezas quanto ao futuro para esta região, a nossa Ponte Centenária traz consigo um valor, que começa a ser raro e que vale mais que o ouro, porque, vê-se, que consegue pôr à sua volta pessoas com as mais variadas e diferentes posições ideológicas e até religiosas, e, que, vivem, ou moram próximas, mas também bem longe, por vezes, mas que reconhecem na Ponte Centenária um papel cultural muito relevante, mas, sobretudo um papel económico, que serviu e uniu gerações, que, em boa parte foram os nossos antepassados, ou os antepassados de toda esta região, que já foi mineira.
Já trouxe aqui, a este Mural do nosso Movimento o exemplo do meu visavô Luís Moreira, trabalhador rural, que, aos 20 anos de idade, ainda no período monárquico, chegou a participar no levantamento de parte da estrutura de pedra em que assentam as partes metálicas da nossa Ponte, mas, o mais natural, é que outros homens daqui e de outros lugares vizinhos tenham também participado activamente nessa mesma obra, que na época, deveria ter levantado de fervor festivo toda a região paivense e dos arredores!
Décadas depois, esta nossa Ponte Velhinha do Arda viria a prestar outros serviços relevantes, que seria bom relembrar... Basta citar o trabalho continuado das locomotivas e dos vagons de carvão ao serviço da Carbonífera durante décadas e décadas, que uma boa parte de nós ainda retém nas memórias e que morrerão connosco, porque assim manda a vida, limitada, como sempre foi...
Claro, que vai haver dificuldades, seguidas de outras dificuldades, mas temos de saber contar com essas dificuldades, mas, sobretudo, saber sempre apoiar-nos uns nos outros, procurando mais apoios, que, como a Adep (Paiva) podem fazer a diferença, para que a nossa Ponte Centenária saia por cima e a cantar Vitória, rumo a um futuro, que temos a obrigação de ajudar vir a fazer-se! 
Um "Bem haja" a todos os que apoiam este processo da Ponte Centenária!
Augusto Silva "

LEVANTAR UM BOCADINHO O VÉU...
"QUEM NÃO DEVE NÃO TEME!"

(...)Neste dia triste e chuvoso acordei decidido a tocar num ponto fraco e que tem sido muito badalado nos órgãos de comunicação social, mas também nos tribunais...
A corrupção (é disso que quero falar...) terá vindo a aumentar no nosso país, na medida directa em que a jovem Democracia foi sendo posta à margem, e, já não é possível, sequer, tentar esconder, porque os próprios tribunais, têm tido decisões de alguma severidade, apenas resta saber, se as referidas penas, irão ser cumpridas...
Isto da corrupção traz-me muito intrigado e porquê?! Estes espaços públicos como a Net, diz-se, servem p'ra tudo e mais alguma coisa, mas, fico com as minhas dúvidas e vou explicar porquê...
Imigrei há 51 anos vindo duma das aldeias lindas do ex-Couto Mineiro do Pejão, mas, sempre afirmei, que foram ali as minhas origens, como acho ser coisa normal e que nem merece discussão... Ao conhecer e reconhecer os amigos da primária e da juventude, só por si, já justifica tudo no seu pleno!
Todavia, há uma coisita que penetrou na minha cabeça e de lá não quer sair... Todos fomos sendo informados de que a Carbonífera do Douro fechara como empresa mineira em 1994, que a maior parte do espaço do lugar de Germunde teria sido vendido e passado para mãos de gente privada, e, também li, aqui, recentemente, que o Fôjo teria continuado na posse da coisa pública (leia-se Junta de Freguesia ou Câmara...)
Acerca do desmantelamento de toda a estrutura ferrosa e da maquinaria da ex-Carbonífera ninguém terá dito nada, aqui no Face, que eu tenha lido!... Ou seja, batemo-nos e bem, pela continuidade da Ponte Centenária, que, para bem nosso não foi retirada neste processo ( era tudo público, sob administração estatal, creio), mas, o atrevimento ficou-se pelos carris!!!...
Em Germunde, vê-se ainda à distância (a quilómetros de distância) o exterior da parte estrutural do novo Poço Mestre, que terá sido inaugurado em 1984 (creio, pelas minhas contas) para funcionar apenas 10 anos certinhos... ( e assim se esbanja os dinheiros públicos, porque não se rentabilizam máquinas que custaram milhões...). Penso, todavia, que todo o interior de maquinaria e ferroso (carris incluídos) mais todo o exterior de ferro e aço diverso, mais o teleférico e armazéns, máquinas a vapor, carris do Fôjo até Germunde, etc.,etc, terão tido um destino de que ninguém fala, ninguém diz nada, vai-se lá saber porquê... Bastaria dar a saber quem vendeu o quê, quem comprou e por quanto comprou, além de dar a saber quem foram os concorrentes. Isto, para ser limpinho, limpinho!
Fico a pensar para mim, que todo este recheio (grande recheio, que seriam milhares e milhares de toneladas) teriam feito parte dum negócio de que nunca ouvi falar, mas também nunca perguntei, nunca comentei e nunca ouvi comentar!!!
Depois do que se tem passado em tribunais, metendo figuras do estado português, primeiro como acusados, a seguir, saírem mesmo condenados, sou levado a pensar, que aqui também poderá ter havido "rato escondido com rabo de fora!"
O ditado pode ser muito antigo, mas continua bem actual:
" Quem não deve, não teme!"
Augusto Silva "

E afinal, não se diga que (já em 1992) não havia ideias e pretensões...terá havido sim, como hoje, quem fizesse ouvidos de mercador e assobiasse para o lado



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