Passou pela vida de forma simples e com o povo, desta terra - Paiva - por isso granjeou muita e merecida estima da população.
Descendente dos Ramalhos de Barcelos, não se dedicou à arte de ceramista como parte da família, ainda assim não renegou às origens, organizou o seu modo de vida durante longos anos, vendendo barros, que lhe deram, em Paiva, a carinhosa alcunha de "Rosa Louceira".
Mãe com dois filhos ao seu encargo estendeu o negócio e o seu quiosque, no Largo do Conde, passou a vender também jornais e hortícolas e neste particular é justo realçar que sendo um negócio humilde ajudou no entanto muitas famílias numerosas a encontrar na horta a oportunidade para complementar as magras economias domésticas (da lavoura ou da mina) dos anos 50 a 80..."fabricando" os mimos que a Rosa Louceira lhes comprava, quão valiosa era essa retribuição!
Fecha-se o ciclo curiosamente num momento em que se fala em Paiva de novo impulso no artesanato e em que a imagem da cerâmica aparece a apontar caminhos para novos futuros; que desejamos sejam igualmente inclusivos e redistributivos, assim se saiba aproveitar o exemplo de Rosa Ramalho.
Faleceu com 93 anos, era uma figura muito conhecida e estimada,foi a sepultar no cemitério de Sobrado no passado dia 13.
A Direcção da ADEP expressa o seu pesar aos familiares e amigos e presta aqui a sua sentida homenagem a Rosa Ramalho que fazia questão de anualmente ser figurante na Feira do século XIX, como vendedora de barros, no Parque das Tílias, à Frutuária.
escreveu Martinho Rocha
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