domingo, 9 de julho de 2017

A força da lenda, a valia da história: todos a Payva!





A história e a lenda serão as duas metades de memória mais ou menos difusa que nos baliza o horizonte perante episódios do nosso passado e que frequentemente não sabemos bem a qual dar mais valor de verdade factual. A ciência diz-nos que isso se espera da história, que ela conte a verdade;  de verdade verdadinha – todos sabemos – em nenhuma delas a realidade dos factos que nos é dada terá imagem e contornos tão nítidos e visíveis como o sucedido... Poderíamos, recorrendo à ilustração, dizer que a história se cria por decalque tirado a papel químico  e a lenda, quando muito, o será apenas por decalque a papel vegetal.  E se essa conclusão pode parecer empobrecer a lenda, pelo contrário, a lenda tem entrada livre em qualquer assembleia, já a história tem de fazer-se acompanhar de chancela que garanta a sua autenticidade. 
Em Paiva as lendas não precisam de ser inventadas, estão na consciência das gentes que as cuida e fortalece, contando-as de geração em geração. Os locais, esses precisam de cuidados...

Face a uma encenação que pretende apenas associar o Marmoiral  à lenda do funeral da Rainha Santa Mafalda, a ADEP numa primeira fase fez sentir e chamou a atenção do valor da ligação do monumento também à lenda e temática de Santo António; numa segunda fase tentou sensibilizar pela correcção do guião que sendo parcial, prejudica todo o conteúdo de mensagem (histórico-lendária) associado ao Marmoiral.

Insensível ao reparo a organização do teatro não poderia esperar da ADEP outra atitude que não fosse  a de não estar associada ao evento do funeral da Santa Mafalda que toma a metade pelo todo, que deixa uma visão parcial...

Registe-se o facto da Câmara Municipal nunca ter convidado a ADEP para qualquer desempenho no programa municipal de eventos de comemoração do Foral, ainda que esta associação tenha sido a que voluntariosamente mais realizações concretizou com essa temática (para não dizer a única),  ao longo de mais de vinte anos. Nem às propostas feitas foram dadas respostas...

Assim, dado que nos foi proporcionado apenas assistir no camarote à representação "de metade da lenda" …. disfrutemos então o que nos é proporcionado e não percamos a oportunidade de, uma vez mais, tirar do feito as necessárias conclusões…





























escreveu Martinho Rocha

















Escreveu Martinho Rocha

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