sexta-feira, 6 de julho de 2018

Temos uma Cruz Templária na Igreja de S. Martinho (Castelo de Paiva)


Cruz Templária




três imagens "Desfile Templário / Tomar 2018" 


Ara de Vila Verde (Terreiro)




Uma observação mais atenta permite constatar a especificidade daquele monumento. Trata-se de uma cruz templária gravada numa cabeceira  de sepultura que se encontra a servir de verga na porta lateral da antiga Igreja de S. Martinho de Sardoura.
Este curioso motivo sendo representativo da emblemática Ordem dos Templários (nota 1), vem confirmar que o território desta freguesia se centra na malha dos diversos destinos antiquíssimos e vias medievais que indo para Braga e Santiago de Compostela, fundaram comunidades e deixaram marcas bem vincadas em alguns dos nossos caminhos que serpenteiam os montes e vales,  na busca dos melhores e mais seguros locais: de passagem ,  com provisão de  água,  com serviços de estalagem; de atravessamento dos rios, etc.
É de veras muito interessante que S. Martinho de Sardoura , onde no lugar do Terreiro, tivemos a sorte de localizar uma ara pré-cristã, dedicada a divindade tutelar Laribus Ceceaicis, testemunho incontornável de adoração pagã, da era romana, da primeira metade do sec. I, (nota 2 –I) - seja ainda esta freguesia que nos apresenta uma cruz templária, que é um evidente testemunho a assinalar o fervor religioso cristão cultivado pelos naturais destes territórios que com certeza ajudaram a engrossar  as cruzadas, contra os turcos, para protecção dos peregrinos à Terra Santa (nota 2 -II).
E se a geografia situa o nosso território (nota 3)  nos trilhos e caminhos que fazem ligação a locais, de grande destaque  como: Braga, Guimarães, Santiago de Compostela, Viseu, Coimbra, Lisboa, Guarda, Évora, Salamanca, Mérida, Sevilha, Córdova, Málaga, Granada, e temos comprovados sinais de que foram senhores destas nossas terras, ascendentes e/ou descendentes,  de distintos antepassados coevos dos nossos primeiros monarcas, alguns que se sabe integraram essas ordens, natural é que também pontualmente vão surgindo sinais de homenagem ao seu passamento, como acontece agora com esta cabeceira de sepultura dedicada a um templário.

1 – I - Templários, que segundo  insuspeitos autores (A. Herculano, Santa Rosa Viterbo, entre outros) foram influentes e estiveram mesmo diretamente envolvidos na criação de Portugal enquanto Estado-Nação. II - Há relatos históricos no sentido de que os templários já por cá andavam  (no Condado Portucalense) quando da morte do Conde de D. Henrique,  ainda que a sua existência, à data em Jerusalém, fosse apenas embrionária; III – Mais tarde nas Inquirições de 1258 a paróquia de Bairros pertence  à Ordem do Hospital, que era quem tinha o direito de apresentar padre à Igreja de Fornos; IV - I  “Após D. Afonso VI  casar a sua filha Teresa com o Conde D. Henrique os templários sempre vieram em seu auxílio, e não deixaram de o fazer mesmo após a morte do seu filho.” (em 1114) citado em Viterbo. II – “A aquisição (…) do Castelo de Soure, que lhes foi dado (à Ordem do Templo) pelo Conde D. Henrique em 1111, prova que estes cavaleiros já tinham prestado alguns serviços, e que ele estava convicto da sua utilidade” Schaeffer – Histoire de Portugal pag. 61 ss Portugal Templário; III– Os cavaleiros hospitalários (Ordem do Hospital)  foram o primeiro grupo a surgir no Condado Portucalense, em 1104, logo à seguir à chegada do Conde D Henrique da primeira viagem à Terra Santa. Aceita-se que tenham vindo a seu convite. A sua primeira casa conventual (mosteiro, hospital e outras dependências) de que há registo (em 1112) é junto ao Rio Leça, próximo de Porto Cale e da Casa Real de Guimarães. Mas também os cavaleiros do Santo Sepulcro vem a receber importantes doações privadas (o convento de Alpendurada), e  também da viúva D. Teresa como regente. In História da Militária Ordem de Malta, Figueiredo. IV - O caminho de Santiago que a ADEP sinalizou no concelho, em 2017, com apoio no uso recente, diverge do seu traçado original (anterior à construção da ponte Hintze Ribeiro, em Boure no Douro, ainda assim, qualquer desses percursos entronca no caminho português central, em direcção a Braga.

2 – I – Terreiro, Vila Verde, esta Vila é referenciada já nas Inquirições de 1258; II - Templários  também muito presentes no combate aos muçulmanos, na defesa e avanço das nossas fronteiras com os nossos primeiros reis, na fundação da nacionalidade. Em compensação recebem inúmeras doações  de terras vizinhas (Fonte Arcada, Penafiel; Lourosa, Feira; Canelas, Arouca, etc.), direitos e privilégios, que lhes são doados pelos  monarcas e particulares.

3 – Edrisi (historiador árabe) descreve o caminho de Santiago de Compostela a partir de Coimbra, passando por Nojões.

















escreveu Martinho Rocha

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ADEP disse...

O comentário foi retirado por não identificar o autor, além de que nada acrescenta de relevante ao tema.
Martinho Rocha