quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Vem aí o Natal…. do sem-abrigo?

Sem abrigo-pode ser um nosso amigo! Tu que vives sem abrigo Perdido na grande cidade, É meu dever estar contigo Nem que seja por piedade, Quando demandas umvão de escada Urdindo a noite, até de madrugada, Deitado num grosso lençol decartão, Doente e só, sobre um “colchão” Sujo, em pedra ou de negro chão! Ao sol,à chuva, ao pó, ao vento, Em noites geladas, com fome, ao relento. Passa o polícia, o guarda-noturno, Tudo é sinistro, pesado, tudo é soturno! Nem um olhar, nem um lamento! Milhares passam por ti, sem curiosidade, Alheios ao teu bilhete de identidade! Enquanto isso, outros sentem imensos calores Debaixo de um grande tecto, sobreaquecido, Dormindo sob pilhas de mantas ou térmicos cobertores, Fartos do quente jantar suculento e nutrido! E como esses há tantos!... Um ror, muitos mais, Que simplesmente ignoram tua existência: Instituições humanitárias, Câmaras Municipais E Juntas de Freguesia, por excelência, Que deveriam procurar, em primeiríssima mão, Antes de pensarem em faustos jogos florais, Festas mundanas, futebois e outras que tais, Recolher-vos num albergue, por acto corrente de gestão. Sem abrigo alimentam sua parca condição Recolhem-se em vãos de portas e no chão Camuflando-se das intempéries e da demência, Não pedindo protecção ou clemência. Porquê não sanar de vez e de forma radical Esta chaga citadina, do nosso quotidiano? Uma nódoa negra na sociedade universal, Um espinho cravado no coração humano! Sem abrigo, aqui vai um Abraço de teu amigo Anónimo Mário Gonçalves Pereira
foto recolhida na internet

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