Armação para serrar tábuas na floresta
Descrição breve
Estrutura de madeira, em forma de cavalete ou moldura, utilizada como suporte para o trabalho dos serradores. Permitia fixar os troncos e facilitar o corte longitudinal com serras manuais, transformando a madeira em tábuas diretamente no local do abate das árvores. Reconstituição executada por membros da ADEP
Nota etnográfica
A armação de serrar evidencia a importância das atividades ligadas ao aproveitamento da floresta, fonte de recursos essenciais para a construção, a agricultura e a vida doméstica. O trabalho dos serradores, realizado em equipa e marcado por grande esforço físico, dependia desta estrutura simples mas eficaz, que convertia a matéria bruta em material útil. Para além da sua função prática, simboliza o saber técnico transmitido entre gerações, bem como a organização comunitária em torno da exploração sustentável da madeira. Este utensílio recorda ainda a interdependência entre homem e natureza, em territórios onde a floresta era motor de subsistência e identidade.
Curiosidades sobre a peça exposta:
A mudança dos "pontais", era tarefa que carecia de alguma força e agilidade, que dois homens pouco experientes poderiam não conseguir realizar. Ficou-nos o relato de António Cardoso de Vasconcelos, de certo dia a caminho da feira de Nojões, no lugar do Secóvo - Vila Verde, o Major António Luís Moreira (que foi comandante da hoste miguelista de Paiva), homem de estatura avantajada e dotado de muita força, socorreu dois franzinos serradores, que segundo ele lidavam com uma varita e não a conseguiam mexer, tendo ele com uma mão empurrado o toro e com a outra mudado o "pontal", despedindo-se e sentenciando, perante o pasmo daqueles, "...agora podeis continuar a serrar..."
ADEP 2025
Martinho Rocha
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