segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

As Boas Festas da ADEP




O emblemático Pinheiro da Frutuária está este ano, nesta quadra, iluminado como já não acontecia há mais de trinta.
Esta iniciativa é resultado de uma parceria em que a ADEP se empenhou e que teve o especial patrocínio da MAUSER - equipamentos electrónicos, com sede no Porto, na Rua do Freixo e inscreve-se no concurso de iluminações de Natal do Município. Contou com a especial dedicação dos directores João Teixeira e José Silva. Esta iniciativa proporcionou ainda a recolha de espólio etnográfico, doado por uma família paivense, para o Museu "Primeiras Artes".
Na oportunidade endereçamos a todos os nossos associados, amigos e patrocinadores votos de Festas Felizes!


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Morreu a "Rosa Louceira"



Morreu uma RAMALHO, Rosa Salgueiro,  que não era ceramista!

Passou pela vida de forma simples e com o povo, desta terra  - Paiva - por isso granjeou muita e merecida estima da população.
Descendente dos Ramalhos de Barcelos, não se dedicou à arte de ceramista como parte da família, ainda assim não renegou às origens, organizou o seu modo de vida durante longos anos, vendendo barros, que lhe deram, em Paiva, a carinhosa alcunha de "Rosa Louceira".
Mãe com dois filhos ao seu encargo estendeu o negócio e o seu quiosque, no Largo do Conde,  passou a vender também jornais e hortícolas e neste particular é justo realçar que sendo um negócio humilde ajudou no entanto muitas famílias numerosas a encontrar na horta a oportunidade  para complementar as magras economias domésticas (da lavoura ou da mina) dos anos 50 a 80..."fabricando" os mimos que a Rosa Louceira lhes comprava, quão valiosa era essa retribuição!
Fecha-se o ciclo curiosamente num momento em que se fala em Paiva de novo impulso no artesanato e em que a imagem da cerâmica aparece a apontar caminhos para novos futuros; que desejamos sejam igualmente inclusivos e redistributivos, assim se saiba aproveitar o exemplo de Rosa Ramalho.
Faleceu com 93 anos, era uma figura muito conhecida e estimada,foi a sepultar no cemitério de Sobrado no passado dia 13.
A Direcção da ADEP expressa o seu pesar aos familiares e amigos e presta aqui a sua sentida homenagem a Rosa Ramalho que  fazia questão de anualmente ser figurante na Feira do século XIX, como vendedora de barros, no Parque das Tílias, à Frutuária.










escreveu Martinho Rocha




sábado, 10 de dezembro de 2016

Travessia do Douro em Paiva, pelos caminheiros de Santiago e Fátima!



A existência mais que certa de uma estrada romana, a ligar a margem sul a Tongóbriga (Marco de Canaveses), marginal ao Paiva que atravessava o Douro junto à foz do mesmo (Outeiro do Castelo, Ilha dos Amores), tornou Paiva um local de passagem e de atravessamento do Douro, para os caminheiros de Santiago de Compostela, travessia que mais tarde se fazia também de barco e que nos inicios do século XIX se deslocou mais para juzante com a construção da ponte (de má memória) Hintze Ribeiro, no Freixo - Entre-os- Rios.
No sentido inverso e igualmente muito percorrida,   veio esta travessia do Douro a ser adoptada  no século XX pelos caminhantes das terras vizinhas a norte, com destino a Fátima. 
Estes trilhos, no seu traçado principal vão ser sinalizados. A ADEP acaba de aprovar o seu Plano de Actividades onde inclui esse projecto, tendo já obtido o apoio de diversas entidades nomeadamente do Município e empresários locais.
recortamos do Plano de Actividades da ADEP para 2017  "Caminhos de Fátima e de Santiago
Iniciativa que teve o seu tiro de partida com o lançamento do calendário de parede para 2017 e desdobrável/roteiro, para o que foram conseguidos apoios de empresários locais . Temos vindo a trabalhar no sentido de reunir apoios com vista a numa primeira fase adquirir e colocar   sinalética nestes dois percursos e numa segunda fase encontrar vontades e apoios para dotar o percurso de um albergue."






escreveu, Martinho Rocha

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Artesãos e oficinas na ADEP

Foi aprovado em Assembleia geral de associados o plano de actividades para 2017 da ADEP – Castelo de Paiva

recortartamos do "Plano de Actividades para 2017




Mantemos o propósito que anunciamos no P. A. de 2016 e para o qual temos vindo a trabalhar, designadamente com a Câmara Municipal, no sentido de estudar o melhor enquadramento a dar a um  projecto que seja candidatável a financiamento europeu -em parceria com outras entidades públicas e privadas- que valorize o património do território que nos caracteriza, minas e espólio mineiro,  património construído e história natural (fósseis), paisagem ambiente e turismo do Douro (barcos rabelos e rabões ) e Paiva (roteiro natureza), apoiando a inclusão social (com a valorização das artes tradicionais e urbanas),  tendo em conta os nossos espaços/instalações, valências e projectos que temos defendido.


As nossas valências  estão também disponíveis para parcerias com instituições que tenham projectos de recreio e formação para crianças, jovens e adultos. Também os espaços aráveis e arborizados continuarão disponíveis para actividades  etnográficas, rurais e agrícolas, viveiro e jardinagem. Dos associados, voluntários e amigos  aceitamos contributos e colaboração para montar oficinas e desenvolver acções e projectos.

sábado, 3 de dezembro de 2016

Conhece a ADEP ? passe por cá.

Este é mais um apelo dirigido aos associados.


Se não der esse passo nínguêm o dará por si...
Este ano comemora-se o Ano Europeu do Património Cultural.
A cultura necessita do apoio e participação de todos os que podem e querem ajudar!


Captionless Imager

Conhece a ADEP-Paiva?
A associação é um organismo que procura defender, o quê? 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Locais de Santo António em Paiva visitados por Frei Severino, da ordem franciscana de Pádua

Frei Severino fotografa o Brazão com as armas dos Bulhões - adoptadas pela cidade de Pádua!

Frei Severino apresenta o seu projecto

foto de um dos quadros desta temática existentes na Casa da Boavista

Frei Severino, Italiano de nascimento, membro da Ordem Franciscana de Pádua chegou ontem pela manhã ao Parque das Tílias, Castelo de Paiva para ver e fotografar as coisas e as pessoas, inquirir e referênciar testemunhos e memórias dos locais de Santo António em Paiva!
Tinha à sua espera uma mole humana? Não, mas havia um grupo simpático de membros da ADEP-Paiva para lhe fazer uma recepção condigna, bem como ao seu amigo Dr. António José de Meneses Moreira da Fonseca,e foi esse grupo que os acompanhou nas visitas aos locais, onde debaixo de telha, viveram os pais do taumaturgo Santo António.
Os acompanhantes e também na recepção Sérgio Fernando Padre de Sobrado e no encontro/almoço a participação do senhor Presidente da Câmara, Gonçalo Rocha; todos emprestaram a sua animação e alegria, feita a caminhada que os levou até junto da Casa Torre de Vegide, da mãe de Santo António, ao Solar de Gondim, do pai de Santo António, e Portal da Serrada, onde se pode ver o bonito brasão que inclui as “armas” dos Bulhões, e, por fim, à Casa da Boavista de ancestrais descendentes da família de Santo António e dos ex-Condes de Castelo de Paiva, também estes descendentes de Martim de Bulhões, pai de Santo António, e de Teresa Taveira, mãe de Santo António.
Na Casa da Boavista foram guiados pelo Senhor Viriato Soares de Almeida, que franqueou algumas das portas da Casa e a da Capela de Santo António, anexa, para que pudessem ouvir, da sua boca, um pouco da história da Casa da Boavista e a sua inserção no contexto da vida dos descendentes de Santo António e na perpetuação das memórias do Santo, até aos dias de hoje.
Frei Severino chegou…entrou, viu e ouviu…e partiu…com mais conhecimento da história da vida de Santo António: momentos que certamente não deixará de reviver para poder voltar, um dia, aos mesmos locais, e que irá, certamente descrever no seu “Mensageiro” para que outros possam conhecer, também, e compartilhar esta história, dando assim continuidade e alimento às memórias de Santo António.
Está assim inaugurado o percurso - o CAMINHO de SANTO ANTÓNIO - entre Coimbra e Castelo de Paiva.Que tão breve quanto possível possa ser feito em sentido inverso, entre Castelo de Paiva e Coimbra (Igreja de Santa Cruz e Igreja de Santo António dos Olivais) e, porque não, mais tarde, estendê-lo até Lisboa e, quiçá, a Pádua?
Frei Severino trouxe-nos, figurativamente, a imagem de uma vida feita à imagem da vida de Santo António, na sua Igreja de Santo António dos Olivais de Coimbra. Levou consigo a visão dos templos, dos prédios de paredes e tectos em declínio, das telhas estateladas pelo chão à mistura com pedaços de paredes, dos locais que visitou e que outrora deram abrigo aos progenitores de Santo António. Mas levará, também, para conforto, uma certeza: a de que se tenta, por todos os modos, manter vivas as pedras, ainda sobrepostas, que são a referência maior que invade a mente dos paivenses mais atentos e interessados na conservação deste património, ainda recuperável, e na manutenção do passado e memória do filho de Martim de Bulhões, Fernão de Bulhões, aquele que mudou o nome para António e que agora é considerado o Santo António de Paiva, de Coimbra, de Lisboa, de Pádua, do Mundo.
“E se nós paivenses, não pudermos fazer grandes coisas, façamos ao menos, como dissera o Santo, o que estiver na medida das nossas forças”.
Muitos dos naturais de Castelo de Paiva sempre trouxeram ao colo Santo António, como ele trazia o menino, e nos seus corações palpitam a vida do Santo e os seus sermões. A demonstrá-lo, apresenta-se a súmula das capelas e imagens veneradas no concelho e das festividades religiosas em sua honra:
Actualmente Santo António é venerado nas seguintes capelas paroquiais, com festividade própria, no domingo seguinte ao dia 13 de Junho:
Santo António de Gondra – Paraíso e Santo António de Fornos. Também na Igreja de Santa Eulália, matriz de Pedorido, se realizam as festividades em honra deste Santo. Por outro lado existe a capela da Casa da Boavista, em Sobrado, particular, onde já se fizeram procissões e se rezaram missas, em tempos não muito remotos, durante a vida dos Condes de Castelo de Paiva e mesmo posteriormente à morte do último Conde.
Para além disso existem imagens do Santo em outras Igrejas do concelho, embora nelas não se festeje o seu dia, como sejam: Santa Maria de Sardoura e Igreja de Fornos. Acresce dizer ainda que nas Inquirições realizadas a partir de 1258 e em especial as de 1758 e as Inquirições paroquiais de 1788 feitas pelo Bispo da diocese, cujos questionários foram sempre muito semelhantes, aparecem capelas particulares de devoção a Santo António, em número muito substancial para um concelho tão pequeno, como é Castelo de Paiva:
-Freguesia de Fornos:
Ermida de Nossa Senhora do Desterro: para além da imagem com aquele nome e das imagens do Menino Jesus e S. José, tem, também, uma imagem de Santo António. Esta capela, na Quinta do Covelo, pertenceu ao fidalgo Bernardino Luís de Sousa e Abreu, transitando para o fidalgo Francisco Sousa e Abreu;
 A já referida Capela a Santo António, pública, onde se realizam as festividades ao Santo;
Ermida de Santo António que é do senhor Morgado António de Figueiroa  Castelo Branco, na Quinta do Luzio;
- Freguesia de Paraíso:
Capela de Santo António no lugar de Gondra, já antes referida;
- Freguesia de Pedorido:
Igreja matriz de Santa Eulália, possui uma imagem e realiza as festividades próprias, como já referido;
- Freguesia de Raiva:
A igreja matriz de Raiva, possui num dos altares as imagens de Santo Cristo, de Santo António e de Santa Quitéria;
- Freguesia de Santa Maria de Sardoura:
Num altar lateral, além de outras, encontra-se a imagem de Santo António;
Das seis ermidas que existiam ao tempo das Inquirições salientam-se as que respeitam a Santo António, em propriedades particulares:
Ermida de Santo António na fazenda de Valles, em Sá, (capela actualmente na posse de um primo de minha mulher) e que pertenceu aos herdeiros do sargento-mor António Ribeiro da Costa Guimarães da cidade do Porto;
Ermida de Santo António na Quinta do Pedregal, Sardoura, do Morgado Manuel Correia de Melo, onde havia missa cantada e sermão.
- Freguesia de S. Martinho de Sardoura:
Tinha esta freguesia no lugar de Covas uma capela de Nossa Senhora do Pilar em que também se encontrava uma imagem de Santo António. Pertenceu a Ignácio de Azevedo Leyte da cidade do Porto.
- Freguesia de Sobrado:
No referente às terras de Paiva que pertenceram aos “Bulhões”, as Inquirições de 1758 apontam, para além da capela de Santo António na Quinta da Boavista, também as seguintes capelas do mesmo particular:
Capela de Vegide de N.S. da Piedade junto à Casa Torre de Vegide, em ruínas;
Capela de São Luís IX Rei de França na Quinta e Solar de Gondim, em ruínas;
Capela de Santa Cruz das Serradas, de invocação da Santa Cruz, que já não existe.

ADEP - Castelo de Paiva, 21 de Novembro de 2016

Mário Gonçalves Pereira

segunda-feira, 21 de novembro de 2016