terça-feira, 19 de julho de 2011

A tradição da malha do centeio


Amanhã pelas 14 horas no Parque das Tílias e Domingo no Largo da Feira de Cabeçais a ADEP vai malhar centeio.
Como era a tradição da malha do centeio na nossa terra ?
Na nossa terra, a tarefa era realizada pelo ajuntamento dos vizinhos e deveria ter lugar em até final de Julho. Em Agosto seria já para desgosto. Era então chegado o dia de separar o grão do centeio da palha, ou seja fazer a malhada. Primeiro batendo com as espigas no carro de bois, depois batendo naquelas que ainda tivessem grão com o mangual, coisa que obedecia a um ritmo sincronizado e executado a preceito pelos experientes malhadores.
Era de tradição, se a eira fosse em terra, barrar a eira toda com uma mistura de bosta de vaca e água, para que o centeio não se enterrasse na terra, quando chegasse a hora de retirar a palha e de varrer o centeio para o monte, logo que entrassem em acção as vassouras de giesta.
Depois de limpo, isto é, depois de levantado ou de passado no ventilador, o centeio é medido em alqueires e levado para as tulhas, que eram umas enormes caixas de madeira feitas com tábuas, bem grossas de castanheiro, que é para os ratos não as furarem e o comerem, onde permanecerá até ao dia em que há-de ser levado pelo moleiro, para ser transformado em farinha, ou para ser lançado novamente à terra e dar origem a uma nova seara.
Finda a malhada os malhadores e demais ajudantes iam almoçar a merecida cabra ou cabrito que o dono tanto tinha apregoado.

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