sábado, 4 de janeiro de 2014

Picotas, em S. Martinho e outras vilas da Idade Média !

Temos hoje ainda dispersas pelas nossas freguesias imensas ruínas e restos de antigas e nobres construções, que não fosse a toponímia passariam totalmente despercebidas. Noutros casos a falta de conhecimento e a voragem construtiva das últimas décadas encarregou-se de reconstruir, arrasar e apagar muitos desses sinais, alguns bem importantes pelo que representam de vivência passada, que remontam aos primórdios da nacionalidade ou até muito anterior.
Um casal em Picotas aparece referenciado nos Documentos Medievais como objeto de doação ao Mosteiro de Alpendurada já no ano de 1103. Também a “Villa de Picotas”, à semelhança do que aconteceu com as “Villa de Fundões e de Felgueiras” e outras, foram terras doadas por D. Sancho I à Condessa  D. Toda Pelazim. Sobre estes locais, sua dimensão e vida das pessoas, na sua atividade produtiva, nos falam as Inquirições mandadas fazer pelo Rei D. Afonso III, no ano de 1258, portanto no séc XIII. Estas vilas, quando doadas pelo rei, passam a propriedades senhoriais  e estão por isso isentas do pagamento de qualquer foro ao rei. Este regime de isenção de foro era uma prerrogativa das chamadas vilas honradas, como acontecia com outras na mesma freguesia: “Villa Verde”, por exemplo, ou na freguesia de Sobrado, a ”Villa de Sobrado” e “Villa de Vegide”. Nalguns casos os senhores da terra tinham jurisdição cível e criminal (como na Honra de Sobrado), ou apenas a cível, noutros casos  estavam, as mesmas jurisdições,  subordinadas ao Rei.
Encerram em si estes locais um passado imenso que constitui uma mais valia do ponto de visto histórico e arqueológico, que a qualquer momento pode proporcionar revelações e testemunhos que contribuirão, de certeza, para melhor compreender e  valorizar a nossa história.
E a prova do que dizemos é que falta encontrar uma explicação sobre qual seria a utilidade de três colunatas oitavadas, ( 0,80 cm de altura por 0,20 cm X
0,20 cm de largura na parte quadrada), em granito local e ainda de uma pedra com gravação rebaixada de um par de folhas, paralelas, semelhante às da cruz patea existente na padieira (da tampa ou cabeceira de sepultura), de uma das portas da antiga Igreja de S. Martinho, que se encontraram recentemente.
Sabendo nós que estes e outros locais eram habitados em épocas ainda mais remotas, existindo pelo concelho muitos testemunhos arqueológicos da época romana, vamos procurar saber do que se trata afinal.

Destas vilas honradas, com existência mais efêmera ou duradoura,  recordamos que as honras de Sobrado e da Raiva, por exemplo, ainda existiam, como tal, no reinado de D. Manuel, quando da outorga do Foral à terra de Paiva. 

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