quinta-feira, 9 de abril de 2020

As marcas da sirga no Douro, que já deviam estar classificadas como monumento nacional...

Hoje trazemos as marcas na rocha, que em Rio Mau Penafiel desassossegam a gentes, porque algumas do conjunto já foram destruídas, por sinal, por entidades de quem se esperava outra sensibilidade para estes assuntos...O valor imaterial destes testemunhos deixava também marcas nas carnes dos homens; nas mãos, no peito, onde o António Teixeira Soares (mais tarde também conhecido pelo "Pai Natal") exibia com orgulho o seu calo; para o repórter do Diário de Noticias, obra que o remo cavou; e que lhe ficou dos tempos em era homem rabeleiro, como chama Mário Oliveira a estes marinheiros; calo que lhe descaía do peito que já foi músculo e que era onde fazia força e fixava a ponta do bicheiro, para ajudar a manobrar o barco. Viemos hoje a terreiro também na sequência de publicação de acções arrojadas das gentes nossas irmãs do Alto Douro (*). Não é nossa intenção disputar qualquer pioneirismo bacoco mas com o nosso contributo, queremos ajudar a densificar a narrativa de toda uma epopeia da gente duriense, como que marcas de vida e de sonho que ficam para todo o sempre (enquanto não deixam destruir as rochas das sirgas; enquanto não nos deixam estes homens), marcas que a todos devem orgulhar. No nosso tempo, em Castelo Paiva, (na foz do Rio Arda e na foz do Rio Paiva) por iniciativa da ADEP nasceu este projecto que navegou depois de 1987, embarcação "Douro -Paiva" que foi legalizada para actividade marítimo-turística, ainda isso não acontecia em Gaia...




foto M. Rocha




4 fotos de Mário Oliveira



o calo, obra que o remo cavou no peito


(*) Baleeira dos BV do Pinhão.
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Martinho Rocha

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