quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Ainda o PU. Para que conste, foi-se a proteção às sepulturas de Vegide.


Além de dar nota do património classificado, que é o conjunto dos monumentos conhecidos e que em devido tempo mereceram classificação oficial, dos organismos da cultura, de imóveis de interesse público, concelhio ou até nacional, o Plano de Urbanização da Vila de Castelo de Paiva, aprovado por Resolução do Conselho de Ministros n.º 100/2006, e que ainda está em vigor, tratou de acautelar um conjunto de outros valores a que chamou de património inventariado e no seu art.º 27.º n.º 2 atribuíu-lhe a mesma proteção, designadamente, a zona de protecção, não inferior a 50 metros de raio. Portanto na dúvida da interpretação da Lei, se o tipo de classificação atribuído era passível ou não de conceder a referida zona de proteção ou na dúvida quanto aos limites do monumento em questão, o Plano de Urbanização de 2006, acautelou e bem a questão, legislando e impondo zonas de protecção aos valores que ele arrolou no n.º 1 do referido artigo 27.º alíneas a) a f).
É oportuno sublinhar este cuidado, tanto mais que sabemos das imensas diligências efetuadas,  mas sem êxito, para ver alargada a área de classificação do monumento também designado Pias do Mouros. A pressão urbanistica não teve nunca em atenção o valor cultural em presença, nem a vontade expressa do anterior proprietário, o Conde de Castelo de Paiva.

Com o estado de degradação e abandono  em que temos a generalidade do nosso património construído e arqueológico mais emblemático , não deixa de ser caricato e surrealista que tenha sido aprovada a recente alteração do Plano de Urbanização, banindo pura e simplesmente a zona de proteção de 50 metros criada, e bem, pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 100/2006, para o património inventariado.

domingo, 25 de agosto de 2013

Passeio Equestre - dia 22 - Domingo !

Passeio Equestre a 22 de Setembro !
Concentração dos cavalos  8,30 horas a que se seguirá  a receção, inscrição e entrega de diplomas aos participantes; 9,30 horas - Início do passeio com passagem por Vilar de Nojões ( marco do Foral) e Quinta Rural.  O passeio equestre vai  passar por 5 freguesias e atravessar o Rio Sardoura, com mata-bicho em Nojões e almoço no Parque das Tílias.
De tarde pelas 15 horas haverá gincana, a que se seguirá lanche, convívio final e banho aos cavalos.
Faça a sua inscrição antecipadamente para facilitar a organização, através de António Coelho 924 468 004; Constantino G. 926 470 262; Joel 969 480 949  amotacoelho@gmail.com

Organização da ADEP, na comemoração dos 500 anos da atribuição do Foral à Terra de Payva

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

no aniversário da ADEP, Memórias do Foral !

Não tendo a Câmara Municipal criado a seu tempo uma comissão autónoma para as comemorações do Foral, como foi defendido e aconselhado por diversas pessoas e entidades insuspeitas, desconhece-se qual o programa das comemorações, já que que com eleições autárquicas em Setembro, o  500.º aniversário da outorga do foral no dia 1.º de Dezembro é já assunto de outro elenco camarário a empossar na véspera...
Àparte isso lembramos que estão na ADEP as três (e únicas?) publicações que vem à luz do dia também para recordar a efeméride da atribuição do Foral à Terra de Payva, em 1 de Dezembro de 1513.
São eles "Santo António de Lisboa - encontro nas origens - Castelo de Paiva de Mário Gonçalves Pereira; “Ara Laribvs Ceceaicis em Castelo de Paiva”, (Vila Verde, São Martinho) de José d’ Encarnação e ainda o habitual calendário de parede, para 2013, este ano com uma foto enigmática, edição ADEP e podem aí ser adquiridos.
Amanhã quem se deslocar ao Parque das Tílias terá então a oportunidade de adquirir qualquer destes trabalhos de valor intemporal, proporcionando à ADEP a correspondente receita financeira, tão necessária nos tempos de hoje. Os mesmos estão também à venda, em Castelo de Paiva, no Intermarché e nas Tabacarias Mil.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

33.º Aniversário !

No dia 13 de Agosto - terça feira - a ADEP comemora trinta e três anos de actividade dedicados à cultura. Os tempos não nos permitem festas ainda assim quem nos visitar vai poder beneficiar de uma visita guiada ao espaço de Museu "Primeiras Artes" e ver o video " O Ferreiro da Cêpa".
Os primeiros visitantes terão ainda direito a um calendário de parede alusivo ao 500.º aniversário da atribuição do Foral à Terra de Paiva ou um saco de flor de tília.
Compareça no Parque das Tílias dia 13, pelas 14, 30 horas e conheça um pouco mais da nossa história e cultura!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Onde estava a Torre de Vegide ? - A visão de Lousada Soares !


A cultura ao serviço do desenvolvimento !

Hoje damos a conhecer um pouco do estudo e da minucia da interpretação das diversas fases de construção e reconstrução da casa da Torre de Vegide. Lousada Soares, neste caso observou, estudou, fotografou e anotou os comentários que se lhe ofereceram e que beneficiam da sua avalisada formação da área da engenharia. Hoje este trabalho constitui um desafio aos nossos historiadores e arqueólogos para as novas abordagens que se impõem.

Uma maior divulgação das raízes de Santo António, como está a acontecer com esta publicação de Mário Gonçalves Pereira, criará uma maior consciencialização na população da importância dos nossos valores patrimoniais e imateriais. As novas gerações, mais informadas e participativas, hão-de ser capazes de exigir outras prioridades, linhas de orientação e até de rutura com o estado de abandono, desinteresse - e de saque em alguns casos - a que o município vem assistindo serenamente nos monumentos e espaços arruinados da Boavista, Vegide, Gondim e Frutuária, apesar do legado formal que lhe fez o Conde de Castelo de Paiva e destes outros legados imateriais de outros tantos paivenses generosos e laboriosos.

Este e outros documentos que constituem o Levantamento do Património de Castelo de Paiva, legado à ADEP é parte do acervo do arquivo fotográfico Luís Lousada Soares, que tem estado disponível ao público apenas nas exposições pontuais e ocasiões festivas, como no dia da feira do séc XIX, assim o permitem os parcos meios e apoios de que dispõe.

sábado, 20 de julho de 2013

Barão de Castelo de Paiva também estudou as Ilhas Selvagens ?

Vulto paivense estudou as Selvagens, no séc. XIX ?


A visita de Cavaco Silva às Selvagens não deixará de reafirmar a soberania daquele território que confere a Portugal a maior Zona Económica Exclusiva da União Europeia (1,6 milhões de quilómetros quadrados), potenciando além do mais a dimensão de mais 2,15 milhões de quilómetros da plataforma continental, cuja jurisdição Lisboa quer ver reconhecida pelas Nações Unidas entre 2014 e 2015. 
Independentemente da soberania e consequentemente do valor económico que possa representar, há que reconhecer que estamos perante um sítio de elevada importântia ambiental, já classificado pela UE como Rede Natura 2000.A Macaronésia foi mesmo a 1º região biogeográfica a existir na Rede Natura 2000!
É noticiado que a visita assinala também o 50.º aniversário da primeira expedição científica às ilhas, realizada pelo ornitólogo de origem inglesa Paul Alexander Zino e que conduziu ao estabelecimento nas Selvagens da mais antiga reserva natural do país (1971). Porém um vulto paivense das letras e das ciências, António da Costa Paiva (Barão de Castelo de Paiva) desenvolveu actividade de exploração científica nas ilhas da Macaronésia (que inclui os arquipélagos da Açores, Madeira, Canárias, Selvagens, Cabo Verde), onde estudou insetos e moluscos e descobriu novas espécies, na companhia de distintos cientistas como John Edward Gray e Vernon Wollaston. Ficará o trabalho de um paivense ligado à maior ZEE da União Europeia ?
Segundo Tolentino da Nobrega in Público "As Ilhas Selvagens despertaram desde sempre o interesse de naturalistas e cientistas. A primeira visita com fins de carácter científico foi feita pelo capitão James Cook em 1768 e em 1778 Francis Masson, botânico do Jardim Botânico Real de Kew, efectuou colheitas de plantas nas Selvagens. Durante os séculos XVIII, XIX e até meados do século XX, as visitas de cientistas às Selvagens foram sempre de carácter esporádico e nunca com o intuito de estudar com continuidade a fauna lá existente, nomeadamente as aves marinhas, que durante uma parte do ano se encontram nas ilhas a nidificar, sublinha o biólogo madeirense Manuel Biscoito. Tendo consciência da precariedade da informação científica existente, Günther Maul, director do Museu Municipal do Funchal e o major na reserva C. Pickering, botânico amador, decidiram em 1963 organizar a primeira expedição científica multidisciplinar às Ilhas Selvagens, para a qual foi fretado o navio “Persistência” da Empresa Baleeira do Arquipélago da Madeira.
Esta expedição, entre 15 e 27 de Julho, contou com a presença de cientistas de diversas especialidades, entre os quais Christian Jouanin e Francis Roux, do Museu de História Natural de Paris, os quais a partir daí se mantiveram intimamente ligados ao estudo da fauna ornitológica das Selvagens. Desta expedição resultou a publicação, no Boletim do Museu Municipal do Funchal, de nove artigos científicos, sobre as aves, insetos, plantas e rochas das Selvagens, constituindo um volume com 170 páginas."
Motivos estes que exigem que se conheça mais sobre a vida e obra deste paivense. Este como outros assuntos deviam merecer mais reflexão, ponderação e outra atitude no que aos orçamentos da cultura deveria dizer respeito.


Sobre a biografia de António da Costa Paiva(Barão de Castelo de Paiva) ver post anterior (recorte de informação da FLUP)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Vulto paivense, António da Costa Paiva, estudou as Selvagens, no séc. XIX ?




Em 2013 noticiou-se o 50.º aniversário da primeira expedição científica às ilhas, realizada pelo ornitólogo de origem inglesa Paul Alexander Zino e que conduziu ao estabelecimento nas Selvagens da mais antiga reserva natural do país (1971). Porém um vulto paivense das letras e das ciências, António da Costa Paiva (Barão de Castelo de Paiva) desenvolveu atividade de exploração científica nas ilhas da Macaronésia (que inclui os arquipélagos da Açores, Madeira, Canárias, Selvagens e Cabo Verde), onde estudou insetos e moluscos e descobriu novas espécies, na companhia de distintos cientistas como John Edward Gray e Vernon Wollaston. Ficará o trabalho de um paivense ligado à maior ZEE da União Europeia ?

Já em 2013 o Presidente da República visitou este sítio classificado como Rede Natura 2000, pretendendo naturalmente contribuir com este gesto para a  reafirmação da soberania daquele território que confere a Portugal a maior Zona Económica Exclusiva da União Europeia (1,6 milhões de quilómetros quadrados), potenciando além do mais a dimensão de mais 2,15 milhões de quilómetros da plataforma continental, cuja jurisdição Lisboa quer ver reconhecida pelas Nações Unidas.

Quem foi António da Costa Paiva (Barão de Castelo de Paiva) recorte de biografia com base na informação da FLUP)





António da Costa de Paiva (Barão de Castelo de Paiva)
Médico, botânico, professor e 1.º diretor do Jardim Botânico

Biografia de António da Costa de Paiva (Barão de Castelo de Paiva, 1806-1879)
António da Costa de Paiva, filho de Manuel José da Nóbrega, negociante, natural de Castelo de Paiva, e de D. Maria do Carmo da Costa, nasceu no Porto a 12 de outubro de 1806.

Bacharel em Filosofia e Medicina pela Universidade de Coimbra e doutor em Medicina pela Universidade de Paris, obteve este último grau após a defesa de uma tese sobre a tísica pulmonar, elaborada durante o exílio a que o conduziram os seus ideais liberais. Quando pôde regressar a Portugal, exerceu clínica privada.

Entre 1834 e 1836 regeu a cadeira de Filosofia Racional e Moral na Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto. Em 1836 foi nomeado lente de Agricultura e Botânica nesta Academia por decreto de 20 de outubro e carta régia de 3 de janeiro de 1837. Neste ano, aquando da reforma da Academia Real da Marinha e Comércio e criação da Academia Politécnica do Porto, passou a ser o 1.º lente proprietário da 10.ª cadeira – Botânica, Agricultura, Metalurgia e Arte de Minas, funções que exerceu entre 1838 e 1858. Por inerência do cargo, foi nomeado primeiro diretor do Jardim Botânico pelo decreto de 11 de janeiro e carta régia de 28 de julho de 1838. Assegurou estas funções entre 1838 e 1855.

Um ataque de tuberculose pulmonar afastou-o da cátedra, recebendo tratamento na ilha da Madeira, tendo-se mais tarde jubilado com a categoria de lente por decreto de 31 de dezembro de 1858 e carta régia de 19 de janeiro de 1859.
O restabelecimento do seu estado de saúde possibilitou-lhe uma intensa atividade de exploração científica nas chamadas ilhas da Macaronésia, sobretudo nos arquipélagos da Madeira, Canárias e Cabo Verde, onde estudou insetos e moluscos e descobriu novas espécies, na companhia de distintos cientistas como John Edward Gray e Vernon Wollaston. As coleções que reuniu foram posteriormente estudadas por Bernardino António Gomes e Barbosa du Bocage.

Escreveu sobretudo trabalhos de caráter científico. Foi autor de obras como "Aphorismos de medicina e cirurgia práticas" (1837), "Relatório do Barão de Castello de Paiva, encarregado pelo governo de estudar o estado da Ilha da Madeira, sob as relações agrícolas e económicas" (1853), "Descripção de duas espécies novas de coleópteros das Ilhas Canárias" (1861), "Novíssimos ou últimos Fins do Homem" (1866), depois de se converter ao cristianismo em 1851, e "Biographia" (1877).
Iniciou a publicação de obras literárias com a tradução comentada dos romances de Voltaire. Em 1837 editou a "Crónica d'El-Rei D. Sebastião", de Frei Bernardo da Cruz, juntamente com Alexandre Herculano (1810-1877) e o "Roteiro da Viagem de Vasco da Gama" atribuído a Álvaro Velho, com Diogo Kopke (1805-1875); numa segunda edição, em 1860, com Alexandre Herculano.
A propósito da sua obra escrita, disse Camilo Castelo Branco: "A forma, o dizer, é de tão bom quilate portuguez, que apenas podereis estremar a vernaculidade do auctor dos Soliloquios d'entre as paginas lusitaníssimas do auctor dos Novissimos, que tanto hombro se eleva como o oratoriano (P. Manuel Bernardes), de quem temos um devoto livro idêntico na tenção e no título."
Júlio Dinis referiu-se ao Barão de Castelo de Paiva na sua obra "Os Fidalgos da Casa Mourisca", a propósito de um animado diálogo sobre Frenologia, Metafísica e Filosofia que ele terá mantido com um alemão, administrador da Casa de Orneias, na Madeira.

No decurso da sua carreira, António da Costa de Paiva foi distinguido com diversos títulos e cargos honoríficos. O grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo e da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa foi-lhe atribuído em 1836 e o título nobiliárquico de Barão de Castelo de Paiva em 1854.

António da Costa de Paiva foi membro de academias e sociedades científicas, nacionais e estrangeiras, como a Academia Real das Ciências de Lisboa (sócio efetivo), a Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, a Sociedade Zoológica de Londres, a Sociedade de História Natural de Cassel, a Sociedade das Ciências Naturais de Estrasburgo, as sociedades botânicas de França e Edimburgo, a Real Academia Imperial do Rio de Janeiro, a Academia de Medicina e Cirurgia de Toulouse (sócio correspondente) e a Academia de Medicina de Montpellier (sócio correspondente). Foi vogal extraordinário do Conselho Geral de Instrução Pública, até à extinção deste em 1868.

Legou parte da sua fortuna a hospitais, instituições de caridade e a associações científicas e culturais e estabelecimentos de ensino. Ofereceu à Academia Real das Ciências de Lisboa o seu herbário da Madeira, composto por 600 espécies, e uma coleção botânica de 372 espécies, recolhida nas ilhas das Canárias. Ofereceu ao Museu dos Jardins Botânicos Reais de Kew, em Inglaterra, um herbário com plantas indígenas de Portugal e dos Açores. À Academia Politécnica do Porto doou uma inscrição de assentamento da Dívida Pública Portuguesa no valor de 1 000$00 reis, em benefício do Jardim Botânico. Em 1879 deixou 1 conto de reis à Academia Portuense de Belas Artes para a criação de um prémio a atribuir ao melhor quadro de temática bíblica presente na exposição trienal daquela Academia. Instituiu um legado – o Legado do Barão de Castelo de Paiva - na Escola Médico-Cirúrgica do Porto: "Pertence, por minha morte, a propriedade d'esta inscripção á Escola Medico-Cirurgica da cidade do Porto para servir de premio o seu juro anual ao alumno da mesma Escola que mais destreza mostrar nas operações cirúrgicas, ou nas dissecações anatomicas do corpo humano; reservando para mim o direito de receber o juro enquanto eu vivo fôr. Funchal, 22 d'outubro de 1874". (Annuario da Escola Medico-Cirurgica do Porto : Anno lectivo de 1906-1907, p.143)

Faleceu na ilha da Madeira a 4 de junho de 1879.


Universidade Digital / Gestão de Informação, 2012. Revisão científica de Jorge Fernandes Alves (FLUP)


P.S.
Recentemente tivemos a grata noticia da criação pelo Museu de Ilhavo do Prémio Octávio Lixa Filgueiras. Orgulha-nos que mais um paivense - outro expoente do saber e da nossa cultura - premeie o mérito e sirva de exemplo para alunos e investigadores aplicados e apaixonados pelo progresso da ciência e da arte.
Desejamos a este prémio a perenidade da do homónimo Barão que vigora desde o séc. XIX e que premiou figuras ilustres como por exemplo Isolino Vaz, artista e professor gaiense que como o Arquitecto Filgueiras - foram ambos colaboradores da Revista "O Pejão".









escreveu Martinho Rocha