sábado, 6 de junho de 2015
Também a nora é nosso monumento! A riqueza que por aí existe...
A título de exemplo seleccionamos esta foto obtida em Nojões na última caminhada que realizamos, pelo caminho dos mineiros e para assinalar o 498.º aniversário da entrega do Foral de Payva em Villar de Nojões.
A necessidade e a memória dos homens, dos nossos tempos, tê-los-há inspirado a redescobrir, reinventar as noras - que são engenhos criados pelos antepassados árabes. É uma bela reminiscência, concordam ?
(Nora- ár. na’ûra - É um engenho para tirar água dos poços. Na chamada nora mourisca, o animal trabalha num círculo à volta do engenho, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, fazendo mover duas rodas, na maior das quais estam os alcatruzes de metal ou de barro, estes muito raros).
Vamos no próximo sábado dia 13 percorrer, na Vila e imediações, os locais (de vida dos país) de Santo António e concerteza aí também aparecerão elementos, paisagens, sinais que nos levem a pensar na grandiosidade e no peso da memória do nosso património ...tão mal tratado...
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Neste contexto temos, para desenvolver, o seguinte desafio:
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A riqueza que por aí existe: o nosso monumento !
Não nos damos conta e no entanto ela é infinda: são testemunhos arqueológicos; etnográficos; os geossítios (locais de enorme importância cientifica, didática e turística pelas evidências geológicas que ostentam); as teimosas e diversas formas de vida, seja animal seja vegetal presa a minusculos ecosistemas ainda não poluidos; obras de grande envergadura deixadas por povos que por cá andaram, e pelos nossos antepassados, que asseguraram um modus vivendi extraordinário, que conta a história da sobrevivência de gerações e gerações. Há todo um conjunto imenso de património material e material que conhecemos associados às Minas do Pejão, mas também houve minas em Terramonte, Raiva e Gondarém, e outras ainda mais antigas onde, outros povos, por aqui extrairam valiosos minérios como comprovam recentes estudos em que colaboramos.
Apenas para aumentar a mancha de plantio de eucaliptos e replicar urbanizações, quantas delas sustentadas em enganosa valorização (que nos levou ao crache que todos tão bem conhecemos...) vimos frequentemente os buldozers (e até algumas actividades de recreio que poluem e provocam erosão e que usam a capa de "ecológico") a arrasar surda e continuamente inumeros locais de valor arqueológico que são testemunhos dos sinais deixados pelos primeiros povos que que por cá foram passando ou se foram fixando; nos castros - altos dos nossos montes - onde é imensa a lista desses testemunhos; o mesmo se diga de locais - nos vales - quando mais tarde esses povos desceram e fizeram aí, da agricultura, a base da sua vida e alimentação e são aí visiveis imponentes obras de engenharia hidráulica com inúmeros diques e as levadas dos nossos rios: arda e sardoura.
De outros testemunhos mais recentes, alguns arruinados, ainda assim do que nos resta e pode advir de reconstruções de antigas casas senhoriais da Idade Média, nalguns casos, fortemante associadas a narrativas e lendas a que alguns insuspeitos genealogistas e investigadores se dedicaram já em estudos e registos, vemos cada vez mais montes de ruínas, casas destelhadas, desleixo e abandono. Falamos de Vegide, Gondim, Serrada, Boavista...
De alguns valores da nossa rede viária, com interessante história e com elementos valiosos que realçam, matérias primas, saberes e até a influência politica e visão urbanistica romântica de personagem paivense (Conde de Castelo de Paiva), também esses, vemo-los igualmente arrasados, noutros casos abandonados e desleixados. (Meia Laranja e acesso Bafareira à Vila).
Apenas uma consciencialização da população que saia a terrreiro, identificando, divulgando e exigindo outra atitude pode salvar valores e decorrentemente esse enorme capital de memória, história e mais valia que pode encontrar no turismo um factor multiplicador; uma alavanca para o nosso desenvolvimento.
Muito do que é importante fazer pode ser conseguido com exíguos fundos. Igualmente importante é que haja mobilização das pessoas para essas causas. Depois, a seu tempo, se haverão de encontrar prioridades e formas de fazer frente aos projectos mais pertinentes (são o caso dos orçamentos participativos; projectos intermunicipais, candidaturas a fundos comunitários, etc).
A nossa situção geográfica não tem sido - de longa data - integrada, "amassada" com os outros "factores de produção" - ser marginal ao Douro, estar situado a 30 Km da 2.ª cidade do País, (um dos grandes aglomerado urbanos da peninsula); beber água da Paiva, que é como quem diz, sermos usufrutuários de um espaço classificado Rede Natura 2000 pela União Europeia e sem esquecer tudo o que temos dito sobre a nossa valia em termos geológicos, mineiros e de história natural) a que estão hoje associadas e muito interessadas instituições como o Geoparque/Arouca e ADRIMAG é de uma riqueza imensa.
Certo é que estes diamantes terão de ser trabalhados no futuro, não basta mostrá-los, ainda que isso - dado o estado das coisas- seja nesta fase muito importante.
Lanço daqui um desafio a todos e cada um dos naturais e residentes no concelho: vamos fotografar, identificar (localizar até com coordenadas gps), perguntar quem saiba, todos os elementos/conjuntos, monumentos/valores, sejam eles arqueológicos, naturais, etnográficos ou geológicos, que existam por aí. Não necessitam de estar classificados como monumentos, basta que lhes reconheçamos valor de memória. Isso é suficiente. Paralelamente o desafio faz-se também a quem tenha fotos, documentos, memórias que possa partilhar sobre este tema, que estamos certos há-de surprender-nos, e que será concerteza um importante tributo que prestamos aos nossos antepassados, valorizando-nos ao mesmo tempo.
Vamos propôr na ADEP adoptar esta ideia para criar um concurso e um espaço próprio onde possam ser depositados, divulgados, "postados" todos os contributos.
Vamos a isso ?!
martinho rocha
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Rio Paiva
domingo, 24 de maio de 2015
Hoje e amanhã é a Festa do Espirito Santo (dos Tremoços) de Vila Verde!
Percebe-se a aceita-se que o catolicismo tenha ido às
práticas pagãs, aproveitar os locais, as tradições, até a generosidade das
ofertas e sacrifícios, até aí destinados às divindades, para dar visibilidade
aos seus símbolos e santos e reencaminhar os donativos para os necessitados.
Remontará ao tempo de D. Dinis a comemoração do Espirito
Santo que segundo a história assenta numa promessa feita pela sua mulher a
Rainha Santa Isabel (de Portugal e Aragão) , pelo ano de 1320, apelando ao
espirito divino para que lhe proporcionasse
a paz entre o seu marido Rei, e filho D.
Afonso (legítimo e futuro herdeiro do trono), sendo que para isso se oferecia para ir pelo
país pedir donativos para os pobres.
Estamos como é bom de ver perante uma festividade
aculturada, muito antiga e que tendo
lugar em maio coincide com as primeiras colheitas, cinquenta dias após a
Páscoa. Na origem era festejada com banquetes coletivos com distribuição de esmolas e
comida aos pobres “ o Bodo aos Pobres” como ficou para a história. A
tradição terá então ganhado novas raízes e as festividades que ainda hoje estão
vivas e muito participadas (veja-se no Brasil, nos Açores e destes para os
Estados Unidos e por cá) são marcadas pela
esperança na chegada de uma nova era para o mundo dos homens, com igualdade,
prosperidade e abundância para todos.
Nós por cá temos tudo para defender também em Vila Verde a
existência de uma tradição bem antiga, que ultrapassa, como se pode deprender,
o sec. XIV. No local onde se realiza e
nas imediações da atual Capela do Espirito Santo foi encontrada, pela ADEP, há
alguns anos uma ara votiva, dedicada à Divindade pagã Lares – isto é uma
espécie de altar que servia para - em locais de passagem como é o caso – as
pessoas poderem oferecer flores, comida e outros à Divindade. Este testemunho
arqueológico dá-nos uma referência temporal muito importante, estamos numa era
anterior ao cristianismo (sec. I).
Vila Verde aparece
referenciado nas Inquirições de 1258, isto é, no reinado de D. Afonso III, já
pagava foros. Ficamos assim a saber que estes campos e vales, terra agrícola
por excelência, banhada pelo Sardoura, que desde tempos imemoriais proporcionou
levadas e força motriz para os moinhos, e até algum peixe, é também local de
passagem - com encruzilhada de caminhos
muito antigos de que chegaram aos nossos dias trilhos com sulcos
impressionantes - , tinha de longa data uma vivencia com certeza muito bem
estruturada e alicerçada social e culturalmente.
A festa dos tremoços como ainda hoje é conhecida é uma das
festividades de cariz popular mais antiga; de que temos resquícios da
generosidade e crença da população que, ao oferecer tremoços aos visitantes, acredita
que os gestos de despendimento material alegram hoje a Divindade do Espirito Santo
e podem ainda favorecer um bom ano agrícola para beneficio de todos…
Martinho Rocha
Martinho Rocha
sábado, 23 de maio de 2015
QUE TURISMO FLUVIAL QUEREMOS ?
QUE TURISMO FLUVIAL QUEREMOS ?
O interior merecia mais atenção, isto é, deveria haver uma espécie de contingente na elaboração de roteiros, que obrigasse as empresas que exploram o Douro a incluir estes concelhos/territórios que foram prejudicados com as barragens - as mesmas que proporcionam hoje a navegabiliadde do Douro. Não temos o retorno que nos é devido, (seja na electricidade, seja no turismo), que possa compensar-nos pelo que nos foi levado: As praias, o sável, a lampreia, a natureza viva! É certo que os autarcas tem responsabilidades nessa matéria mas também os governos nada fazem no sentido de uma maior democratização e distribuição dos proveitos desta nova realidade. Há concelhos, e muitos,que ficam totamente à margem e não é por lhe faltarem valores históricos, arqueológicos, paisagisticos; veja-se o caso de Castelo de Paiva!
Não nos conforta assistir a esta forma de estar. Uma outra politica turistica/fluvial poderia ser uma alavanca no nosso desenvolvimento. E não tivesse este concelho um historial tão rico de vivencias associados ao rio Douro, aos rabelos, às pescarias, às Minas porque não, e toda a nossa civilização que a apartir daí se foi implantando ... E se falamos deste assunto é porque acreditamos e modéstia à parte é porque temos estatuto para isso. Já demos o nosso contributo É necessário no entanto mudar politicas. Entre outros aspectos que defendemos a temática do rabelo e tudo o que com ele se relaciona não deve ser esquecido. As barcas de passagem dos mineiros. Os rabões da esquadra negra são adaptações nossas dos rabelos - porque só aqui se fizarem!Mas também infraestruturas - como cais de acostagem: em Pedorido e no Castelo, que aliciem e permitam acordos fáceis com empresas que sobem o rio com turistas.
Batalhamos neste tema há quase trinta anos e ainda não nos convenceram que estejamos errados!..
Barco
Rabelo
O Turismo no Douro e em
Paiva (ou a arte de vender gato por lebre)
Actualmente e com bastante
frequência - a suficiente para nos causar repulsa - vemos e ouvimos promover e
divulgar viagens e passeios no Douro em barco
rabelo. Chamar barco rabelo àquela
embarcação, que vimos passar, é pura e simplesmente mentira e ao fazê-lo, as
agências, as câmaras municipais e outros interessados estão a prestar um mau
serviço ao turismo.
(...)
Um rabelo tem um tipicismo próprio,
tem vela, remos e cordame, tem uma apegada e o remo maior, na ré, é a chamada espadela.
O barco rabelo para Armando Matos é “
a mais típica e sugestiva embarcação dos rios nacionais” e o Arquitecto
Filgueiras transcreve na sua obra “Barco
rabelo – um retrato de família” o que ele considera a descrição tipológica
mais evidente “Barcaça familiar do Douro que tem por leme um remo grande a que
chamam espadela, e que tem mais dois remos de cada banda com que se governa”.
Será legitimo usarmos hoje em proveito
do turismo essa mais valia que é a história e a epopeia da vivência e da faina fluvial no Douro, para
ganharmos turistas, e assim nos desenvolvermos, mas desvirtuando um dos símbolos
mais importantes – o rabelo ? Símbolo que felizmente ainda existe, e Castelo de
Paiva é disso exemplo, ainda que hoje já não navegue; não deixando de o ser por isso. Achamos que não!
Recordamos que por iniciativa da
ADEP, no já distante ano de 1986, foi construída de raíz, às mãos de artesãos
profissionais, o rabelo “Douro Paiva”, que depois velejou no Douro, a partir do Cais do Castelo, relembrando a
imensa actividade sócio-económica, que também a partir daí se desenvolvia,
desde longa e imemorial data, como interposto comercial que era com a vizinha
cidade do Porto e, também, por causa do trânsito do vinho, rio abaixo.
Connosco nasceu a ideia de fazer
turismo no Douro em barco rabelo, precedendo
a que se faz hoje, com outro tipo de embarcações, mas - o projecto - muito
avançado para a época, esbarrou na burocracia da administração pública. A
embarcação venceu algumas dificuldades, não todas, prestou inúmeros serviços à
região, podendo quase dizer-se que testou a navegabilidade do Douro e a
funcionalidade das eclusas das barragens, fez publicidade, passeou turistas,
estudantes, jornalistas, artistas, políticos e até participou em regatas,
formou uma escola de marinhagem, etc. Contribuiu também, porque não dizê-lo,
para que alguns dos concelhos ribeirinhos despertassem para a realidade e
responsabilidade da sua história e localização, quantos deles de costas
voltadas para o rio… atitude que não nos surpreende e que inflizmente ainda se nota hoje... É a mesma a que nos
habituaram as mais diversas instituições
nos dias de vida do nosso rabelo, dias que
terminaram, se calhar, mais cedo
do que era previsível e necessário, dados os custos necessários à sua
recorrente manutenção, contra os poucos apoios disponibilizados por quem de
direito. E se alguém tiver dúvidas que trate de inquirir porque será que em
Aveiro se deu o movimento inverso e os moliceiros passaram a ser vistos, a
fazer turismo na Ria e a participar em regatas…
Lembrar a falta de apoios e
os problemas com a legalização da construção e da utilização, a necessidade
de adesão a um curso de formação de
marinheiros, na Régua, o recurso ao Provedor de Justiça, o projecto de parceria
com a Rota da Luz num circuito turístico distrital, abortado à pressa - em plena campanha eleitoral - em troca da construção
de uma sede para a região de turismo, é enfim uma Via Sacra de enganos e
desilusões que fica para o capítulo das memórias amargas, a mostrar uma vez mais o quão longe se poderia
ter ido.
Águas passadas…, mas a
pergunta de hoje é: - Deveremos promover a região e o concelho à margem da
riquíssima história que foi a nossa ligação e das nossas gentes ao Rio Douro,
ao comércio, ao rabelo? Será curial atrair o turismo enganando ou passando ao
lado desta temática que nos é tão cara, ou, deveremos reunir todo esse espólio,
material e imaterial (de que também a ADEP é uma importante e única
depositária) e usá-lo nessa batalha que hoje pode representar uma nova fase de
desenvolvimento para a região ?
Com novas promessas de
muitos turistas a subir o Rio impõe-se também repensar a forma de apoiar os
poucos artesãos e instituições que ainda sabem fazer bem meia dúzia de coisas valiosas (trabalhos no linho,
bordados, tecelagem, cestaria, tamancaria, miniaturas em madeira, fósseis, gastronomia,
etc.) e como será avisado cuidar da paisagem bom será não esquecer que vão ser
precisos apoios para a agricultura biológica e de subsistência, pois só assim
se garantirá no futuro próximo a preservação da nossa cultura, paisagem, história e património com
verdade.
Foto 1 - Calendário de parede da ADEP do ano 2015
Foto 2 - “Douro Paiva” aquando da descida do
Douro do Senhor Presidente da República Dr. Mário Soares, em 1988 (acompanhado
de várias personalidades como António
Guterres, Pinto Balsemão, etc.).
" recorte de artigo publicado na imprensa regional, textos e foto de Martinho Rocha"
" recorte de artigo publicado na imprensa regional, textos e foto de Martinho Rocha"
domingo, 17 de maio de 2015
Visita e caminhada pelos locais de Santo António !
No sábado 13 de Junho vamos percorrer os locais e monumentos da Vila que a lenda relaciona com os pais de Santo António. No final prevê-se que termine com pic - nic no Parque das Tilias. Nesse dia prevemos poder apresentar o Parque das Tílias como espaço de uso público, objectivo que temos vindo a defender há alguns anos - acreditando que até esse dia sejam criadas as condições necessárias para o que concorrerá a participação do Município e Junta de freguesia de Sobrado.
Dia Internacional dos Museus
Este ano, as iniciativas - Caminhada do Foral / Caminho dos Mineiros que levamos a efeito no sábado passado e a que estamos a programar para o próximo dia 13 de Junho: visita e caminhada pelos locais de Santo António - não nos permitem aderir ao Dia Internacional dos Museus com o nosso Museu Etnográfico e espaço Primeiras Artes.
Fica a vontade de no próximo ano organizar o calendário de outra forma e atempadamente conseguir a divulgação necessária, designadamente junto das escolas e instituições sociais. Fica igualmente a promessa de mais trabalho para o próximo ano.
Estamos a trabalhar para tornar mais visível o espaço do Museu, assim como estamos a desafiar voluntários que nos possam ajudar na tarefa da divulgação. Aceita o desafio!
Dia Internacional dos Museus
Este ano, as iniciativas - Caminhada do Foral / Caminho dos Mineiros que levamos a efeito no sábado passado e a que estamos a programar para o próximo dia 13 de Junho: visita e caminhada pelos locais de Santo António - não nos permitem aderir ao Dia Internacional dos Museus com o nosso Museu Etnográfico e espaço Primeiras Artes.
Fica a vontade de no próximo ano organizar o calendário de outra forma e atempadamente conseguir a divulgação necessária, designadamente junto das escolas e instituições sociais. Fica igualmente a promessa de mais trabalho para o próximo ano.
Estamos a trabalhar para tornar mais visível o espaço do Museu, assim como estamos a desafiar voluntários que nos possam ajudar na tarefa da divulgação. Aceita o desafio!
sábado, 9 de maio de 2015
Fizê-mo-lo hoje: Caminhada do Foral / Caminho Mineiro !
Por montes e vales...
desfrutando os sons e sabores !
Não estivemos sozinhos...
guiados por quem sabe...
Com os escuteiros, lá passamos a antiga ponte do concelho !
Chegamos ao marco do Vilar - neste lugar assinalámos a entrega há 498 anos do Foral de Paiva.
Com paisagem a perder de vista...e o nosso vale de Sá!
Com um pouco de esforço lá chegamos à Mamôa de Carvalho Mau (agora melhor apresentada, limpeza fresca da Junta de Freguesia, a precisar de melhor sinalética).
e dalí ao Choupelo
e ao Pejão Velho, foi um pulinho...
Tivemos um momento para meditar...nas canceiras, destes bravos - que iam e vinham para o trabalho diariamente a pé -, e depois uma vida de sangue, suor e lágrimas, cuja lembrança aqui divulgamos e nos comove.
neste espaço terreiro emoldurados pelos poços, esccritórios, residencias dos técnicos e Casa da Malta
onde recebemos mais uma aula, do guia de serviço, com a lição estudada,
o nosso Decano ainda nos brindou com um certificado de presença.
Com um agradecimento a todos os que tornaram este evento possivel, não esquecendo o Grupo dos Escuteiros 1258, as Juntas de freguesia que fizeram algumas limpezas nos caminhos, à Câmara Municipal que cedeu o autocarro, os Bombeiros Voluntários que acompanharam o circuito e a todos os participantes. Até à proxima, amigos !
quarta-feira, 6 de maio de 2015
Caminhada do Foral / Caminho do Mineiro - Minas do Pejão
O local de encontro é o Parque das Tílias, Frutuária, sábado, com partida marcada para as 9,00horas.
Os participantes deverão vir preparados para caminhar cerca de 10 Kilómetros. Recomendamos o uso de protetor solar. As previsões não apontam chuva.
Aconselhamos que tragam uma pequena merenda
para comer a meio da manhã.
No local do destino contamos poder observar as bocas da mina, o terreiro da exploração, onde se instalaram serviços administrativos e de apoio,a capela de Santa Bárbara, as tres casas da malta onde habitavam os mineiros, o acesso em escadaria formada por xisto, com pavimento também em xisto (impregnado no chão na vertical),o troço onde existiu o antigo caminho de ferro, o bairro de Técnicos e Engenheiros, e onde viveu também o Prof Rebelo da Costa diretor do Jornal "O Pejão", a messe (cantina para quadros superiores e para convidados) e a cabina eléctrica. Na passagem por Carvalho Mau vamos ter oportunidade de ver um monumento arqueológico que é na história o mais antigo do concelho e região.
O regresso do Choupelo – Pejão faz-se em autocarro cedido pela Câmara Municipal.No local do destino contamos poder observar as bocas da mina, o terreiro da exploração, onde se instalaram serviços administrativos e de apoio,a capela de Santa Bárbara, as tres casas da malta onde habitavam os mineiros, o acesso em escadaria formada por xisto, com pavimento também em xisto (impregnado no chão na vertical),o troço onde existiu o antigo caminho de ferro, o bairro de Técnicos e Engenheiros, e onde viveu também o Prof Rebelo da Costa diretor do Jornal "O Pejão", a messe (cantina para quadros superiores e para convidados) e a cabina eléctrica. Na passagem por Carvalho Mau vamos ter oportunidade de ver um monumento arqueológico que é na história o mais antigo do concelho e região.
Todos com esta caminhada vamos prestar uma singela homenagem aos nossos bravos mineiros, muitos dos quais faziam este percurso diariamnte e em duplicado (ida e vinda) além de cumprirem a dureza do trabalho no interior da mina. Ainda vamos assinalar o 498.º aniversário da entrega do Foral de Paiva em Villar de Nojões.
sexta-feira, 1 de maio de 2015
Festa das Cruzes: a 3 de Maio em Oliveira do Arda
Festa das Cruzes
Revitalizar
a tradição é preciso, depois, quem tem horta/jardim ou trata da agricultura,
pode valer a pena !
Tradição que, no concelho, terá sido influenciada pela, ainda hoje muito viva, festa das Cruzes
de Barcelos, terra a que estivemos ligados - por causa da orgânica da Justiça e
senhorios desta terra - desde a idade média (1). Transcrevemos extractos de
notícias:
I
Em 1758, nas Memórias Paroquiais (2), o Padre da Raiva
informava: “ No dia trez de Mayo vem a mesma ermida (do povo e cita fora do
lugar de Oliveira, Nossa Senhora das Amoras) hum clamor das nove freguesias de
que se compõem o conselho de Payva, com as suas cruzes e a camara do mesmo
conselho. Na primeira segunda-feira depois do Domingo do Espirito Santo costuma
ir todos os anos com um clamor a mesma ermida todas as cruzes do Valle e Villa
de Arouca”.
II
“Realiza-se no
próximo dia 3 de Maio, na Senhora das Amoras, freguesia da Raiva a tradicional
festa das Cruzes. O local é muito pitoresco, dizendo-nos que de todas as casas
é obrigatório mandar alguém para salvar os campos das crises cerealíferas e das
epidemias vérmicas. As procissões e os bailes afogentarão a bicharia
destruidora. O concelho cairá ali em pezo. Há corridas de camions. Aos que faltarem, já
se sabe os campos… “ Jornal “ O Defensor” 28 de Abril de 1921.
III
Ainda em 1941 (28 de Abril) o jornal Defesa de Arouca dava
realce à tradição do concelho vizinho: “ No próximo dia 3 de Maio realizar-se-á
a tradicional processão conhecida por “As Cruzes”.
Esta procissão em que se incorporam as cruzes das freguesias
do concelho e grande número de pessoas, durante a qual é cantada a ladainha de
Todos os Santos, sai da capela de S. Caetano, em Serradelo, freguesia da Raiva,
e recolhe à capela da Senhora das Amoras, em Oliveira do Arda, na mesma
freguesia”.
IV
Esta
notoriedade que passa as fronteiras do concelho e que pelos anos 50 a 70
creditava a muito do operariado agrícola, e não só, a alforria de um dia de
folga (para compensar o 1.º de Maio…) teve como tudo os seus altos e baixos. Em
1757 foi necessário o provisor Dr. Manuel de Payva Castro capitular: “Os
paroquianos desta freguesia (da Raiva) são negligentes e remissos em cumprirem
o voto antigo da romaria da Senhora das Amoras, achando-se às vezes o ver.º
pároco com poucas ou nenhumas pessoas que acompanhem a Cruz. Ordeno que este as
possa condenar a cada uma em dois tostões, não indo de cada casa uma pessoa à
dita romaria, os quais aplicará para a fábrica da igreja”.
Biografia:
(1)-“Elementos para a História de
Castelo de Paiva”- (realçamos a 3.ª parte) de Margarida Rosa Moreira de Pinho.
Reedição da ADEP em 1991;
(2) -“Memórias Paroquiais de
Castelo de Paiva” de Manuel Joaquim Moreira da Rocha e Olimpia Maria da Cunha
Loureiro. Ed. Câmara Municipal 1988;
(3)-“Castelo
de Paiva” - Terras ao Léu de Guido de Monterey. Edição do autor 1997;
Foto de M. Rocha (de memória proveniente de Cruz de Alveda, existente no Parque das Tílias).
Estes e outros
documentos podem ser lidos e consultados no espaço Biblioteca Manuel Afonso da
Silva da ADEP, no Parque das Tílias à Frutuária.
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